Capítulo 44

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Mariana

Ontem fez três dias que Eduardo vem até a minha casa. Ele veio no mesmo dia aqui, eu vi ele. Minha vontade era ir correndo até ele e o abraçar dizendo que eu o amo. Mas eu não tive forças, fiquei vendo ele me chamar, até ele se cansar e ir embora.

Respiro fundo, os enjôos aumentaram, fico mais tempo no banheiro. Não sei o que pode ser, talvez seja muito estresse, eu passei muito nervoso esses dias. Não quero ir ao hospital, prefiro ficar em casa, sei que vou melhorar logo.

A campainha toca. Vou ver quem é, fico aliviada em ver Cecília com as crianças e Amanda. Vou até a porta e abro. As crianças sorri e corre me abraçar.

- Titia. - Eles gritam e me abaixo pra abraçar eles.

- Oi meus amores, estava com saudades. - Digo sorrindo. Abraço as meninas. - Oi.

- Oi como você está? - Cecília pergunta sorrindo.

- Não sei. - Digo rindo.

- Precisamos conversar dona Mariana. - Amanda diz. Afirmo.

- Crianças que tal ira assistir. - Digo a eles que pulam animados. Coloco no desenho pra eles. - Vamos pra cozinha. - Digo a elas.

- Amanda me contou que você saiu do restaurante chorando. - Cecília diz. - O quê aconteceu, Eduardo disse alguma coisa pra você?

- Não, eu nem vi ele aquele dia.

- Depois que você saiu, eu entrei lá e quase matei ele. - Amanda diz e sorrio. - Eu disse umas boas verdades pra ele.

- Obrigada por estarem comigo. - Digo a elas. Seguro a vontade de chorar. - Fico até com vontade de chorar.

- Sabe que nós te amamos. - Cecília diz sorrindo.

- A sorte dele é que os irmão dele estava com ele na sala. Por que não tava nem aí pra cara de choro dele. - Ela diz brava. Choro?

- Choro? Eduardo? - Pergunto e ela afirma.

- Ele estava abraçado aos irmãos e pelo que vi estava chorando. - Ela diz e fico preocupada.

- Augusto me diz que ele está acabado, ele me contou tudo, disse que Eduardo se sente culpado, por isso se afastou de você. - Cecília diz e quero chorar. - Você já sabe de tudo né, foi isso que você ouviu lá? - Ela pergunta e afirmo.

- Sim. - Digo já chorando.

- Culpado do que gente? - Amanda pergunta.

- Eduardo sofreu um acidente alguns anos atrás, e as pessoas do outro carro acabaram morrendo, o condutor do carro sofreu um infarto, e Eduardo foi ver quem estava ligando pra ele e não deu tempo de desviar do carro. - Digo a ela, limpo minhas lágrimas.

- Tá, mas então ele não teve culpa. - Ela dizer afirmo. - E o que isso tem a ver com você?

- Era meus avós. - Digo a ela que fica surpresa. - Meus avós que estavam no carro.

- Meu Deus. - Ela diz e me abraça. - Eu sinto muito. Mas ele não teve culpa.

- Eu sei disso, eu não o culpo, jamais. Mas eu só queria que ele tivesse me contado que eram meus avós que estavam envolvidos no acidente.

- Mas como ele ia saber que era seus avós. - Amanda diz.

- Ele descobriu que era meus avós no dia em que estávamos na casa da mãe dele. - Digo a elas. - A mãe dele queria ver uma foto, eu mostrei, aí ele chegou e ela disse pra mostrar pra ele, e quando ele viu a foto ficou totalmente diferente.

- Meu Deus. Eu nem sei o que dizer. - Amanda diz. - Querem um café? Eu faço.

- Eu quero. - Cecília diz e ela vai fazer. - Mariana trouxemos uma coisa pra você. - Ela pega um sacolinha e me entrega. Quando vejo o que é fico estática.

