Cesar virou-se apos dar uma última vista de olhos em Divina que estava caída ao chão, e de seguida virou-se e caminhou de volta ao caixão preto de Heitor, ao meio do altar da capela.
Aquela altura, Divina do outro lado de fora colocou-se em pé com dificuldades, enquanto sacudia a poeira em sua roupa, ao mesmo instante em que proferia ofensas e promessas de vingança contra Cesar.
Do outro lado, por trás de uma árvore estava uma mulher bem vestida de cabelos ruivos, presos em um penteado clássico e discreto. Ela era Donatella, a verdadeira mãe de Cesar.
― Seu fim está próximo Divina. ― Sussurrou lacrimejando. ― Eu vou cobrar cada minuto, e ano que você me roubou longe do meu filho.
Donatella prontamente limpou a lagrima que escorreu por seu rosto, e de seguida retirou seu celular da bolsa, onde discou o número de uma pessoa misteriosa, que prontamente atendeu.
― Nada pode dar errado hoje. ― Afirmou com cautela enquanto observava Divina entrar em seu carro. ― ninguém absolutamente ninguém deve desconfiar que o Heitor não esta morto. Garanta que a troca de caixões seja feita conforme planejado.
― Não se preocupe, tudo vai correr como planejamos. ― Disse a pessoa e de seguida desligou a chamada.
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Algumas horas depois.
Apos o enterro de Heitor, Cesar e seus filhos voltaram para casa na companhia de Aníbal.
Em meio ao escritório que antes era de Heitor, estava Cesar estático olhando para tudo com detalhe, tendo sua mente invadida de lembranças de momentos em que o mesmo o viu sentar ali entusiasmado com seus projectos.
― Parece mentira que você se foi. ― Sussurrou com a voz embargada. ― parece mentira que sua voz jamais será ouvida em meio a essas paredes que você tanto amava.
Cesar virou seu rosto em direção a mesa de vidro que tinha a maquete do projecto de Heitor, e de seguida caminhou em direção da mesma onde colocou seus dedos lentamente sobre a estrutura, e naquele momento seus dedos receberam as lagrimas que caíram de seus olhos.
― Eu não queria que fosse assim. ― afirmou em prantos.
― Ninguém queria, mas eu estou aqui meu irmão. ― Disse Simone na porta.
César de imediato virou-se onde deparou-se com a mesma visivelmente machucada.
― Simone? ― Indagou boquiaberto.
Simone adentrou onde por seguinte fechou a porta e caminhou em direção de seu irmão, sem proferir nenhuma palavra. E quando o alcançou, logo o abraçou e caiu em prantos.
― Me perdoa, me perdoa por não ter estado ao seu lado quando você mais precisou de mim. ― Dizia Simone.
― O importante é que você está aqui agora, eu senti tanto, tanto a sua falta minha irmã. ― Exclamou em prantos.
Minutos depois, Cesar desvencilhou-se do abraço e de seguida colocou suas mãos sobre o rosto de Simone enquanto sorria, e foi naquele instante que a realidade do estado de sua irmã veio à tona.
― Simone, o que aconteceu contigo? Você esta toda machucada e
― Não aconteceu nada. ― Afirmou visivelmente incomodada.
― Como não Simone? Foi o Dante quem fez isso? ― Indagou.
Simone rapidamente virou-se tentando esconder seu rosto envergonhado.
― Foi um assalto, o Dante me ama e jamais faria isso comigo.
Cesar deu a volta ode foi parar em frente de Simone.
― A tempos eu venho notando um comportamento abusivo por parte do seu marido. ― Afirmou.
― Isso é intuição da sua cabeça.
― Você sabe que não é, o Dante praticamente controla suas falas, e tudo o que você faz. Eu não consigo entender o porquê de você se submeter a isso minha irmã, você é uma mulher linda, talentosa e bem-sucedida, porque se submeter a um homem desses.
― Eu já disse que isso é coisa da sua cabeça Cesar.
― Eu lido todos os dias com casos de mulheres que estão na mesma situação que você, e tu achas que isso é intuição da minha cabeça?
― Acho sim.
― Para de se enganar Simone. ― Esbravejou. ― hoje foi um tapa e um chute na barriga, e amanhã? Amanhã serra o que? um tiro na tua cabeça ou uma facada na tua barriga?
― Você está exagerando.
― Você é quem esta a ser leviana e com a sua própria vida, você tem ideia de quantas mulheres morrem todos os dias por conta da violência doméstica? Quantas gostariam de ter tido a chance de escapar e não tiveram?
― Eu já disse que foi um assalto, Cesar. ― Vociferou. ― Quer saber, eu vou embora, não dá para conversar com você, o tempo todo você tenta espelhar os dilemas dos seus casos na vida de todos ao seu redor.
― Você pode ir embora, fugir dessa conversa, e continuar se enganando, mas eu não vou desistir de você, não vou desistir da tua vida, porque eu te amo.
Simone engoliu em seco, e de seguida virou-se e caminhou em direção a porta de forma apressada, onde saiu porta fora deixando Cesar sem respostas.
Cesar suspirou e resolveu segui-la, no entanto, ao chegar a sala, deparou-se com Aníbal e Joseph conversando, em tom de discussão.
― Cesar que bom que você saiu do escritório. O Joseph veio falar contigo.
Cesar travou seus passos atordoado.
― Comigo? Aníbal você viu para onde foi a Simone?
― Saiu daqui correndo, e não precisa me dizer nada eu notei o mesmo que você. ― Afirmou cruzando os braços.
― Eu preciso fazer alguma coisa, eu não posso deixar a minha irmã nas mãos daquele canalha. ― exclamou em tom de impotência.
― Desculpe incomodar a essa hora. ― Disse Joseph interrompendo com cautela, o que fez com que Cesar tomasse sua atenção de imediato.
― Nossa mil desculpas, nem dei atenção a você Joseph. ― disse Cesar.
― Eu entendo, sei que o momento não é adequado, mas eu vou precisar que voce colabore com a polícia sobre o assassinato do Heitor.
Cesar arregalou seus olhos e de seguida perguntou.
― Assassinato?
― Sim, o acidente que matou o seu marido foi premeditado e causado por alguém, a minha missão como investigador desse caso é descobrir quem fez isso e as suas razões ou motivações.
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DOCE ILUSÃO
RomanceEm Nova York, Cesar é um advogado renomado, conhecido por suas causas sociais, e sócio de seu amigo Aníbal Bittencourt em um prestigioso escritório de advocacia. Sua vida parece perfeita ao lado de Heitor, com quem compartilha um casamento de 18 ano...