Capítulo 30

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Naquela manhã nublada, Simone estava em seu quarto, deitada em sua cama ainda desacordada, a mesma estava enfaixada com compressas brancas pelo braço e partes do rosto. Seu braço dormente estava conectado ao soro, que jorrava lentamente para dentro de sua veia.

Na poltrona ao lado, estava Divina sentada dormindo profundamente, pois, a mesma havia decidido passar a noite ali ao lado de Simone, talvez seu amor por Simone fosse estranho ao ponto da mesma permanecer ali presente, mesmo sendo incapaz de denunciar o homem que colocou sua filha naquele estado, por conta dos seus interesses pessoais.

Simone começou a abrir lentamente seus olhos, a mesma estava sem forças e mal conseguia falar, lagrimas começaram a cair de seus olhos a medida em que a dor em várias partes de seu corpo começavam a surgir, bem como, as lembranças de tudo que aconteceu.

Naquele instante de dor, hispamos e grunhidos começaram a ecoar pelo quarto de forma intercalada em leves tossidos. Divina de imediato despertou, levantou-se e caminhou em direção a cama rapidamente.

Ao ver-lha Simone engoliu em seco, e de seguida disse em baixo tom, enquanto lagrimas escorriam de seus olhos.

― O que você faz aqui? Vai embora.

De forma inusitada, lagrimas escorreram do canto do olho esquerdo de Divina, que lentamente colocou a mão no rosto de Simone, onde começou a acarinhar.

― Eu sei que não sou a melhor mãe do mundo, mas eu sou sua mãe e não vou deixá-la aqui sozinha nesse estado.

― Eu não quero você aqui. ― Esbravejou.

― Minha menina. ― Disse já em prantos.

― Esqueceu tudo o que me disse naquela noite? Na noite em que o Cesar te desmascarou? hoje sou sua menina? Sua filha?

― Não fala nada por favor, poupe suas forças, você precisa ficar bem logo.

― Me fala, qual é o seu interesse nisso tudo? ― Indagou Simone atordoada.

Divina nada respondeu, acariciou o rosto de sua filha e de seguida deu-lhe um beijo na testa. A mesma deu dois passos para trás e de seguida disse antes de virar-se.

― Eu espero que tudo fique bem, minha filha!

Rapidamente a mesma virou-se e caminhou em direção a saída do quarto, onde adentrou ao lavabo ao fundo do corredor, trancando-se no mesmo de seguida. O silencio tomou conta do lugar, e ela caminhou em direção ao espelho, onde seu reflexo cansado, e com a maquiagem borrada refletiu. Neste instante, a intensidade de suas lagrimas intensificaram-se, a medida em que varias questões sobre seus actos começaram a preencher sua consciência vazia.

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Rogério havia passado a noite fora, como já era o habitual. Helena colocava a mesa do café da manhã quando recebeu um telefonema, onde rapidamente foi atender.

― Alo, bom dia. ― Disse.

― Helena minha prima é você? Nossa que saudade.

Helena rapidamente arregalou seus olhos, pois, a voz feminina na linha lhe era familiar.

― Isis? ― Indagou boquiaberta.

― Sim eu mesma, nossa pensei que tivesses mudado o número fixo da sua casa.

― Essa é a única coisa que não mudou na minha vida. ― Disse ironicamente.

― Mas esta tudo bem com vocês? Seu filho o Renato, nossa da última vez que o vi ele nem andava ainda.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora