Capítulo 12

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Do outro lado da porta, Rogério colocou suas mãos tremulas sobre a vidraça do bloco operatório, e de seus olhos caíram lagrimas. Naquele momento o desespero por não conseguir fazer, o que fazia com tanta com perfeição a mais de 20 anos, tomou conta de si, ao ponto de fazê-lo correr pelo corredor, com a voz do fracasso ecoando sobre sua mente.

Médicos, pacientes, enfermeiros e demais pessoas o olhavam como se o mesmo fosse um doente mental, e em pouco tempo Rogério chegou a saída do hospital, com a sensação de ter saído de uma gaiola.

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Mansão de Divina.

Divina estava tomando café na sala de jantar, quando recebeu um telefonema de Heitor, o que a fez atender imediatamente.

― Precisamos nos encontrar hoje. ― Disse Heitor.

― Depois da grosseria de ontem, você vai ter de implorar e de joelhos.

― Para com isso Divina, pelos vistos você não viu ainda o que esta circulando nas redes sociais.

― Com certeza alguma fofoca ao meu respeito.

― Ninguém, mas se lembra que você existe Divina, agora é sério, precisamos nos encontrar, o Cesar quer atrapalhar os nossos planos na construção do shopping no terreno da vila madalena.

― Meu Deus o que aquela praga aprontou agora?

― Agora não posso falar, me encontra no lugar de sempre as 07 da noite.

― Se fosse na sua casa e na sua cama, seria muito melhor. ― disse gargalhando.

― Você esta louca, não basta a loucura de ontem que você me fez cometer, imagina se alguém tivesse nos vistos, pior, se essa pessoa fosse o César.

― Isso nunca vai acontecer meu bem, se durante todos esses 18 anos ele não descobriu nada, você acha que ele descobrirá agora, me poupe e não me faca rir.

― Sinceramente a cada dia que passa eu tenho a certeza de que você é uma louca, mas enfim, te espero no lugar combinado as 07. ― Disse desligando.

Divina levantou-se e de seguida caminhou em direção do espelho por cima do aparador.

― O que será que o meu filhinho querido está aprontado agora. ― Indagou-se, e nesse momento Margot surgiu por trás.

― A senhora precisa de alguma coisa? ― Perguntou a governanta.

― Manda o motorista preparar o meu carro, que eu vou sair.

― Como quiser, se permite eu posso saber para onde a senhora vai?

Divina de imediato virou-se e encurvou a coluna para frente.

― Quanta audácia, desde quando eu te devo satisfações?

― Imagina senhora, perguntei por preocupação mesmo, vai que acontece alguma coisa.

― Aí credo, eu dispenso a sua preocupação Margot, a pior coisa que poderia me acontecer é ficar manca igual você, agora sai daqui, e aproveita para ver se a nova enfermeira está cuidando bem do decrépito do meu marido.

― A joana é uma boa enfermeira.

― Ela não faz mais que o dever dela, apesar de ser escurinha.

Margot arregalou seus olhos e nesse momento pensou.

― Tomara que você morra de um jeito bem doloroso, sua bruxa.

Divina arqueou a sombra esquerda e de seguida perguntou.

― O que você está fazendo aí parada me olhando com essa cara horrorosa?

― Me desculpe senhora, estava aqui pensando o quanto eu amo servi-la.

Divina nada respondeu, deu a volta apos olhar, Margot de cima a baixo, e de seguida caminhou em direção as escadas onde pretendia subir até seu quarto.

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Algumas horas depois, ao cair da noite Cesar chegava a vila Madalena, quando estacionou seu carro em frente a casa de Artur apos a indicação de vizinhos. Ao descer do carro o mesmo recebeu a mensagem de Heitor dizendo que iria para um jantar de negócios e chegaria tarde a casa, o que o fez deduzir que o mesmo poderia ter ido se encontrar com Divina. Naquele momento, Cesar ligou de imediato para Aníbal.

― Aníbal que bom que você atendeu logo, o Heitor mandou uma mensagem dizendo que vai a um jantar de negócios.

― Bingo, com certeza deve estar indo se encontrar com aquela desgraçada, me desculpa Cesar, mas a sua mãe não vale nada.

― Infelizmente devo concordar contigo, mas enfim coloca o plano em prática logo, eu não aguento mais ter de olhar para o Heitor como se nada tivesse acontecido, pior agora depois dessa confusão do tereno da vila Madalena.

― Não se preocupe já coloquei um detetive na cola do Heitor, se eles forem se encontrar de facto, hoje nos teremos as provas que precisamos.

― Deus te ouça Aníbal, agora vou desligar que acabo de chegar na Vila.

― Até logo, depois me liga e me conta como foi, combinei de jantar com a Helena naquele restaurante italiano que você adora, se em der vem se encontrar com a gente depois.

― Nossa gostaria tanto, mas não posso daqui vou para casa cuidar dos meus filhotinhos, a baba cedeu mais algumas horinhas, mas eu não posso abusar.

― Essa é uma das virtudes que eu admiro em você, porque meu amigo não tenho vocação nenhuma para ser mãe de miguem.

Cesar riu e de seguida desligou a chamada, colocando o celular no bolso de sua calça social preta. Feito isto, olhou para casa branca, com um jardim em frente e de seguida começou a caminhar em direção a porta em passos lentos, aumentando sua ansiedade a cada passo que dava, e se lembrava do catastrófico acidente que teve com Artur, em que suas impressões não foram boas.

Ao chegar a porta, o mesmo ganhou coragem e deu três toques na porta e ninguém atendeu e quando estava prestes a dar o quarto toque, escutou o som da voz grossa que já lhe era familiar, assim como, o toque em seu ombro.

― Procurando por alguém? ― Indagou Artur.

Naquele momento, Cesar sentiu sua espinha gelar por completo.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora