Capítulo 11

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― Meu amor, o que você faz aqui a essa hora? ― Indagou Heitor.

Naquela ocasião, a secretária saiu de imediato da sala com o kit de primeiros socorós que trazia nas mãos, e então Cesar aproximou-se e indagou.

― Que espécie de pessoa é você?

― Do que você está falando? ― Perguntou Heitor.

― Me informei sobre o porque você levou aquele soco que esta em todas as redes sociais, e com certeza foi bem merecido.

― Eu não acredito que você veio até aqui para me dizer esses absurdos Cesar. ― Esbravejou. ― Eu sou seu marido, e era suposto que você estivesse do meu lado, e preocupado comigo.

― Eu é que não acredito que você foi capaz de emitir uma ordem de despejo, a milhares de pessoas inocentes e só com a pretensão de construir um maldito shopping.

― Sentimentos não combinam com negócios. E você mais do que ninguém deveria saber disso.

― Foi por saber disso, que eu abdiquei da presidência da construtora para lutar por quem de facto precisa, o que eu não poderia imaginar era que o homem que eu escolhi dividir a vida, fosse capaz de pensar o contrario disso, e sinceramente Heitor não foi com esse homem que esta aqui em minha frente que eu me casei, por isso eu chego a conclusão que você foi bom ator, porque se você não fosse, eu jamais me casaria com um homem capaz de fazer, o que você fez.

― Eu comandei os negócios dessa família com braços de ferro. ― Esbravejou. ― portanto não se meta nas minhas decisões do mesmo jeito que eu não me meto nos assuntos do seu escritório.

Cesar suspirou e nesse instante escaparam lagrimas de seus olhos.

― Eu não sei como eu pude me enganar tanto com você, e quanto mais passa o tempo, eu chego a conclusão de que o maior culpado de tudo isso fui eu, sim eu, por ser um imbecil ao ponto de se iludir com palavras doces de pessoas como você.

― Pelo amor de deus Cesar, você está misturando as coisas. ― Vociferou gesticulando.

― Baixe o tom da sua voz! o que esta sendo discutido aqui vai muito além do que você pensa ou imagina, e tudo se resume a carater coisa que você já provou que não tem Heitor.

Cesar deu dois passos e completou direcionando o dedo indicador a Heitor.

― Aquela gente não esta mais sozinha, por isso eu usarei de todo meu conhecimento como advogado, e meu poder como acionista desta construtora para defendê-los de você. ― Afirmou e de seguida virou-se e saiu batendo a porta forte.

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Ao mesmo momento, Artur chegava a vila madalena quando se surpreendeu com aplausos de todos os moradores, ao mesmo instante em que gritavam que ele era o vosso herói.

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Hospital santa Ana.

Ao entardecer, Rogério estava em seu consultório atendendo seu último paciente do dia, quando de repente recebeu o chamado de emergência no bloco operatório.

― Dr. Rogério o senhor está sendo solicitado na ala 05 de emergências. ― Disse a enfermeira.

― Descrição do caso? ― perguntou saindo as pressas.

― Mulher de 35 anos, baleada na barriga pelo marido.

― Reúna toda equipe, e prepare o bloco operatório B.

― Sim senhor. ― Respondeu a mulher virando ao corredor a esquerda.

Pouco tempo depois, Rogério estava no bloco operatório com sua equipe composta por 06 pessoas, dos quais 2 eram médicos residentes sobre sua tutela.

Rogério pegou na pinça e sua testa suava demasiado, assim como sua mão tremia, o que despertou a atenção de todos ao redor que temiam que o pior acontecesse e se perguntavam o que estaria a acontecer com o mesmo.

A tensão se instalou no bloco operatório, a medida que os segundos se passavam e Rogério aumentava a intensidade do tremor de suas mãos

― Eu não posso. ― Disse Rogério recuando e largando a pinça.

― Dr. nos não temos tempo, essa mulher vai morrer se essa bala não for extraída imediatamente. ― Disse um dos médicos residentes.

― Eu não posso! ― Respondeu esbravejando.

Rogério deu dois passos para trás, e de seguida abandonou o bloco operatório.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora