Capítulo 28

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Grayson

Dias depois:

Eu estava lendo um livro quando meu celular vibrou com a ligação de Ben.

- Amigo?

Ele não precisava dizer mais uma palavra para eu reconhecer que no momento ele está na sua versão infantil.

Sua entoação de voz e a maneira que me chamou, entregaram isso.

- Olá, Ben.

- Gray é você!

- Você que ligou para ele, Benjamin.

- Ah... Verdade.

Há um silêncio por alguns segundos até eu ouvir de fundo alguém falando.

- Passa o celular aqui.

Nicholas é quem pegou o telefone.

- Gray, lembra da reunião com os patrocinadores?

- Sim.

- Então, ela acontecerá hoje. Ben que iria estar nos representando, mas como você deve ter percebido, ele está zero condições para isso.

Ouço Nicholas suspirar e quase posso ver ele massagear as têmporas em ato nervoso.

- Tenho que resolver os detalhes do evento da empresa e será no mesmo horário, não irei conseguir comparecer a reunião.

O evento da empresa, havia me esquecido sobre essa comemoração que fazemos todos os anos para conseguirmos novos aliados e fortalecer nossas alianças com outras empresas.

- Que horas será a reunião?

- No fim da tarde.

- Tudo bem, estarei .

Nicholas me agradece e pede desculpa pelo pedido em cima da hora.

Por mais que as reuniões sejam entediantes e me daixam estressado, nunca tive problemas em ir.

Porém, foi uma decisão dos meus amigos que eu não iria participar das reuniões, pelo menos não sozinho.

Talvez o fato de eu ter quase matado um homem ao perder a paciência com ele, possa ser que tenha agravado os motivos para terem tomado essa decisão.

No entanto, eu não fiz nenhum alarde sobre essa decisão. Eu tendo o menor contato possível com outros seres humanos já fico bastante satisfeito.

[...]

Horas se passam, estou no meu quarto terminado de ajeitar minha roupa enquanto ouço uma cantoria vir do lado de fora.

Não faço ideia da música que Luna está cantando, deve ser uma daqueles desenhos ou filmes musicais que ela assiste.

Desço até o andar de baixo e vou ao quintal.

Tenho deixado essa área aberta como ficava antes, Luna tem aproveitado essa área muito bem, agora ela fica mais tempo brincando do lado de fora do que assistindo TV e também tem me pedido todos os dias para fazermos nossas refeições lá.

Me encosto no batente da porta ao parar para observar a garota deitada no gramado de barriga para baixo. Ela desenha algo com os lápis que dei a ela enquanto continua a cantar.

Ela não liga se está cantando desafinado ou errado, ela apenas canta.

- Luna? - Infelizmente interrompo sua cantoria.

Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora