― Aí! meu filho, não resisti e vim jantar com vocês, e com meus sobrinhos. ― Dizia Divina enquanto arranjava o turbante dourado que trazia em sua cabeça.
― Vovó. ― Disse a pequena Alice entusiasmada.
Nesse momento Divina torceu o nariz e de seguida disse enquanto adentrava pela sala, desfilando com seu salto agulha preto fazendo com que seu vestido branco esvoaçasse acompanhando seus passos.
― Minha pequena, eu já disse várias vezes que eu sou vossa titia, repete comigo titia, e a mais nova hein! veja eu pareço a irmã mais nova do teu pai Cesar. ― Disse rindo.
― A senhora devia parar com isso. ― Disse Cesar de braços cruzados. ― os meninos estão cansados de saber que você é a avo deles, portanto para de confundir a cabeça deles em particular a da Alice.
― Aí! Nossa estou sentindo um clima tenso por aqui filhinho querido. ― Disse com o tom de voz suave, enquanto apertava as bochechas de Cesar, o que o fez revirar os olhos e dar dois passos para trás.
― O que a senhora veio fazer aqui a essa hora? ― Perguntou Cesar.
― Meu filho querido eu nunca te vi assim, conta para mamãe o que aconteceu?
― Pergunta para o seu genro querido, vocês são tao amiguinhos e com certeza vão se entender perfeitamente. ― Disse Cesar e de seguida virou-se e caminhou em direção as escadas.
Alex fez o mesmo, fazendo com que a pequena Alice os seguisse.
Divina deu de ombros e de seguida, sentou-se e disse.
― Estou morrendo de fome, Heitor querido peça para serviçal trazer mais um prato.
― Por acaso na sua casa não tem comida?
― Eu não acredito que você vai negar um misero prato de comida, para sua sogra querida, alias a melhor que você tem.
Naquele momento Heitor olhou para todos cantos, se certificando que não estava ninguém por perto. E de seguida sentou furioso e disse.
― Vai embora daqui você ficou louca?
― Louca porquê meu bem? porque vim visitar meu filhinho querido e os docinhos dos meus sobrinhos? Há me poupe Heitor.
― Acho que temos de tomar muito cuidado daqui para frente, o Cesar veio com umas insinuações que eu não gostei.
― Cuidado em que Heitor? ― Disse puxando o prato de Heitor enquanto picava um bife da travessa para trazer ao seu prato.
― Você quer que eu grite?
Divina revirou os olhos e de seguida disse com a voz aveludada.
― Meu bem relaxa, o banana do meu filhinho jamais ira desconfiar de nada. E quando isso acontecer nos já teremos conseguido tudo que esta no nosso plano.
― Você subestima muito o Cesar, e esquece do brilhante advogado que ele é.
Divina rapidamente levantou-se e jogou o prato no chão e de imediato colocou a mão ao peito, com feição de desolação e pavor, o que fez com que Heitor arregalasse os olhos.
― Já pensou se os meus fans descobrem sobre isso, aí meu Deus Heitor seria o fim da maior atriz que esse país já teve.
― Não viaja Divina, e para com esse drama, a sua carreira terminou lá em 78 e você sabe muito bem porquê.
― Você está me chamando de velha? ― Indagou incrédula com as mãos na cintura.
― Donzela você também não é nê.
― Mas é nos meus braços que você delira loucamente, ou você se esqueceu da manhã tórrida de amor e prazer que tivemos hoje. ― Disse com o tom de voz sensual.
― Cala boca por acaso você quer que alguém te escute? e quer saber Divina vai embora daqui, amanhã a gente conversa, que hoje eu já estou de saco cheio de tudo, inclusive de você.
― Eu vou sim. ― Afirmou simulando estar prestes a chorar. ― mas não porque você está praticamente me expulsando dessa casa como um cão sarnento, mas sim, porque uma grande atriz sabe o momento certo de sair de cena, nem mais e nem menos, simplesmente o momento certo. Au revoir meu bem.
Heitor suspirou enfurecido e de seguida caminhou em direção do escritório, onde trancou-se no mesmo apos bater a porta forte, de imediato caminhou em direção ao aparador onde tinham algumas garrafas de bebidas alcoólicas, Heitor pegou no copo que ali havia e depositou uma quantidade significativa de whisky onde bebeu de imediato, e de seguida devolveu o copo no mesmo lugar. Ao virar-se para trás, caminhou em direção a maquete do shopping que sonhava em construir no terreno onde foi erguida a vila Madalena. Naquele momento seus olhos brilharam exalando seu egocentrismo e ambição onde o mesmo disse de seguida em tom baixo enquanto acariciava a maquete de olhos fechados.
― Falta pouco, e esse projeto se tornará real.
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Enquanto isso acontecia, Artur do outro lado da Cidade na vila Madalena, adentrava a casa apos um longo dia de trabalho, o mesmo estava sujo pela graxa dos carros que concertou em sua oficina, e ao ver a feição de tristeza de sua mãe e sua filha, o mesmo fechou a porta por trás sem olhar, e disse.
― Mamãe o que aconteceu? ― Perguntou se aproximando.
― Meu filho, você precisa ficar calmo. ― Disse com cautela, pois já conhecia o génio impulsivo de seu filho.
― Que papel é esse na sua mão mamãe? ― Indagou.
― Por mais que eu tente esconder, eu sei que será em vão. ― Disse apreensiva.
― O que aconteceu mamãe? Por favor, fala alguma coisa, a senhora esta me deixando preocupado.
Neiva rapidamente entregou-lhe o documento e de seguida narrou o que nele estava escrito.
― É uma ameaça de despejo da construtora Cever, eles querem tomar a nossa casa meu filho.
Arthur já estava visivelmente enfurecido, o que o fez amassar o papel em suas mãos.
― Ninguém vai tomar nada da gente, nem que para isso eu tenha de acabar com o dono dessa maldita construtora.
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DOCE ILUSÃO
RomanceEm Nova York, Cesar é um advogado renomado, conhecido por suas causas sociais, e sócio de seu amigo Aníbal Bittencourt em um prestigioso escritório de advocacia. Sua vida parece perfeita ao lado de Heitor, com quem compartilha um casamento de 18 ano...