Nada é mais imprevisível do que a vida, eu paro penso e chego a conclusão de que ninguém sabe viver, todos estamos improvisando como viver em um mundo que nascemos e a cada dia se torna desconhecido.
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Rogério fechou na porta por trás e começou a aproximar-se lentamente, a essa altura dos olhos de Helena caiam lagrimas enquanto a mesma esperava por uma resposta.
― Eu falhei. ― Afirmou Rogério a três passos de Helena. ― eu sou fraco, e não consigo ser homem que você precisa.
― Você não precisa ser o homem que eu preciso, mas o homem que era antes.
― Helena eu
― Você precisa se tratar Rogério. ― Esbravejou o cortando. ― isso é uma doença e enquanto você não entender e assumir que esta doente, a tua e as nossas vidas só vão se destruir.
― Não é. ― Retrucou com os olhos marejados. ― eu sei que posso parar a qualquer altura, quantas pessoas bebem no mundo e levam a vida normalmente.
― Ontem mesmo o doutro Alber ligou preocupado, você mal consegue entrar no bloco operatório do Hospital, e diante de tudo isso, você ainda acha que pode parar do nada e sem a ajuda de ninguém ou de um profissional?
― Eu não sou alcoólatra. ― Vociferou de olhos dilatados.
― Não grita. ― Esbravejou com o dedo indicador erguido. ― os filhos do César e o Renato estão lá dentro e podem escutar você, a vida é sua Rogério e você faz com ela o que quiser, o que eu não vou permitir é que você arraste o meu filho e a mim para o fundo do poço.
― O que você quer dizer com isso?
― Que a qualquer momento eu vou embora com o meu filho, e não pense que será só isso, porque se você continuar desse jeito, eu vou me divorciar de você.
Helena deu a volta e caminhou em direção ao corredor deixando Rogério estático ao meio da sala.
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Ao cair da noite.
Cesar permanecia em seu quarto deitado na cama olhando ao teto, o mesmo tentava reunir forças suficientes e melhores palavras para dizer aos seus filhos que já haviam voltado da casa de Helena, que nada mais seria o mesmo.
Lentamente o mesmo levantou-se e colocou o chinelo, e antes de asir porta fora suspirou e ergueu a cabeça. O mesmo começou a caminhar pelo corredor em passos lentos e silenciosos, onde travou seus passos na porta do quarto de Alex, que até então estava entre aberta. Alice por sua vez estava na escrivaninha desejando como sempre, e Alex sentado na cama o laptop sobre as pernas.
― Pai, até quem fim saiu daquele quarto. ― Disse Alex logo que o viu.
Cesar forcou um sorriso e de seguida adentrou ao quarto, onde sentou-se na borda da cama de seguida.
― Aproposito pai, o que aconteceu ontem? Porque nos tivemos de ir dormir na casa da tia Helena?
Alice rapidamente levantou-se da escrivaninha com a folha de papel desenhada, e correu em direção de César.
― Olha pai, fiz um desenho de Natal da nossa família, eu o senhor, o papai Heitor e o Alex, o senhor gostou? ― Indagou entusiasmada.
Cesar sorriu e pegou no desenho, e naquele instante lagrimas começaram a cair de seus olhos, respingando no desenho em suas mãos.
― Papai o senhor está chorando? Não chora a nossa família é tao bonita, e olha estamos todos alegres e felizes.
― Pai, aconteceu alguma coisa? ― Indagou Alex deixando o computador de lado, o que despertou a atenção de Cesar.
Cesar limpou suas lagrimas e de seguida disse com a voz embargada de choro.
― Eu quero que vocês saibam que vocês são tudo, tudo para mim, a minha vida sem vocês não tem sentido algum, mas vocês terão de ser fortes para o que eu vou dizer agora.
― Papai, onde esta o papai Heitor? ― Perguntou Alice com feição de tristeza.
Cesar levantou-se e colocou Alice sentada na cama, onde agachou-se em frente a mesma.
― Seu pai e eu, amamos vocês mais que tudo na vida e sempre estaremos do vosso lado.
― Papai o que aconteceu, onde esta meu pai Heitor? Ele viajou? é isso?
― Não minha filha, o seu pai não viajou, o seu pai foi embora dessa casa, porquê o nosso casamento acabou.
Lagrimas começaram a rolar dos olhos de Alice de imediato, Alex arregalou seus olhos e logo colocou-se em pe.
― Não. ― Gritou Alice em prantos. ― Eu quero o meu pai, eu quero o meu pai.
Em prantos, César pegou no rosto de Alice com as duas mãos e disse.
― Minha filha, o amor que nos sentimos por vocês será sempre o mesmo e isso ninguém nunca poderá mudar.
Alice pegou nas mãos de César e o empurrou e de seguida gritou.
― Eu quero o meu pai, ele foi embora por sua culpa, sua culpa, o senhor mandou ele embora e eu não vou perdoá-lo nunca.
Alice saiu correndo em direção a saída do quarto, cear permaneceu agachado ao chão em prantos, Alex por sua vez aproximou e agachou-se onde por seguinte abraçou-lhe de lado.
― Eu estarei sempre aqui, e relaxa pai a Alice vai entender, ela só esta confusa e com medo das mudanças que estão por vir, e não esqueça nunca, eu amo o senhor.
Apos ouvir as palavras de seu filho, Cesar virou-se e de imediato abraçou-lhe com sentimento de gratidão e reconforto, a intensidade de suas lagrimas aumentaram, pois, em meio ao abraço ele sentiu-se seguro para ser filho e não pai, e a vida tem disso com seus improvisos, hoje podes ser pai, mas amanha podes ser filho do teu filho.
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DOCE ILUSÃO
RomanceEm Nova York, Cesar é um advogado renomado, conhecido por suas causas sociais, e sócio de seu amigo Aníbal Bittencourt em um prestigioso escritório de advocacia. Sua vida parece perfeita ao lado de Heitor, com quem compartilha um casamento de 18 ano...