Meus olhos já arregalados encheram-se de lagrimas, e sem pensar duas vezes larguei a maçaneta e recuei dois passos para trás, antes que um dos dois pudesse me ver.Aquela altura a intensidade de minhas lagrimas vieram atona, a medida em que eu me distanciava em passos silenciosos para trás, por mais dolorosa que fosse essa verdade, eu precisava pensar com cautela no que faria a seguir, não só por mim, mas principalmente pelos meus filhos que eram as maiores vítimas daquela história extremamente sórdida.
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Eu tinha 18 anos quando Alberto o meu pai, sofreu um acidente doméstico em sua casa, e ficou em estado vegetativo, foi doloroso velo completamente imóvel naquela cama fria e nada bonita. Naquela época meu mundo desabou por completo, porque por mais que minha mãe existisse, era como se não existisse, pois, ela jamais se importou comigo ou com minha irmã Simone, de lembranças de momentos em família e felizes, eu só tenho do meu pai.
Para dona Divina Cever, tudo o que importava, era o dinheiro e tudo que ele pode proporcionar, desde o luxo até ao poder, e mesmo sendo tudo isso, jamais coube em minha cabeça que ela fosse capaz daquele ato sórdido e sujo, e justamente com Heitor, o homem que jurei amar e respeitar em todos os momentos da vida. O homem que confiei cegamente achando que enfim, poderia construir o modelo de família feliz, que desejaria ter vivido não só com meu pai, mas com ela minha mãe.
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Pouco tempo depois, eu estava dentro do carro com as mãos no volante. Naquele momento toda raiva contida, veio atona, com um grito embargado pelas lágrimas que caiam de forma intensa. Lembranças dos 18 anos de casado, começaram a pairar por minha mente, sem que eu pudesse acreditar que tudo aquilo não passou de uma grande mentira.
Limpei minhas lagrimas, respirei fundo e liguei o carro e de seguida sai dali rumo ao colégio Universal, onde Helena era Diretora, e meus filhos estudavam.
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Ao chegar ao colégio Cesar tentava estacionar seu carro, quando se deparou com uma briga acontecendo no meio da calcada, e constatou que um dos envolvidos, era um rapaz magro de olhos verdes e cabelos castanhos encaracolados assim como os seu, César rapidamente desceu do carro e correu em direção da roda tumultuada.
― Alex para com isso. ― Disse puxando-o para trás.
― Me solta papai! esse idiota vai pagar por tudo o que disse.
― Cala a porra da tua boca. ― Disse o outro rapaz com a boca toda manchada de sangue. ― Eu não falei nenhuma mentira, todo mundo sabe ele é filho de duas bichinhas sim.
― E se for? o que você tem haver com isso, vai cuidar da sua vida e me deixa em paz. ― Respondeu Alex tentando avançar, enquanto eu o segurava pelo braço.
Naquele momento Helena chegava pelo portão de entrada do colégio, com feição apreensiva. Ela era alta e magra, com o cabelo castanho, ondulado e solto, oque alinhava ao fato preto formal, que valorizava o seu decote.
― Já para sala da Diretoria os dois. ― Disse em tom autoritário.
― Mas foi ele quem começou. ― Disse Alex indignado.
― Eu disse os dois. ― Afirmou e de seguida virou-se e caminhou em direção a entrada do colégio.
Alex puxou seu braço de forma brusca, e de seguida agachou-se para pegar sua mochila e seus cadernos espalhados.
Pouco tempo depois, estava César e Alex lado a lado sentados, em frente da secretária de Helena, que aquela altura aparentava estar mais serena.
― Você pode me contar o que aconteceu Alex.
― Adianta contar?
― Você tem dúvida quanto a isso?
―É claro e obvio que a senhora vai me suspender.
― Eu sempre fui justa Alex, e jamais passei pano para ninguém mesmo para o Renato que é meu filho, apesar de você ser filho do meu melhor amigo, eu preciso ouvi-lo para tomar a decisão certa do que fazer.
Alex suspirou e de seguida disse lacrimejando.
― Eu tento lidar na normalidade com as piadas preconceituosas feitas pelo Olavo, pelo facto de eu ter dois pais, mas hoje foi o limite diretora, eu não aguento mais ouvir nada daquilo calado.
― E porque você não me procurou para denunciar o Olavo.
― Por vergonha, vergonha de demostrar não ser forte o suficiente para lhe dar com os meus problemas sozinho. Meus pais são meu orgulho, e minha inspiração e tudo o que não quero e desselecioná-los com a minha fraqueza.
Naquele momento os olhos de Cesar encheram-se de lágrimas, pela emoção da declaração feita por seu filho, e então Helena Disse.
― Alex você só tem 16 anos e não precisamos ser fortes, e invencíveis todos os dias. Esta tudo bem em demonstrar fraqueza em alguns momentos da nossa vida, esta tudo bem em decidir não lutar e se resguardar, essa cobrança que você faz a si mesmo, só te prejudica.
― E o que a senhora vai fazer comigo? ― Indagou apreensivo.
― O Olavo errou e será ouvido assim como você e terá a punição de acordo com seus atos, mas você também errou em não ter se controlado e optando pela violência e por isso.
― Por isso o que? Fala logo Diretora Helena. ― Disse colocando se em pé. ― O que vai acontecer comigo!? eu serei expulso ou suspenso do colégio?
A tensão naquele momento estava instaurada naquela sala, fazendo com que Cesar respirasse fundo, pois sabia que Alex não aceitaria nada que não acreditasse que fosse justo, podendo complicar ainda mais, a sua situação.
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DOCE ILUSÃO
RomanceEm Nova York, Cesar é um advogado renomado, conhecido por suas causas sociais, e sócio de seu amigo Aníbal Bittencourt em um prestigioso escritório de advocacia. Sua vida parece perfeita ao lado de Heitor, com quem compartilha um casamento de 18 ano...