Capítulo 06

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Se eu anulasse tudo o que fiz durante todos aqueles anos pela minha família, talvez eu me perguntasse aonde havia falhado, e se não encontrasse respostas para essa questão, com certeza faria de tudo para remendar todos os buracos que surgiram ao redor da minha vida.

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Cesar estava em frente a porta, lentamente pegou e girou na maçaneta, ao abri-la deparou-se com a cena que já havia visto pela vidraça minutos atras. Alice sorria feliz, e esta mesma felicidade estava plasmada no rosto de Heitor, aquela dada altura César se perguntava como ele podia ser tão canalha com ele, e tão carinhoso com seus filhos, chegando a certeza que apesar de tudo, ele amava os filhos e isso nada e ninguém podia mudar.

Heitor ao ver-lhe sorriu e logo caminhou em direção do mesmo, onde o abraçou. Cesar permaneceu estático e frio, pois sua vontade naquele momento era de empurrar Heitor e dizer tudo que estava preso em sua garganta, mas foi nesse momento que o mesmo lembrou-se que que tinha um objetivo a alcançar e para tal, teria de suportar o abraço, toque, do homem que fez-lhe desacreditar em tudo o que havia construído naqueles anos.

Lentamente Cesar levou sua mão até então inerte em direção das costas de Heitor e a tocou, a vontade de chorar e gritar começavam a surgir, a mediada em que uma forca interna o impedia, pois, tudo o que ele queria era sair dali o mais rápido possível.

Heitor desvencilhou-se e para Cesar aquilo foi como um alívio, como se uma tonelada tivesse saído de suas costas.

― Senti sua falta meu amor. ― Disse Heitor tocando seu rosto com as duas mãos.

Cesar tentou disfarçar e de imediato deu a volta, e sorriu caminhando em direção da mesa aonde estava Alice desenhando, Heitor por trás o seguiu.

― Minha princesa, esta desenhando o que? ― Perguntou César enquanto acertava a mecha de seu cabelo castanho encaracolado por trás da orelha.

― A nossa família pai. ― Respondeu Alice entusiasmada. ― olha, eu o Alex, o senhor e o papai Heitor. ― Disse entregando o desenho a Cesar que ao ver o mesmo pegou-o e de imediato uma lagrima escorreu do canto de seu olho.

― O que você acha de mandar moldurar os desenhos da Alice e espalhar pela casa amor? ― Perguntou Heitor sorrindo de braços cruzados.

Cesar limpou a lagrima e tomou a atenção de Heitor.

― Acho ótimo, bom agora eu vou subir para tomar um banho e logo desço para o jantar.

― Não demora amor, hoje o jantar é por conta do Alex.

― Acho melhor pedir uma pizza. ― Disse Alice rindo.

― Eu ouvi Alice. ― Gritou Alex da cozinha, o que fez com que a mesma tapasse a boca como se tivesse sido pega a fazer algo de errado.

Cesar forçou um sorriso e de seguida deu um beijo na cabeça de Alice, e quando estava pestes a subir as escadas em direção de seu quarto, Heitor o fez travar.

― Eu não mereço um beijo? ― Indagou.

Naquele momento Cesar virou-se e disse.

― O dia no escritório foi muito intenso, e você não imagina a dor de cabeça que estou sentindo agora.

― Eu sei meu amor, sobe e toma um banho gostoso que eu fico te esperando para o jantar.

Cesar sorriu e engoliu em seco, e de seguida virou-se de imediato e subiu a escada rapidamente. Ao chegar a porta do quarto no final do corredor, o mesmo girou e abriu a maçaneta. Naquele instante a lembrança suja do que ali havia acontecido, tomou conta de sua cabeça e se intensificava cada vez mais, a medida em que ele adentrava em passos lentos olhando tudo ao redor.

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Tudo estava infetado, e aquele espaço não mais me pertencia, fechei a porta por trás e uma angústia tomou conta de mim, com um conjunto de sentimentos desesperadores.

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Ao chegar a Brooklyn Helena desceu de seu carro rapidamente, começando a andar pela estrada olhando por todos os cantos, até que a mesma travou seus passos e deixou seu celular cair ao chão ao se deparar com Rogério do outro lado da estrada, completamente sujo e embriagado no chão da calcada.

― Não pode ser! ― Disse atonita enquanto se aproximava.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora