Capítulo 22 | Meu Refugio

55 9 5
                                    

Roberto Carlos, Sereia.

― O senhor está mais calmo? ― perguntou Alex com feição de preocupação.

Cesar nada respondeu, o mesmo levantou-se e de seguida caminhou em direção a janela que tinha as cortinas entre abertas, de seguida cruzou seus braços e sussurrou.

― Você lembra do dia em que a Alice nasceu?

Por trás Alex sorriu e de seguida disse.

― Sim, ela era linda como um anjo, a mulher que a gerou se apegou tanto que o senhor pensou que ela pudesse fugir e desaparecer pelo mundo. Depois de tanto tempo, pedindo por um irmão ou irmã o senhor e o papai Heitor realizaram o meu desejo, lembro dos olhos babados do papai Heitor, e mesmo com tantos defeitos e falhas, ele nos amou intensamente.

Cesar virou-se e disse.

― Sua irmã sempre foi apegada ao seu pai, agora você entende que ela nunca vai me perdoar.

― Só existe uma solução para isso.

― Meu casamento com o seu pai acabou e isso não tem volta. ― Respondeu.

― Porquê? O que aconteceu? ― perguntou.

― Meu filho.

― Fala pai, eu já sou quase um homem feito e o senhor pode confiar em mim, o que aconteceu? eu preciso saber, só assim poderei entender melhor toda essa situação e quem sabe ajudar a Alice a digerir todas essas mudanças.

Cesar aproximou-se e de seguida colocou a mão levemente ao rosto de Alex, que exalava angústia na feição de seu rosto.

― Não aconteceu nada meu filho. ― Mentiu. ― eu e o seu pai descobrimos que o amor acabou entre nos, por isso decidimos se divorciar, meu filho casais se separam e isso é algo normal.

Alex pegou na mão de cessar e de seguida tirou de seu rosto.

― O senhor está mentindo para mim, e eu vou descobrir o porquê.

― Meu filho eu.

― Não tente me enganar pai. ― Afirmou o cortando. ― eu sei que algo de muito grave aconteceu para fazê-lo decidir divorciar-se do pai Heitor, e isso com certeza esta relacionado com a nossa saída da festa ontem, esta mais que claro que o senhor queria dizer alguma coisa que eu e Alice não podíamos escutar.

― Tira essas ideias da tua cabeça meu filho.

― Para de tentar me fazer de criança, e quer saber, me da licença eu já vi que o senhor não é capaz de ser sincero comigo, mesmo eu demonstrando que estou do seu lado independente de tudo.

Cesar assentiu e de seguida caminhou em direção a porta em passos lentos, tendo seu coração quebrado em mil pedaços.

A cada passo que dava rumo a porta, sua mente se preenchia de milhões de questões, como poderia dizer ao seu filho que sua mãe é amante de seu marido? Como poderia revelar uma verdade ao qual o mesmo se envergonhava a medida em que as imagens da traição tomavam espaço em sua memoria?

Sua dor era tanta e carregada de impotência que a única coisa ao qual podia fazer naquele momento, era aliviar-se por meio das lagrimas que ganhavam espaço na fresta de seus olhos. Ao chegar na porta o travou seus passos, e lentamente virou-se e deparou-se com Alex de costas viradas e braços cruzados, tentou dizer oque guardava, mas foi em vão o que o fez desistir fazendo-o sair de imediato daquele espaço.

֍

Dia seguinte

Artur estava em sua oficina, por baixo de um carro ao qual estava a arranjar. O mesmo estava todo sujo de graxa em seu macacão marrom, e partes de seu rosto. Em meio as ferramentas o mesmo as largou, apos sua mente ser tomada pela imagem do rosto de Cesar.

― Será que você ficou bem, depois do que aquele imbecil fez? ― Perguntou-se em sussurro.

― Artur, você está aí? ― Perguntou Cesar entrando na oficina com feição de desespero.

Artur apos escutar a voz de Cesar, arregalou seus olhos e rapidamente saiu de baixo do carro, onde colocou-se de imediato em pé.

― Cesar. ― Disse e seus olhos logo brilharam enquanto mesmo tentava limpara a graxa das mãos em seu macacão.

― Eu não consegui pregar o olho a noite inteira. ― afirmou lacrimejando. ― a minha filha não aceita o meu divorcio com o Heitor, e pela primeira vez na vida eu não sei o que fazer.

― Cesar calma, eu estou aqui e

― Eu nem sei como vim parar aqui. ― Afirmou em prantos enquanto gesticulava os braços. ― entrei naquele carro sem rumo e vim parar aqui, meus filhos são tudo para mim Artur e eu não posso me dar o luxo de perdê-los justamente agora que a minha vida está desabando por completo.

Artur nada disse, se não caminhar rapidamente em direção do mesmo, Cesar chorava copiosamente quando se viu em meio aos braços de Artur, que o puxou para seus braços dando-lhe o sentimento de segurança que tanto precisava.

֍

Em meio a minha angústia, de forma inesperada me vi em meio nos braços daquele homem, que não sei porque, mas me deu a segurança que naquele momento eu tanto precisava.

Artur me soltou e naquele instante ergui a cabeça e me deparei com seus olhos que pareciam duas bolas de mel cravadas em seu rosto, e sem que pudesse prever, Artur colocou a ponta de seus dedos em meu rosto e naquele instante fechei meus olhos, e deixe-me levar pelas caricias de seu dedo.

― Calma eu estou aqui. ― Sussurrou.

Abri meus olhos lentamente, e nesse instante ele colocou sua outra mão em minha cintura onde logo puxou-me de encontro ao seu corpo. Meu coração começou a bater forte, e eu podia escutar o som do dele na mesma intensidade, minhas narinas invadiram-se pelo cheiro de sua pele suada. E depois de muito tempo toda dor e sofrimento deixou de existir, fomos aproximando nossos lábios até que ambos estavam unidos, fechei meus olhos e me permiti viver aquele momento sem medo e sem culpas.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora