Capítulo 28

34 5 6
                                    

Simone permanecia desacordada ao canto do quarto, ao lado da comoda ao qual havia batido fortemente a cabeça. Por outro lado, Dante deuse conta que seus atos poderiam ter consequências das quais o mesmo inevitavelmente sofreria.

Sua feição de satisfação pelo prazer de sua violência contra sua mulher, começou a esvaziar-se a medida em que o sentimento de medo preenchia a sua consciência, e talvez se esse sentimento fosse de remorso, um pingo de humanidade poderia existir no inescrupuloso ser que era Dante.

O mesmo rapidamente caminhou em direção de Simone, onde agachou-se e de seguida colocou o dedo em seu pescoço para ver se a mesma ainda tinha sinais vitais.

― Graças a Deus essa imbecil não morreu. ― Afirmou. ― Preciso fazer alguma coisa, ninguém pode ver ela nesse estado, isso seria o meu fim.

Divina aquela altura, adentrava a sala do apartamento de Simone, depois de constatar que a porta estava entre aberta.

― Tem alguém em casa? ― Perguntou batendo palmas ao meio da sala. ― Eu preciso convencer a Simone a votar a favor do Heitor no próximo conselho de acionistas. ― concluiu decidida e de seguida caminhou em direção ao corredor onde acelerou seus passos em direção ao quarto de Simone.

Dante estava de costas viradas a porta, tendo suas mãos na cintura com feição atordoada.

― O que esta acontecendo aqui? ― Indagou Divina adentrando a porta.

Dante virou-se de imediato com feição de susto.

― Divina, o que você faz aqui? ― Perguntou visivelmente assustado.

Divina rapidamente correu em direção de Simone, e de seguida agachou-se diante da mesma.

― O que você fez com a minha filha? Você bateu nela? ― Indagou tomando a atenção de Dante que estava em pé de braços cruzados.

― E você se importa com isso?

― Isso não te interessa. ― Afirmou se colocando em pé.

― Esqueceu das barbaridades que você disse a ela? O que foi Divina? Resolveu dar uma de mãe protetora agora?

― Como eu trato os meus filhos, isso só diz a mim, eu já desconfiava que você maltratava a Simone, mas não imaginei que fosse até esse ponto.

― Não se intrometa no meu casamento.

Divina retirou o celular da bolsa e de seguida disse.

― Quero ver se você vai dizer o mesmo a polícia, depois da deliciosa chamada que farei em poucos segundos. ― Afirmou com a voz aveludada.

Dante logo ficou apreensivo, e visivelmente com medo.

― Não preciso lembrá-lo do que acontece na prisão com homens que batem em mulheres, acredite meu bem, todos vão querer velo de trás e não é no sentido figurado da palavra.

― O que você quer Divina?

Divina gargalhou e de seguida respondeu.

― Qual seria o preço que você estaria disposto a pagar, para não ir para cadeia?

― Dinheiro?

― Não, isso eu tenho e de sobra.

― Fala, logo o que você quer de mim?

― Eu quero que você convença a Simone a votar a favor do Heitor no próximo conselho de acionista da construtora, o Cesar quer destituí-lo do cargo e eu não posso permitir isso.

― E como você quer que eu faca isso?

― Eu não sei, isso e problema seu, o que foi perdeu toda influência e domínio sobre a Simone? Creio que não querido.

― Tudo bem eu posso fazer isso, mas como você vai garantir que ninguém muito menos a polícia descubra que a Simone foi agredida? Porque se eu a levar ao hospital com certeza a polícia vai ter de ser acionada e depois disso eu serei preso.

― Quanto a isso, não se preocupe eu sei como resolver, alias a quem recorrer sem que esse assunto não atravesse por essas paredes.

― E quem seria essa pessoa.

― O Rogério.

Dante arregalou seus olhos e logo disse.

― Claro que não, você esta louca? O Rogério é marido da Helena e

― Cala a boca, e pode confiar o Rogério não vai abrir a boca para ninguém, mesmo que ele quisesse.

Dante arqueou a sombra esquerda com feição de desconfiança e logo disse.

― Pelos vistos você sabe alguma coisa dele, ou melhor um segredo.

― Isso não é da tua conta.

Dante deu de ombros e disse.

― Não me importa, desde que ele cuide da Simone e nada disso saia daqui. Mas escuta bem Divina, eu vou convencer a Simone, mas não espere que eu fique nas suas mãos para sempre, eu não gosto de ser chantageado.

Divina pegou no queixo do mesmo de forma brusca e de seguida disse.

― Cala a sua boca, você vai fazer o que eu quiser e quantas vezes eu quiser. Agora limpa essa lambança e coloque a Simone na cama, a não ser que você queira que o Rogério encontre tudo isso nesse estado.

De seguida largou o queixo do mesmo, deu a volta e saiu porta fora em direção a sala. Ao chegar na sala Divina sentou-se no sofá, e logo pegou no celular do qual discou no número de Rogério.

― Rogério, preciso que você venha imediatamente até casa da Simone.

― O que você quer Divina? Agora estou trabalhando, e tenho uma cirurgia marcada para daqui a pouco.

― Não me interessa, eu disse que quero que você venha para ca, o que foi? Perdeu a noção do perigo?

― Divina, estou ficando de saco cheio de você.

― Isso eu já sei, e já sei também que no final você vai se acabar numa garrafa de bebida, e claro que não preciso dizê-lo que isso não me importa desde que você faça o que eu quiser. Não esqueça que eu tenho um segredinho seu, já imaginou o que a Helena vai fazer quando descobrir tudo o que eu sei ao seu respeito?

― O quê você quer que eu venha fazer aí?

― Cuidar da Simone, digamos que ela sofreu um acidente e como você sabe que ela é uma atriz famosa, isso seria um escândalo se vazasse na imprensa.

― Imagino.

― Te espero aqui, em 30 minutos. ― Disse e de seguida desligou o celular antes, que Rogério pudesse responder.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora