Capítulo 42

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Luna

Dias depois:

Eu estou aflita, pois Gray disse que depois do café da manhã teríamos uma conversa séria, uma conversa de gente grande.

Não faço ideia de qual será o assunto da conversa, Luna tem se comportado bonitinho e não fez nada de errado, então isso não é.

Me desconcentro quando olho para o Gray, ele está deixando todas suas tatuagens e músculos à mostra por estar sem camisa. As vezes não consigo desviar o olhar, principalmente quando ele está malhando. Até pareço uma tarada, mas não é culpa da Luna se ele fica muito bonito assim.

- Vai demorar mais quanto tempo para comer esse cereal? - Ah não, ele descobriu meu plano de enrolar para não termos a conversa de gente grande.

- Estou comendo como sempre.

- Claro que não, você já teria acabado esse cereal e teria pedido para comer mais um pouco.

É, ele tem razão.

- Termine de comer e venha para sala, estarei te esperando lá. - Ele levanta da cadeira e deixa um beijo em minha cabeça antes de ir.

Ao mesmo tempo que estou curiosa para saber do que se trata, por outro lado estou receosa. Mas como sempre, minha curiosidade falou mais alto, então agora termino de comer rapidinho e vou atrás do Gray.

- Pode falar, Anjinho. - Eu ia sentar do lado dele, mas ele não deixa e me coloca na perna direita dele. Não reclamo, gosto de ficar pertinho do Gray, me sinto protegida.

- Preciso que preste muita atenção nas coisas que vou te contar. Quero que fique ciente do que vai acontecer depois de amanhã, mas para isso preciso contar alguns acontecimentos anteriores.

- Anjinho, você tá me deixando com medo. - Apoio meus braços em seu ombro, nem tenho mais receio que pese para ele, pois o Anjinho é um homem forte, ele aguenta.

- Vou ser sincero, o que vou contar não vai ser nada legal, mas preciso que você me ouça.

- Tá bom...

Gray respira fundo me deixando mais nervosa, nunca vi ele assim, desconfortável com o que vai contar.

- Com oito anos meu pai me entregou para um homem, John e esse homem matou meu pai. Daí em diante fui criado por ele com o propósito de aprender a ser um assassino.

Meu corpo gela e meus olhos ficam arregalados.

Como o pai do Anjinho teve coragem de fazer uma crueldade daquela? E aprender a ser um assassino? Ele tinha apenas oito anos, era uma criança que devia estar brincando.

- Não tenho certeza do que seu pai fazia, mas ele oferecia serviços parecidos como os meus para John, ele também matava pessoas.

- Então, aquela mulher que eu vi quando criança...

- Ele matou ela. Sinto muito que tenha presenciado aquela cena, Anjo.

Me assusto ao sentir Gray colocar uma mexa de cabelo para trás da minha orelha.

- Lembra quando eu contei como encontrei você?

- Sim, você tava passando por perto, viu o fogo e se aproximou para ver, assim que encontrou a Luna lá.

- Não foi bem assim. - O encaro completamente confusa. - Eu coloquei fogo na casa para matar seu pai e depois de uns segundos eu ouvi você. Felizmente eu ouvi você.

- C-como assim. - Retiro meus braços de perto dele e só não consigo levantar porque Gray me prende com seus braços.

- Seu pai arrumou parceria com outra pessoa e tentou entregar John, mas meu chefe descobriu e para ele traidores só tem um fim, a morte.

Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora