Capítulo 53

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Luna

Pego os itens que vou utilizar para cuidar dos dodóis do Anjinho. Como ele não consegue ter uma visão completa das costas e nem alcançar todos os cantos, eu estou cuidando dessa parte.

Ele está deitado na cama de barriga para baixo porque fica fácil para eu cuidar de seus ferimentos. E eu fico do ladinho dele.

- Quando os dodóis sarar, eles vão ficar assim? - Passo meu dedo por cima de uma cicatriz.

- Sim. Te incomoda a aparência delas?

- Claro que não, pra mim você continua muito lindinho, o mais lindo de todos.

Deixo um beijo em algumas de suas cicatrizes e ao fazer isso Gray arrepia. Acho engraçado quando isso acontece por eu dar beijinhos nele e não importa o lugar.

Acho que ele não sabe o que dizer quando eu o elogio e por isso se mantêm quieto. Agora se ele me elogia e eu fico quieta, sou atacada pelo mostro da cosquinha até concordar que sou aquilo que ele falou.

- O mais lindo de todos? - Concordo. - Então acha outros homens bonitos?

- Não, pera, eu falei errado, só acho você bonito. - Esclareço e ele concorda satisfeito. - É muito ciumento, Anjinho.

- Sou mesmo.

Grayson nunca fica abalado com o que eu falo, posso chamá-lo de ciumento, doido, brigão, sonâmbulo e chato, ele nunca vai se importar.

Molho o algodão no soro fisiológico e começo limpar os machucados do Anjinho.

- Está ardendo? - Pergunto preocupada.

- Não.

Mesmo assim tomo muito cuidado ao passar o soro na pele dele.

Não gosto de guardar qualquer tipo de mágoa ou sentimento ruim sobre alguém, mas eu guardo do homem mal que fez isso com o Gray. Se eu encontrasse esse homem mal, eu daria um chute no meio das pernas dele, naquele parte de menino que dói bastante. Apenas para ele aprender que não deve fazer isso com meu Anjinho.

Ainda bem que ele não vai mais nos incomodar, Gray garantiu isso. Acabei ouvindo uma conversa entre ele e seu outro segurança. Na conversa eles falaram algo sobre John estar morto e como eles acabariam com o corpo. Não cheguei a saber o resto da converso porque nesse momento eu parei de bisbilhotar.

- Eu iria fazer surpresa, mas acho melhor contar agora. - Anjinho me tira dos pensamentos. - No próximo mês irá ter um parque diversão na cidade.

- Sério? - Desacreditada, paro de limpar os machucados por um momento. - Tipo, um parque com roda gigante, carrinho bate-bate, carrossel, pipoca e algodão doce?

- Sim, esse tipo de par...

- A gente pode ir? - O interrompo eufórica.

- Claro.

Ele mal termina de falar e já dou gritinhos de alegria, não ouço a risada dele, mas sei que ri pela vibração que sua costas faz.

- Sabia que eu nunca fui em um parque de diversão?

- Imaginava, se para o shopping você apenas foi uma vez, quem dirá para um parque.

Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora