Capítulo 46

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Dante estava em pé na porta do quarto de hospedes, com afeição de raiva e incomodo, enquanto via Simone acomodar Alberto na cama, com a ajuda de uma enfermeira que aparentava ter 20 e poucos anos.

― O senhor deve ter sofrido muito nas mãos daquela mulher. ― Falou Simone acertando o travesseiro de Alberto. ― Mas isso acabou papai, porque agora eu vou cuidar do senhor.

Alberto sorriu e do canto de seus olhos, escorreram lagrimas. Simone sorriu, e de seguida deu um beijo na testa de seu pai, e tomou a atenção da enfermeira e disse.

― Cuide bem dele, estarei na sala. Qualquer coisa pode me chamar.

A enfermeira assentiu com um leve sorriso, e de seguida Simone caminhou em direção a saída do quarto, passando Dante que prontamente a seguiu.

Ao chegar a sala, Simone sentou-se no sofá com feição de exaustão. Dante aquela altura estava em pé de braços cruzados, quando disse.

― Eu posso saber, quanto tempo ele vai ficar aqui nessa casa?

Simone virou a cabeça de encontro a Dante, e em tom ríspido disse.

― Quanto tempo for necessário.

― Você só pode estar de brincadeira Simone.

― De brincadeira eu?

― Você trouxe seu pai para essa casa, sem me dizer nada e acha que ficara por isso mesmo?

― Essa casa também é minha, e você foi bem claro quando disse que ele era meu pai. O que você queria que eu fizesse Dante? que deixasse ele naquela casa nas mãos da Divina, diante de tudo que esta acontecendo na nossa família?

― Me poupe Simone. Agora a Divina virou uma bruxa de conto de fadas capaz de tudo?

Simone de imediato colocou-se em pé, e olhou fixamente para Dante.

― Ela é pior que isso, aquela mulher que infelizmente é minha mãe. Pode ser uma assassina, você entendeu Dante? Uma assassina. Como você acha que eu agiria diante dessa situação?

― Ultimamente você esta saidinha demais para o meu gosto. ― Falou em tom ríspido. ― eu não esqueci do dia que você saiu daqui e foi para casa do Cesar sem me avisar enquanto estava toda machucada.

― Machucada por sua culpa. ― rebateu com firmeza. ― porque você me bateu. Afinal é o que você tem feito durante todos esses anos.

― Para com isso Simone, você sabe que eu te amo, apesar de ser do meu jeito e tem mais, sem mim você não é nada. Você precisa de mim na tua vida.

― Você está muito enganado. Sem você eu sou tudo o que eu quiser. Eu posso ser uma boa atriz, uma boa mãe, esposa e dona de casa, eu posso tudo e você não vai mais anular isso.

― Você esta louca.

― Eu não estou louca. ― Rebateu. ― eu acordei diante das suas manipulações.

―A sua sorte é que você encheu essa casa de pessoas indesejáveis, porque se não, eu iria fazer você engolir cada palavra que você disse.

― E você acha que eu ainda tenho medo de você? ― pausou para respirar fundo. ― Desde que eu soube que a Helena estava gravida, eu acordei para vida, refleti bastante e percebi, que eu estava deixando a vida escorrer das minhas mais, quando na verdade eu tinha tudo, tudo para viver esse sonho, mesmo que não fosse pelos meios convencionais.

― Acho que já passou da hora de você aceitar, o facto de você ser uma mulher seca. Na de bom pode nascer de você, você não é nada Simone, absolutamente nada.

Lagrimas começaram a brotar dos olhos de Simone, pois, por mais que tentasse não se afetar pelas cruéis palavras de Dante, isso acabava sendo em vão.

― Então porque você está comigo? ― Perguntou em tom exasperante. ― Se seu não sou nada, e sou essa mulher seca e sem nada de bom para oferecer a ninguém? Me explica Dante, porquê?

― Pena. ― despejou as palavras sem anestesia.

― Pena? ― Indagou franzindo a testa, com feição incrédula.

― Ou você achou que alguém pudesse se interessar por você? ― Perguntou sorrindo ironicamente. ― Sabe eu acho que você deveria me agradecer, afinal de contas eu fiz caridade com você, eu te transformei nessa mulher. Se hoje você tem essa voz, e consegue se impor, é por minha causa, eu sou o seu mentor. Por isso, você não é nada se eu não quiser que voce seja.

Simone baixou a cabeça, onde começou a chorar copiosamente, não demorando para erguê-la, e de seguida limpar as lagrimas. Com o olhar firme e determinado, Simone encarou Dante e disse.

― Me tornei na mulher que sou agora, não por você, mas por mim mesma. Porque se dependesse de você, eu não seria nada. O único que esteve esses anos todos de baixo da sombra de alguém, é você, e eu te digo com toda a certeza, que para mim chega, acabou. Eu quero você fora da minha vida.

― Você não pode star falando sério.

― Eu não posso e não vou viver ao lado de um homem que só me anula, e me diminui como mulher. Eu sou muito mais que isso, eu sei o tamanho do meu valor, e ninguém muito menos você poderá apagar isso.

― Simone eu...

― Nada do que você diga, vai me fazer mudar de ideia. ― Falou o interrompendo. ―Aproveita que eu ainda não denunciei você por tudo que você me fez, e arruma tudo que é seu e vai embora dessa casa, não existe mais espaço para você na minha vida.

― Simone você não pode fazer isso. Para onde u vou?

― Para qualquer lugar, onde tenha alguém digna da tua pena, porque dela, eu não preciso.

Dante engoliu em seco, e tentou conter um resquício de lagrima no canto de seu olho. Naquele momento o mesmo virou-se tentando demostrar uma superioridade, que somente existia em sua mente vazia.

Pouco tempo depois, o mesmo estava diante da porta com sua mala. A poucos metros estava Simone de braços cruzados esperando que ele saísse.

― Deixe as chaves. ― Disse Simone.

Dante tirou as chaves do bolso, e de seguida lançou ao chão.

― Você vai se arrepender por isso. ― Falou em tom ríspido.

― Arrependida estou do dia que me casei com você.

Dante a encarou com as veias fervendo de raiva, e de seguida pegou em sua mala e saiu porta fora. Quando o mesmo bateu a porta forte, foi como se um peso tivesse saído das costas de Simone. A paz que a tanto tempo não sentia, agora estava presente naquele espaço que foi palco de sua dor e tristeza.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora