Capítulo 54

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Passou apenas um dia e Artur já estava sob custódia da polícia após ter sido neutralizado com um tiro na perna. Cesar, por sua vez, desistiu de fugir no último instante, confiando que a justiça seria feita. Com ajuda de Hugo, conseguiu lutar pela vida durante a tentativa de assassinato orquestrada por Divina. Suas esperanças se intensificaram quando provaram sua inocência e, em breve, seria libertado.

Enquanto isso, Simone e Helena estavam em frente ao túmulo de Divina. Simone não conseguia evitar as lágrimas e questionou o motivo de sua mãe ter feito tudo o que fez. Mesmo que tentasse odiá-la, não conseguia porque ela era sua mãe. Helena a confortou e juntas partiram deixando para trás uma parte do passado.

No entanto, o caixão de Divina se transformou em um pesadelo quando a mesma começou a despertar devido à falta de oxigênio. Enquanto lutava pela vida, seu passado obscuro passava diante de seus olhos, fazendo-a reavaliar todas as escolhas que havia feito.

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― Porquê? Porque a senhora fez tudo aquilo. ― Perguntou Simone.

Lagrimas começaram a rolar pelo seu rosto, fazendo com que sua voz ficasse embargada.

― Por mais que eu tente odiar a senhora, eu não consigo, porque apesar de tudo, você era minha mãe. Eu espero que Deus te perdoe por tudo, e que no último instante a senhora tenha se arrependido de tudo o que fez.

Simone começou a chorar copiosamente, Helena por sua vez aproximou-se e tocou em seu ombro e disse.

― Vamos? ― Perguntou em tom carinhoso.

Simone beijou a mão de Helena e de seguida levantou-se, tomando a atenção da mesma.

― Que bom que eu tenho você na minha vida. ― Falou Simone em tom sussurrante.

― Você me mostrou um lado da vida, ao qual eu não quero largar nunca mais.

― Que lado?

― O lado do amor. ― falou Helena convicta.

Simone sorriu, tendo seus olhos já carregados de lagrimas.

― Você tem certeza disso? ― Perguntou.

Helena franziu a testa e de imediato indagou.

― Certeza?

― Sim! Apesar de tudo isso ser novo para nos duas, e o facto de você ainda ter muitas feridas abertas deixadas pelo Rogério.

Helena suspirou, e de seguida disse.

― O Rogério foi embora e eu não sei se um dia ele voltara. ― pausou para conter as lagrimas que já brotavam do canto de seus olhos. ― e mesmo que ele volte um dia, eu estarei ao seu lado, criando esse bebé que já não é mais só meu, mas sim nosso, o nosso filho.

Aquela altura, Simone já estava imersa nas emoções causadas pelas palavras de Helena, quando de imediato indagou em tom embargado.

― Eu serei mãe?

Helena assentiu abananado a cabeça em sinal de aceitação enquanto sorria emocionada, e de seguida Simone entrelaçou seus dedos aos de Helena, unindo por seguinte suas testas.

Pouco tempo depois, elas desgrudaram as testas, deram-se as mãos, e começaram a caminhar lentamente em direção a saída do cemitério, deixando parte daquele passado para atras.

Por outro lado, a sete palmos a baixo da terra, Divina começava a entrar em desespero.

― Me tirem daqui. ― gritou em pânico. ― Eu não estou morta. Socorro me tirem daqui eu estou viva.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora