Olhos Azuis

Capítulo 3

Luna

Eu tinha acabado de acordar quando eu vi um moço com o cabelo loirinho, o homem tem cara de mal, igual os desenhos animados que eu assisto, ele encarava a Luna tão estranho que me fez ter vontade de chorar.

Então eu chorei.

Acho que o homem não gostou porque ele se afastou de mim e fez outra cara estranha. Por que ele faz tanta careta?

Acho que meu choro assustou muito ele, porque ele saiu do quarto e me deixou sozinha.

Com a visão embaçada pelas lágrimas e soluçando eu olho um pouco em volta, estou em uma cama muito confortável com lençóis brancos, nunca estive em uma assim, ela me lembra aquelas camas de princesa.

O quarto não tem nenhuma decoração igual o meu na minha casa, mas ele parece ser mais bonito de algum jeito, talvez pelos tons de cinza nos móveis e o branco no resto.

A Luna ainda tô segurando o senhor coelho, eu nem sabia que tinha tanta força para segurar ele por todo esse tempo.

Eu nem acredito que consegui salvar ele e a mim.

- Senhor coelho você também tá vivo. - Eu abraço ele em meus braços e dou vários beijinhos nele.

Por que eu tô aqui? Eu quero voltar para casa, será que meu pai também está aqui?

Eu não me lembro de nadinha, eu tava quebrando a janela do meu quarto e de repente estou aqui.

Como vim parar nesse lugar?

O corpinho da Luna também dói, ele não dói tanto como antes, mas ainda dói. Tem vários curativos nos meus braços e me assusto quando percebo que minha roupa foi trocada também, estou com um short preto e uma camisa grande da mesma cor.

Quem me trocou? Não podiam fazer isso sem eu deixar.

Depois de um tempinho eu fui me acalmando e parei de chorar.

Eu me assusto quando a porta abre de repente e o mesmo homem de antes volta.

- Finalmente, achei que ficaria nessa choradeira para sempre.

Agora ele está com a cara de homem mal de novo.

- Odeio enrolação, então seja direta se você ainda deseja continuar viva.

Eu arregalo meus e me encolhi mais na cama junto com o senhor coelho nos meus braços.

- Entendeu? - Eu rapidamente confirmo com a cabeça. - Qual é o seu nome e sua idade?

- L-Luna Franco, tenho dezessete.

- O que você fazia naquele lugar?

- É minha casa. - Eu fico muito confusa pela sua pergunta, mas respondo e não questiono. - Eu moro lá com meu pai.

Seu rosto e seu tom de voz está me deixando com medo, eu não gosto disso, ele parece que está brigando comigo por fazer algo errado, mas a Luna não fez nada.

E quando eu fico com medo eu também fico nervosa, aí eu falo um monte de palavras erradas e se eu falar errado o homem vai saber que eu sou uma aberração, se o homem saber ele pode ficar bravo que nem o papai fica.

- Qual o nome do seu pai?

- Se chama David.

Ele parece ficar tão confuso quanto eu, mas acho que seja por motivos diferentes.