Luna
Eu acordei já faz um tempo, deve estar perto do café da manhã, pois minha barriga já está roncando de fome.
Estou esperando o homem de preto ou o homem loirinho entrar com alguma coisa para a Luna comer, enquanto isso estou olhando tudo que consigo do quarto.
Abro as portas e gavetas do armário do quarto, mas não tem nem se quer uma poeirinha nelas. Vou ao banheiro que é logo ao lado do armário, embaixo da pia tem uma gaveta, mas não tem nada além de papéis higiênicos, a escova e a pasta de dente que usei ontem e hoje.
Em comparação ao banheiro da minha casa, esse é bem grandão, na verdade todo ambiente que já vi aqui é maior que os da minha casa.
Quando reparo bem no espelho eu percebo um botão de ligar, por que tem um botão no espelho? E serve para que?
Eu tento me controlar, mas estou muito curiosa para saber o que acontece se apertar. Não consigo resistir, então eu aperto e me distanciei dele para caso de acontecer alguma coisa.
A única coisa que acontece é a aparição de uma luz, uma luz branca que segue por todo o contorno do espelho.
É muito lindo, até deixou a Luna que está toda descabelada bonita.
Pensando bem, acho melhor arrumar o cabelo, se alguém ver a Luna assim vai se assustar. A Luna passa água para tentar abaixar um pouco o volume, mas não adianta nadinha porque ele tá todo embaraçado, então decido tentar fazer uma trança.
A trança ficou ruim, mas deixo assim mesmo, Luna não sabe fazer uma melhor.
Desligo a luz do espelho e saio do banheiro, assim que coloco o pé no quarto, instantaneamente me assusto com a pessoa que está nele também.
O homem loirinho estava sentado na minha cama, eu não tinha visto ele desde ontem e de repente ele aparece aqui sem eu ouvir ele entrar aqui.
- Como você entrou aqui sem eu perceber?
Eu pergunto no automatico e ainda um pouco assustada.
- Você tem uma péssima audição. - Ele me encara e agora que noto que seus olhos são azuis que nem os meus e o da Marie. - E estava muito entretida com o espelho para notar minha presença.
Eu me encolho ao ouvir sua última frase, Luna não sabia que não podia mexer lá, se soubesse não teria feito, não quero que fiquem bravos comigo.
Porém não é tanto culpa da Luna, ninguém me avisou, como eu ia adivinhar que não podia?
- Desculpa...
- Vamos descer para você tomar café.
Ele nem ligou para minhas desculpas, acho que ele não deve ter ouvido direito.
Ele caminha na minha frente e eu tento fazer o possível para acompanhá-lo, ele é muito alto e tem as pernas muito longas, um passo dele é três meus.
O homem loiro não está de terno hoje, ele está com uma regata branca e uma calça de moletom preta.
Ele tem todo os braços fortes e tatuados, alguns desenhos são estranhos e outros eu não entendi, mas gostei da maioria. E não tem nenhum colorido, são tudo da cor preta.
No caminho não deixo de ficar impressionada com a casa, casa não, mansão!
Caberia umas vinte da minha casa aqui.
Há tantas janela que nem precisa deixar as luzes acessas, pendurado em cima da mesa de jantar há um enorme ilustre de vidro.
O café da manhã parece bem apetitoso e agradável, tem bolos, pães, suco, água, café, alguns frios e Danone. Como o homem loiro consegue comer tudo isso sozinho?
Ele fica sentado de frente para mim, eu pego apenas os alimentos que sei que gosto, já o homem loiro não come nada, só fica olhando a Luna.
O pãozinho com presunto e queijo que pego estava muito bom, eu gosto muito de pão por isso peguei ele, me lembrou até aquele que dei a Marie.
Falando nisso... Será que ela está bem?
Ontem eu não pude vê-la para alimentá-la, não sei se alguém deu comida para ela. Espero que sim, não é legal ficar com fome.
- Acredito que tenha algumas perguntas Luna. - Eu confirmo rapidamente. - Pode perguntar o que quiser, eu irei esclarecer apenas algumas coisas e nada mais.
A Luna tinha muitas perguntas se passando na cabecinha dela, mas acho melhor perguntar primeiro o seu nome, é ruim chamá-lo apenas de homem loirinho.
- Qual o seu nome?
- Me chamo Grayson.
Já tinha ouvido falar nesse nome passando na TV, eu gosto dele e combina com o dono.
- Eu não lembro de muita coisa, o que aconteceu naquela noite?
- Estava pela área que você mora quando vi a casa pegar fogo, fui até lá e vi você machucada deitada no chão, então trouxe você para cá para ajudá-la. - Ele balança seus ombros.
- E meu pai? - Pergunto confusa. - Onde ele está?
- Morreu carbonizado.
Eu largo o suco que ia tomar na mesa e sinto meu olhinhos ficarem molhados. Meu pai não era muito legal com a Luna, ele me abandonava e gritava muito comigo, mas ele ainda era meu pai, eu tinha que gostar dele de qualquer jeito né?
Ele era o único que cuidou um pouco de mim e agora não tenho ninguém. Não tenho nem para onde ir agora.
- Estou a procura de outros familiares seus, você não teria algum contato memorizado ou outra forma que posso entrar em comunicação com eles?
- N-não, a Lu- eu não tenho n-ninguém. - A Luna não consegue dizer uma frase sem gaguejar, meu coração dói, saber que estou sozinha machuca, mas falar para outra pessoa é ainda mais triste.
Grayson não fala nada, eu só sinto seu olhar em mim.
Eu tento parar de chorar quando lembro da reação dele da outra vez, eu limpo meus olhinhos com as mãos e encaro Grayson de novo.
Não sei dizer se ele está com pena de mim ou se quer está sentindo alguma coisa ao me ver chorar. Grayson apenas levanta da cadeira.
- Luna, preciso limpar seus machucados e tirar alguns curativos, quando terminar seu café venha até a sala.
Eu confirmo com a cabeça e presto atenção nele indo em direção a sala, eu suponho.
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Olhos Azuis
RomanceGrayson estava vivendo sua vida monótona como todos seu dias, ele estava acostumado com essa vida e não pretendia mudá-la. Mas quando sua vida se cruza com uma pequena garota em uma situação nada comum, ele se vê perdido e com o bônus de ter que ma...