Capítulo 08

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― Aí! meu filho, não resisti e vim jantar com vocês, e com meus sobrinhos. ― Dizia Divina enquanto arranjava o turbante dourado que trazia em sua cabeça.

― Vovó. ― Disse a pequena Alice entusiasmada.

Nesse momento Divina torceu o nariz e de seguida disse enquanto adentrava pela sala, desfilando com seu salto agulha preto fazendo com que seu vestido branco esvoaçasse acompanhando seus passos.

― Minha pequena, eu já disse várias vezes que eu sou vossa titia, repete comigo titia, e a mais nova hein! veja eu pareço a irmã mais nova do teu pai Cesar. ― Disse rindo.

― A senhora devia parar com isso. ― Disse Cesar de braços cruzados. ― os meninos estão cansados de saber que você é a avo deles, portanto para de confundir a cabeça deles em particular a da Alice.

― Aí! Nossa estou sentindo um clima tenso por aqui filhinho querido. ― Disse com o tom de voz suave, enquanto apertava as bochechas de Cesar, o que o fez revirar os olhos e dar dois passos para trás.

― O que a senhora veio fazer aqui a essa hora? ― Perguntou Cesar.

― Meu filho querido eu nunca te vi assim, conta para mamãe o que aconteceu?

― Pergunta para o seu genro querido, vocês são tao amiguinhos e com certeza vão se entender perfeitamente. ― Disse Cesar e de seguida virou-se e caminhou em direção as escadas.

Alex fez o mesmo, fazendo com que a pequena Alice os seguisse.

Divina deu de ombros e de seguida, sentou-se e disse.

― Estou morrendo de fome, Heitor querido peça para serviçal trazer mais um prato.

― Por acaso na sua casa não tem comida?

― Eu não acredito que você vai negar um misero prato de comida, para sua sogra querida, alias a melhor que você tem.

Naquele momento Heitor olhou para todos cantos, se certificando que não estava ninguém por perto. E de seguida sentou furioso e disse.

― Vai embora daqui você ficou louca?

― Louca porquê meu bem? porque vim visitar meu filhinho querido e os docinhos dos meus sobrinhos? Há me poupe Heitor.

― Acho que temos de tomar muito cuidado daqui para frente, o Cesar veio com umas insinuações que eu não gostei.

― Cuidado em que Heitor? ― Disse puxando o prato de Heitor enquanto picava um bife da travessa para trazer ao seu prato.

― Você quer que eu grite?

Divina revirou os olhos e de seguida disse com a voz aveludada.

― Meu bem relaxa, o banana do meu filhinho jamais ira desconfiar de nada. E quando isso acontecer nos já teremos conseguido tudo que esta no nosso plano.

― Você subestima muito o Cesar, e esquece do brilhante advogado que ele é.

Divina rapidamente levantou-se e jogou o prato no chão e de imediato colocou a mão ao peito, com feição de desolação e pavor, o que fez com que Heitor arregalasse os olhos.

― Já pensou se os meus fans descobrem sobre isso, aí meu Deus Heitor seria o fim da maior atriz que esse país já teve.

― Não viaja Divina, e para com esse drama, a sua carreira terminou lá em 78 e você sabe muito bem porquê.

― Você está me chamando de velha? ― Indagou incrédula com as mãos na cintura.

― Donzela você também não é nê.

― Mas é nos meus braços que você delira loucamente, ou você se esqueceu da manhã tórrida de amor e prazer que tivemos hoje. ― Disse com o tom de voz sensual.

― Cala boca por acaso você quer que alguém te escute? e quer saber Divina vai embora daqui, amanhã a gente conversa, que hoje eu já estou de saco cheio de tudo, inclusive de você.

― Eu vou sim. ― Afirmou simulando estar prestes a chorar. ― mas não porque você está praticamente me expulsando dessa casa como um cão sarnento, mas sim, porque uma grande atriz sabe o momento certo de sair de cena, nem mais e nem menos, simplesmente o momento certo. Au revoir meu bem.

Heitor suspirou enfurecido e de seguida caminhou em direção do escritório, onde trancou-se no mesmo apos bater a porta forte, de imediato caminhou em direção ao aparador onde tinham algumas garrafas de bebidas alcoólicas, Heitor pegou no copo que ali havia e depositou uma quantidade significativa de whisky onde bebeu de imediato, e de seguida devolveu o copo no mesmo lugar. Ao virar-se para trás, caminhou em direção a maquete do shopping que sonhava em construir no terreno onde foi erguida a vila Madalena. Naquele momento seus olhos brilharam exalando seu egocentrismo e ambição onde o mesmo disse de seguida em tom baixo enquanto acariciava a maquete de olhos fechados.

― Falta pouco, e esse projeto se tornará real.

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Enquanto isso acontecia, Artur do outro lado da Cidade na vila Madalena, adentrava a casa apos um longo dia de trabalho, o mesmo estava sujo pela graxa dos carros que concertou em sua oficina, e ao ver a feição de tristeza de sua mãe e sua filha, o mesmo fechou a porta por trás sem olhar, e disse.

― Mamãe o que aconteceu? ― Perguntou se aproximando.

― Meu filho, você precisa ficar calmo. ― Disse com cautela, pois já conhecia o génio impulsivo de seu filho.

― Que papel é esse na sua mão mamãe? ― Indagou.

― Por mais que eu tente esconder, eu sei que será em vão. ― Disse apreensiva.

― O que aconteceu mamãe? Por favor, fala alguma coisa, a senhora esta me deixando preocupado.

Neiva rapidamente entregou-lhe o documento e de seguida narrou o que nele estava escrito.

― É uma ameaça de despejo da construtora Cever, eles querem tomar a nossa casa meu filho.

Arthur já estava visivelmente enfurecido, o que o fez amassar o papel em suas mãos.

― Ninguém vai tomar nada da gente, nem que para isso eu tenha de acabar com o dono dessa maldita construtora.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora