Capítulo 05

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Ao cair da noite, Helena estava visivelmente triste enquanto destrancava a porta de seu apartamento, ao abri-lo deparou-se com Renato esparramado no sofá enquanto jogava vídeo game e comia besteiras.

― Ah não meu filho! você já fez o dever de casa ao menos? ― Perguntou fechando a porta atras de si.

Renato nada respondeu, continuando concentrando no que estava a fazer, Helena por sua vez, colocou a bolsa por cima da mesa de jantar e de seguida retirou seu caso e colocou no pendura dor ao lado da porta. Naquele momento a mesma caminhou em direção do sofá e disse.

― Renato eu estou falando com você meu filho. ― Disse. ― Desliga essa porcaria agora. ― vociferou com as mãos na cintura.

― Me deixa em paz. ― Respondeu Renato dando um gole de coca-cola sem perder a concentração na tela.

Naquele momento Helena suspirou e de seguida caminhou em direção a estante da TV onde desligou o vídeo game puxando o cabo de conexão, o que fez com que Renato tomasse sua atenção de imediato.

― O que você fez? ― Indagou Renato enfurecido.

― Agora você vai me responder? ― Indagou Helena de braços cruzados.

― Me deixa, será que nem aqui eu terei paz.

― Eu sou sua mãe Renato.

― Você deixou de ser mãe a muito tempo, o que parece é que a senhora se tornou diretora daquele maldito colégio até aqui dentro dessa casa, em que todos tem de seguir as suas ordens.

― Você não sabe do que esta dizendo.

― Sei sim, nem o papai suporta mais a senhora de tão amarga que você é.

― Renato

― Me deixa em paz. ― Disse e de seguida virou-se e caminhou rapidamente em direção de seu quarto.

Estática Helena arrepiou-se ao escutar o som da porta do quarto sendo batida de forma extremamente agressiva. De forma inevitável um resquício de lagrima brotou do canto de seu olho. A mesma suspirou e de imediato começou a limpar a sujeira feita por Renato naquele lugar, apos o término, notou a ausência de Rogério o seu marido, que a fez tentar ligá-lo onde deparou-se com o número na caixa postal.

― Onde será que o Rogério se meteu, ele já deveria ter voltado do plantão no hospital. ― Questionou-se. ― Já sei vou ligar para o colega dele.

Helena ligou e o mesmo disse que seu marido havia largado a mais de três horas, o que a fez ficar ainda mais preocupada, no entanto, um fio de esperança brotou em seu coração ao escutar o som repetido da campainha.

― Só pode ser ele. ― Afirmou caminhando apressadamente em direção a porta.

Ao abrir a porta, Helena deparou-se com um enorme buque de rosas brancas nas mãos de Cesar. Cesar por sua vez, sorriu sem jeito e de seguida disse.

― Vim em missão de paz, e suas rosas favoritas são sinal disso.

Helena sorriu e de seguida disse.

― Essas rosas não vão apagar as coisas que você me disse hoje.

― Eu sei que não mas pele menos me deixa entrar nê.

Helena assentiu e de seguida cedeu passagem, César por sua vez adentrou a casa com certo receio e vergonha, Helena a essa altura fechou a porta atras de si e cruzou os braços enquanto se aproximava lentamente.

― Aonde posso deixar as rosas?

― Coloca em cima da mesa de jantar.

― E então o Rogério não esta em casa?

― Ainda não chegou do hospital, mas logo, logo deve estar pintando por aí. Mas fica à vontade César, senta.

Cesar assentiu e de seguida caminhou em direção do sofá apos deixar o buque de rosas em cima da mesa de jantar, em frente ao mesmo sentou-se Helena e disse.

― Eu pensei que depois de todo que você disse hoje, jamais iria me procurar.

Cesar suspirou e baixou a cabeça, o mesmo procurava por palavras que pudessem descrever os seus sentimentos da melhor forma possível, e por mais que procurasse, nenhuma palavra era parecia ser suficiente para tal.

― Eu também pensei o mesmo. ― Afirmou com o tom de voz sereno apos tomar a atenção de Helena, que escutava com feição de compreensão.

― Mas depois pensei e analisei o quão errado eu estava diante da minha atitude em relação ao seu silencio sobre a traição do meu marido. ― Completou. ― Sabe Helena, eu tenho medo do que a vida me reserva, e como s eu estivesse prestes a me jogar em um poço escuro que eu não saiba a dimensão de sua profundidade.

Helena sorriu e de seguida levantou-se e caminhou em direção de Cesar, ao chegar em frente ao mesmo, a mesma puxou-o pela mão e de seguida abraçou-o forte. Naquele momento o silencio tomou conta daquele lugar, e sem que ambos pudessem controlar, lagrimas começaram a rolar por seus rostos de forma intensa.

― Eu sempre estarei do seu lado, eu amo você. ― Dizia Helena em meio ao abraço.

Minutos depois, Cesar desvencilhou-se e com o nariz fungando o mesmo disse.

― Eu vou me divorciar Helena, e preciso que você não conte a ninguém, o Heitor e minha mãe não sabem que eu descobri a verdade, eu preciso de tempo para reunir provas para serem usadas no tribunal.

― Nem precisava pedir César.

― Na verdade eu sabia.

― Esse segredo está muito bem guardado comigo, o meu receio e pelos seus filhos, você terá de ser muito forte para explicar as mudanças que estão por vir na vida deles.

― A Alice ama tanto o pai, o Alex é mais ligado a mim, mas a Alice, eu não sei Helena, será uma confusão imensa na cabeça da minha filha, mas eu não eu tenho outra opção entende, eu não posso ficar do lado de um homem capaz de fazer o que o Heitor fez comigo.

― Não só não pode como não deve.

Cesar assentiu e de seguida disse.

― Agora eu tenho de ir para casa, e não sei como será encarar o Heitor e fingir que nada aconteceu, que eu não sei de nada.

― Você terá de ser forte, por ti e pelos seus filhos.

Cesar e Helena deram o último abraço e o mesmo foi se embora, deixando Helena com um turbilhão de pensamentos, até que o seu telefone tocou e a mesma rapidamente atendeu ao ver que era Rogério a ligar.

― Rogério aonde você se meteu? ― Disse rapidamente.

― Alo, É a mulher dele? ― Disse a voz de uma mulher.

― Sim e quem é você? o que você está fazendo com o celular do meu marido? ― Indagou apreensiva.

― Eu sou uma moradora do Brooklyn, e vi seu marido jogado na calcada muito bêbado, por sorte o celular dele não tem um password.

― Aí meu Deus, muita obrigada, a senhora pode me enviar a localização exata de onde ele está agora?

― Sim claro, mando agora.

― Muito obrigada, estou indo para aí agora. ― Disse desligando.

֍

Cesar estacionou seu carro em frente de sua casa, e com as mãos no volante o mesmo olhou em direção a porta e da janela ao lado da mesma e naquele momento, pode ver pela vidraça Heitor brincando com Alice, enquanto a ajudava no dever de casa. Sem que quisesse a lembrança de tudo que havia acontecido naquele dia, tomou conta de sua mente, até travar nos olhos castanhos de Arthur que não saiam de sua mente, fazendo com que o mesmo sorrisse de forma inesperada. Arthur aquela altura limpava suas mãos repletas de graxa, quando travou seus afazeres e encostou no capo do carro que estava a arranjar, em seus lábios carnudos formou-se um sorriso e o mesmo disse.

― Quase me derrubou e agora não sai da minha cabeça, quem é você? ― Questionou-se.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora