Capítulo 03

184 45 2
                                    

Eduardo

Olho para os papéis a minha frente, não queria estar aqui, só queria estar na minha casa, deitado na minha cama descansando. Mas preciso resolver tudo aqui.

— Senhor tem um cliente que está exigindo falar com o senhor. — Um dos funcionários vem me avisar. — Ele está bem nervoso.

— Ok, estou indo. — Suspiro me levantando, deve ser mais um querendo fazer escândalo ou algum dos funcionários trocou os pedidos.

Quando chego até a mesa onde foi solicitada a minha presença, há um rapaz, desses que só sabem gastar o dinheiro dos pais e não quer saber de trabalhar. Respiro fundo olhando bem a pessoa na minha frente.

— Boa noite, em que posso ajudar? — Pergunto a ele, que me olha com um olhar de desdém.

— Eu quero falar com o dono e não com mais um empregadinho de merda, que não sabe de nada. — Ele diz e suspiro mantendo a calma. Sei muito bem quem é ele e sei que não vale a pena discutir com uma pessoa do tipo dele.

— Eu sou o dono e exijo respeito com meus funcionários. — Digo entre dentes. Tenho nojo de pessoas que se acham melhor que os outros apenas por ter uma condição financeira boa.

— Sabia que sua funcionária ali. — Ele aponta pra menina que foi contratada ontem. — Ela me trouxe o prato errado, eu não pedi isso. — Ele diz com nojo olhando pra ela que está quieta mas vejo que está com raiva, pela forma que ele a tratou.

— Sinto muito pelo engano. — Digo a ele sem fazer muito caso. — Seu problema será resolvido e logo seu pedido irá chegar. — Digo e me preparo para sair.

— Tem que demitir alguém irresponsável assim. — Ele diz e olha pra ela que está de olhos arregalados.

— Você não manda no meu estabelecimento, quem manda embora ou não sou eu. — Digo a ele que fica fulo de raiva.

— Tá dando pro patrão? — Ele grita pra ela. E minha raiva aumenta mais ainda. Sem pensar eu acerto sua cara com um soco de direita bem dado. Quando menos espero, a menina jogou o suco que estava em cima da mesa todo na cara dele. Sorrio internamente, bem feito.

— Seu idiota, você pensa que é quem para falar assim comigo? — Ela grita com ele. Vou até ele e o seguro pelo colarinho.

— Nunca mais fale assim com ela e nem com ninguém. — Digo segurando ele pelo colarinho. — E ao invés de tentar humilhar e faltar com respeito com ela ou com qualquer funcionário, por que não experimenta pagar a conta com seu próprio dinheiro e não o do papai? — Digo a ele que cospe fogo de tanta raiva.

— Eu estou pagando com meu dinheiro. — Ele diz com raiva. Vejo pelo canto dos olhos as pessoas nos observando, odeio isso, odeio violência mas não iria deixar isso barato.

— Não, você está usufruindo do dinheiro do seu pai, porque não é homem o suficiente pra procurar um emprego e ter a própria vida, ter independência. — Digo a ele. — E se acha no direito de querer humilhar as pessoas por estarem trabalhando, e não sendo como você, bebê do papai e da mamãe que não compra uma bala se os pais não pagar.

Ele me olha com raiva algumas pessoas começam a rir da cara dele, outras ficam apenas em silêncio. Odeio chamar atenção. Mas ele passou dos limites ao dizer um absurdo daquele.

— Você vai me pagar caro. — Ele diz com raiva.

— Estou esperando. — Digo a ele. — Meu sobrenome já diz muito sobre mim. Aconselho se manter longe de mim, do meu restaurante. Para o seu bem. — Digo a ele com raiva. Quem ele pensa que é? Saio sem nem olhar pra trás.

Trilogia Irmãos Guerra - Liberte-seOnde histórias criam vida. Descubra agora