Seu corpo foi tomado por um acesso de tosse.
Ela se virou para o lado, sentindo a garganta preenchida por grãos de areia.
Esperou que as tosses cessassem, e seu corpo se acalmasse para perceber o vento gelado fustigando seu corpo.
Ela abriu os olhos, se deparando com um céu estrelado a observando de volta.
Usou seus braços para impulsionar o corpo, mas apenas um deles a obedeceu.
Confusa, ela afundou seus dedos na areia macia e conseguiu se sentar.
Observou ao redor reconhecendo os desertos de imediato. Ao longe uma tempestade de areia interminável indicava claramente onde ela estava.
No inferno.
– Que maravilha.
– Pena que não posso dizer o mesmo.
Aquela voz...
Ela moveu o corpo sobre a areia, encontrando os olhos violetas de um Demônio muito mal humorado.
– Pensa que surpresa desagradavel quando recebi a notícia de que uma nova alma estava nas areias do meu deserto, e era você.
O Demônio passou uma mão pelos cabelos como algodão doce, deixando transparecer sua irritação.
Ela fez menção de cruzar os braços sobre os peitos, mas apenas um deles a obedeceu.
– Mas que merda... – procurou entender o que estava acontecendo para o membro não obedecer, e se espantou com o que viu, gritando a plenos pulmões. – Cadê meu braço? Cadê a porra do meu braço? – Se voltou para o Demônio – Você...
Ela se levantou em um pulo, avançando para ele.
– Você. Seu Demônio desgraçado, tarado de merda! – Apontou um dedo na cara impassível dele, gritando com um Demônio – O que você fez com o meu braço...
Ela sentiu um murro contra seu peito, a fazendo cambalear sobre a areia. O ar escapou de seus pulmões quando as memórias dos últimos minutos a invadiu.
A passagem se abrindo, revelando a sala com uma escrivaninha grande de carvalho...
As poltronas com estofados de couro vermelho...
A janela enorme em uma das paredes com vista para QuantumBurg...
Se virou chamando por Daxton e encontrando a garota acordada em seu colo...
Uma pessoa a golpeando em um momento de distração...
Em uma tentativa de sair do caminho, a lâmina acertou seu braço já ferido, e a dor explodiu pelo seu corpo, levando-a ao chão...
Ela estava morta, e os Deuses decidiram mandá-la logo para aquele inferno.
– Parece que perdeu o braço no caminho para o inferno. – O sorriso nada amigável curvado nos lábios dele a trouxe de volta
– E você a hospitalidade. – Arfou, como se estivesse recuperando o fôlego.
Ele soltou um muxoxo, cruzando os braços. O colarinho de sua camisa branca se abriu, revelando um pouco mais da pele de seu peito.
– Não pretendo ficar com a sua alma, portanto não preciso te tratar como uma hóspede permanente.
– Então me leve de volta, Jas.
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Demônio de Néon
Fiksi IlmiahVOL. I "Em algum lugar entre os arranha-céus uma criatura de olhos vermelhos uivou, e uma garota de cabelos azuis olhou em direção a janela assustada. Uma raposa de olhos brilhantes como o fogo era enjaulada ao lado de uma garota que foi enganada. O...