𝐗𝐕𝐈𝐈 ENLOUQUECEMOS

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𝐋𝐄𝐎 𝐕𝐀𝐋𝐃𝐄𝐙

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.𝐋𝐄𝐎 𝐕𝐀𝐋𝐃𝐄𝐙.

𝟑 𝐃𝐈𝐀𝐒 𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐒𝐎𝐋𝐒𝐓𝐈𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐄 𝐈𝐍𝐕𝐄𝐑𝐍𝐎

Fiquei tão envolvido no trabalho que não saberia dizer quanto tempo passou até que ouvi a voz.

"Você está enganado, Leo. "

Minha mão tremeu e a escovinha caiu dentro da cabeça do dragão. Me levanto, mas não enxergava quem estava falando. Depois olho para o chão. A neve, os restos de produtos químicos dos banheiros e o próprio asfalto se mexiam, como se estivessem virando um líquido.

Uma área de três metros começou a ganhar formas: olhos, nariz e boca - a face gigante de uma mulher, dormindo.

Minha respiração descompasso, meu peito afundou. E a mão se Fernanda vôo para o pulso arrancando o que eu achava que era uma pulseira até ela girar aquilo no ar e um arco de prata reluzir contra a neve, a primeira flecha acertou entre os olhos e uma gargalhada sinistra carregou o ar.

Ela não falava exatamente. Os lábios não se moviam. Mas eu ouvia a voz dentro da minha cabeça, como se as vibrações viessem do chão e passassem diretamente a meus pés, ressoando em meus ossos. E o mesmo parecia acontecer com a garota que tremia ao meu lado, seus braços caindo impotentes ao lado do meu

Eles precisam de você,desesperadamente. De certa maneira, você é a pessoa mais importante entre os oito... como o disco de controle no cérebro do dragão. Sem você, o poder dos demais não vale nada. Eles nunca me encontrarão, nunca me deterão. E eu despertarei.

- Você - disse, e tremia tanto que por um segundo achei que a palavra não tivesse saído. Não ouvia aquela voz desde os oito anos, mas era ela: a mulher vestida de terra que aparecera na loja de minha mãe. - Você matou minha mãe.

O rosto se mexeu. A boca se abriu num pequeno sorriso, como se estivesse em um sonho prazeroso.

Ah, mas Leo... eu também sou sua mãe... sua Primeira Mãe. Não se oponha a mim. Agora vá embora. Deixe meu filho Porfírio erguer-se e transformar-se em rei, e eu aliviarei o peso que leva nas costas. Você andará com mais facilidade na terra. E para a traidora dos sangues, você também terá escolha, se junte a mim, não siga os caminhos de sua mãe, e poderá em fim deixar toda essa infelicidade, esse fardo que você carrega, será como se nunca tivesse existido, não importará mais. Felicidade. É isso que eu lhes ofereço, e você sabe a importância disso Fernanda.

-Prefiro morrer! -Fernanda vosivera disparando mais duas flechas em um só disparo perfeito.

Pensava em lhe poupar, mas já que insiste tanto, você será a primeira a morrer, traidora.

Agarrei a primeira coisa que encontrou - um assento de vaso sanitário - e jogou naquele rosto.

- Nos deixe em paz!

O assento afundou na terra liquefeita. A neve e a lama ondularam e o rosto desapareceu, com um acento de privada, e três flechas de prata.

Com o coração quase saltando para fora, percebi que joguei o acento de privada com a mão direita mesmo sendo canhoto. Então percebi a pressão em minha mão esquerda, tinha pegado a mão da garota assim que ela abaixou o arco. E contrariando o que eu achava que ela me bateria, ela apenas apertou a minha mão tentando passar a segurança de que eu não estava sozinho. E contrariando tudo, isso me acalmou um pouco. A garota olhava para frente ainda com a respiração descompassada, mas quando olhou para mim tentou passar um pouco de tranquilidade. E agradeci do fundo do meu coração por isso, por ter um motivo diferente para o sentir o coração pular para fora do peito.

Não fiquei olhando para o chão, esperando para ver se a face reapareceria. Continuo olhando fundo nos olhos da garota. Queria pensar que aquilo fora fruto de minha imaginação. Mas a ponta de uma flecha ainda brilhava para fora da terra sendo coberta pela neve.

-Fala que eu tô louco-pedi sem pensar nas palavras.

-Entao enlouquecemos juntos-ela disse com a voz falhando um pouco antes de soltar minha mão. Mesmo que não fosse possível senti que o frio da nevasca pela primeira vez me invadiu quando sua mão soltou a minha.

Mas não tive tempo para pensar sobre isso, vindo da fábrica, ouvimos um estrondo como o de dois caminhões se chocando, o metal se retorcendo. O barulho ecoou pelo canteiro. Imediatamente percebi que Jason e Piper estavam em apuros.

Agora vá embora, disse aquela voz. Ainda rondando nossas cabeças.

- Não mesmo - rosnei lançando um olhar para a garota que já preparava outra flecha agora sendo uma de bronze no arco-, antes, quero o maior martelo que conseguir.

Eu enfiei a mão no cinto e peguei uma marreta de quase dois quilos, a cabeça dupla da ferramenta tinha o tamanho de uma batata assada. Depois descemos do dragão e corremos para o armazém.

𝐄𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐞𝐦 𝐜𝐡𝐚𝐦𝐚𝐬- 𝐋𝐞𝐨 𝐕𝐚𝐥𝐝𝐞𝐳Onde histórias criam vida. Descubra agora