- Pra que isso?

- Estamos com suspeitas. - Cecília diz.

- Eu não estou grávida. - Digo rindo, mas de nervoso. - Não estou.

- Você anda muito chorona, está com muitos enjôos e tonturas. Isso pode ser sinal de gravidez, e cá entre nós, sua vida sexual tava bem ativa. - Amanda diz rindo e fico com vergonha.

- Vai Mari fazer o exame. - Cecília pede e suspiro.

- Ok, mas tenho certeza, não estou grávida. - Digo saindo.

Faço o teste deixo em cima da pia. Lavo as mãos e volto pra cozinha, elas me olha e sorriem.

- Vai ser uma menina. - Amanda diz rindo.

- Não estou grávida.

- Está, e eu serei a madrinha. - Diz rindo.

- O quê eu fazer se eu estiver grávida. - Digo a elas. Amanda me entrega um xícara de café.

- Oras, vai ter seu filho e vai cuidar junto com o pai. - Amanda diz.

- Mari, Eduardo te ama, e tenho certeza de que ele vai amar essa criança. - Cecília diz. - Ele não vai te deixar só.

- Mas não estamos nem nos falando. - Digo a elas. O que eu vou fazer.

- Mas aí que está, vocês precisam conversar, porque agora não é só você na história, tem mais alguém. Vocês vão ter um filho, e filho não é brinquedo. - Ela diz e começo acreditar que posso estar grávida.

Será que eu terei mesmo um bebezinho. Será que meu bebezinho está aqui dentro. Olho pra elas e sorrio.

- Eu não tenho coragem de ir lá olhar. - Digo e Cecília sorri.

- Eu posso ir ver pra você. - Digo a ela que sim. Ela sai e Amanda me abraça. Tenho medo de não estar grávida. Agora eu quero tanto, já perdi meu bebê uma vez. E agora posso estar esperando meu segundo filho, um filho fruto do homem que eu amo. Cecília volta e não consigo decifrar sua expressão.

- Então, o que diz aí? - Amanda pergunta e ela sorri.

- Parabéns mamãe. - Quando ela diz isso eu fico em choque. Eu estou grávida, meu bebê está aqui. Choro de alegria, eu terei mais uma vez a chance de ter meu bebê nós braços. Meu filhinho. Cecília me abraça sorrindo. - Parabéns, você será a melhor mãe pra esse bebê. Serei titia. - Ela diz rindo.

- Meu Deus, eu vou ser tia. - Amanda grita sorrindo. - Eu serei a madrinha.

- Eu serei mãe, pela segunda vez. - Digo chorando. - Estou tão feliz.

- Estamos felizes por você. - Cecília diz. - Vai contar a Eduardo?

- Sim, irei contar a ele. Mas estou com medo da reação dele.

- Ele vai ficar feliz, vocês merecem. - Amanda diz.

- Titia. - Ouço a voz de Adam. Ele aparece na cozinha e sorri.

- Oi meu amor.

- Quando a senhora e meu tio vai casar? - Ele pergunta e sorrio. - Tem que ser que nem a mamãe e o papai.

- Filho, quem tem que pedir é o seu tio. - Cecília diz a ele.

Não sei se Eduardo vai me procurar outra vez. Ele se sente culpado, e eu não o atendi quando ele veio aqui, talvez ele pense que eu o odeio e não o quero.

Eu amo ele, jamais o culpei. Ele não teve culpa com o que aconteceu com meus avós. Eu sempre irei está ao lado dele. Meu peito dói só de pensar que talvez ele tenha desistido de mim. Eu não quero perder ele, eu o amo. Mas não sei o que fazer. Estou triste por ele não ter me contado que era meus avós que estavam no carro no dia do acidente, ele deveria ter me contado no dia em que descobriu, mas ele preferiu esconder, se afastar.

Trilogia Irmãos Guerra - Liberte-seOnde histórias criam vida. Descubra agora