LIX Um Presagio de morte

398 46 75
                                    

FERNANDA DILUA

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

FERNANDA DILUA

SEIS MESES DEPOIS

ACAMPAMENTO MEIO SANGUE

    Pulo da cama, o suor escorrendo, o pânico tomando meu peito. tento me acalmar, respirar e não fazer barulho mas já é tarde. Com meus movimento brusco Leo já acordou, seu braço me amparando na base da minha coluna.

    A alguns meses talvez eu tivesse tentado limpar a garganta e fingir que nada havia acontecido... mas era Leo, e se eu não pudesse ser verdadeira na frente dele apos tudo, o mundo seria um lugar ainda pior do que já é.

   Me agarro ao moreno tentando fortemente me convencer que foi só um sonho, que estou de volta e nada que eu vi foi real. Mas como tudo na vida de um semideus nada pode ser fácil.

   Leo me abraça de volta, uma presença protetora, um único gesto que me fazia acreditar que nenhum mal me atingiria enquanto estivesse ali com ele.

   Deixo as lágrimas caírem ainda remoendo as imagens do sonho, um choro silencioso, dolorosamente contido com os muitos anos de treinamento em esconder qualquer fraqueza. Mas Leo me sente tremer, sente minha dor, e a entende mesmo que eu não tenha que falar nem ao menos uma única palavra.

   —O mesmo pesadelo ? — Ele pergunta baixo, não tenho força para responder então assinto em concorda sabendo que por mais que não veja ele vai sentir meu movimento. Leo fica em silêncio, não há nada a ser dito, ele não pode fazer nada, assim como não posso fazer nada para conter a dor que ameaça me consumir.

   —Eu era tudo que ele tinha— minha voz é só um sussurro choroso— Eu deveria ter o ajudado.

   —Se for real, vamos dar um jeito. Não tem como você controlar tudo e cuidar de todos, você também estava com problemas — Leo responde em um lembrete infeliz de todas as últimas noites.

    Não respondo, não tenho o que dizer, não consigo pensar direito com os sonhos apodrecendo meu raciocínio como uma praga deprimente.

   Nico Di Ângelo, o garoto que invocou Minos o fantasma que se achava rei, o garoto que se embrenhou no labirinto de Dédalo e fez acordos horríveis com o deus dos mortos, agora havia atravessando uma linha que nem mesmo eu conseguia o defender. Tinha feito uma escolha tão terrível que agora nem mesmo eu podia o resgatar. Tinha ido longe demais para conseguir que eu conseguisse o puxar de volta.

   "Você não pode controlar tudo" tinha problema com controle, não conseguia controlar minha própria vida então me sustentava em controlar tudo ao meu redor e tentar ao máximo me manter controlada por osmose.

    Leo não me soltou, ele nunca me soltava primeiro, me segurava até o último segundo em que pudesse, como se tentasse achar uma solução para tirar minha dor, como se pensasse em quais engrenagens iria precisar para construir uma máquina produtora de serotonina ou solucionadora de problemas.

𝐄𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐞𝐦 𝐜𝐡𝐚𝐦𝐚𝐬- 𝐋𝐞𝐨 𝐕𝐚𝐥𝐝𝐞𝐳Onde histórias criam vida. Descubra agora