Capítulo 8

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Grayson

Eu estava colocando o café na minha xícara quando ouço os passos de Luna pela escada. A garota se senta na minha frente e parece perdida nos pensamentos.

— Bom dia, Luna.

Ela olha para mim parecendo que saiu de um transe, mas disfarça abrindo um sorriso tímido.

— Bom dia, Gray.

Luna se concentra o máximo para se servir o suco de uva sem derrubar e fazer uma grande bagunça. Na hora de escolher o que comeria ela ficou em dúvida. Um minuto olhava para as frutas cortadas, em outra olhava para o ovo mexido com pão e no final escolheu as panquecas com mel. Porém consigo perceber que ela olha ainda querendo as demais comidas.

— Você pode comer o que você quiser Luna, não precisa escolher apenas uma.

Luna me encara surpresa, seus olhos estão arregalados e pela segunda vez hoje, eu fixo meu olhar no azul dos seus olhos.

Ela balança a cabeça levemente e volta a comer parecendo um pouco mais feliz.

Eu tomo meu café enquanto continuo a olhar para Luna. Eu não sei o que está acontecendo, não consigo tirar minha atenção dela. Havia algo naqueles olhos azuis e no seu jeito genuíno.

Que merda eu estou pensando?

Devo estar ficando louco ao ficar sem dormir, preciso urgentemente regular meu sono.

Após comermos o café da manhã eu me levanto para arrumar a mesa. Sem eu dizer nada, Luna me ajuda a arrumar também, ela guarda o resto do suco na geladeira e limpa a mesa enquanto ponho as coisas no lava louça.

Luna brinca com seus pequenos dedos e me encara estranha, até mesmo um pouco com medo. Ao notar que estou a observando, ela abre sua boca para me falar algo, mas acaba desistindo e fecha a boca.

— O que foi, Luna?

Tenho a impressão que se não tenho iniciativa de perguntar algo para Luna, ela nunca vai falar nada ou se expressar.

— Eu queria te perguntar algo.

— Pergunte.

— Eu posso assistir na TV de novo? — Fico confuso, por que Luna sempre fica com medo de pedir as coisas, até mesmo as mais insignificantes?

Não posso deixar de pensar que esse comportamento tem haver com o lar que ela vivia.

— Pode.

— Obrigado, Gray. — Ela abre uma pequeno sorriso.

Luna sobe para o andar de cima e em poucos segundos desce com sua pelúcia de coelho no seu braço. Minutos depois ouço o barulho da TV passando algum desenho.

Ao checar as horas no meu celular, eu decido fazer meus exercícios diários. Então vou para parte de trás da casa, onde tenho uma área específica para academia.

Comprei essa casa com o objetivo de ter que sair apenas quando for necessário. Por isso ela tem tudo que eu acho necessário para mim. A casa tem uma academia, meu escritório que da acesso a sala de armas, um galpão e uma horta na lateral.

Para mim, isso é o suficiente.

[...]

Volto para dentro de casa perto da hora do almoço, eu tomo uma ducha apenas para tirar o suor do meu corpo.

Na cozinha eu começo a separar os ingredientes para preparar a comida. Enquanto estou cozinhando no fogão ouço o barulho de alguns passos se aproximando, também ouço um barulho de algo se arrastando, de um banco para ser exato. Curioso, me viro para observar a movimentação.

Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora