Simone permanecia desacordada ao canto do quarto, ao lado da comoda ao qual havia batido fortemente a cabeça. Por outro lado, Dante deuse conta que seus atos poderiam ter consequências das quais o mesmo inevitavelmente sofreria.
Sua feição de satisfação pelo prazer de sua violência contra sua mulher, começou a esvaziar-se a medida em que o sentimento de medo preenchia a sua consciência, e talvez se esse sentimento fosse de remorso, um pingo de humanidade poderia existir no inescrupuloso ser que era Dante.
O mesmo rapidamente caminhou em direção de Simone, onde agachou-se e de seguida colocou o dedo em seu pescoço para ver se a mesma ainda tinha sinais vitais.
― Graças a Deus essa imbecil não morreu. ― Afirmou. ― Preciso fazer alguma coisa, ninguém pode ver ela nesse estado, isso seria o meu fim.
Divina aquela altura, adentrava a sala do apartamento de Simone, depois de constatar que a porta estava entre aberta.
― Tem alguém em casa? ― Perguntou batendo palmas ao meio da sala. ― Eu preciso convencer a Simone a votar a favor do Heitor no próximo conselho de acionistas. ― concluiu decidida e de seguida caminhou em direção ao corredor onde acelerou seus passos em direção ao quarto de Simone.
Dante estava de costas viradas a porta, tendo suas mãos na cintura com feição atordoada.
― O que esta acontecendo aqui? ― Indagou Divina adentrando a porta.
Dante virou-se de imediato com feição de susto.
― Divina, o que você faz aqui? ― Perguntou visivelmente assustado.
Divina rapidamente correu em direção de Simone, e de seguida agachou-se diante da mesma.
― O que você fez com a minha filha? Você bateu nela? ― Indagou tomando a atenção de Dante que estava em pé de braços cruzados.
― E você se importa com isso?
― Isso não te interessa. ― Afirmou se colocando em pé.
― Esqueceu das barbaridades que você disse a ela? O que foi Divina? Resolveu dar uma de mãe protetora agora?
― Como eu trato os meus filhos, isso só diz a mim, eu já desconfiava que você maltratava a Simone, mas não imaginei que fosse até esse ponto.
― Não se intrometa no meu casamento.
Divina retirou o celular da bolsa e de seguida disse.
― Quero ver se você vai dizer o mesmo a polícia, depois da deliciosa chamada que farei em poucos segundos. ― Afirmou com a voz aveludada.
Dante logo ficou apreensivo, e visivelmente com medo.
― Não preciso lembrá-lo do que acontece na prisão com homens que batem em mulheres, acredite meu bem, todos vão querer velo de trás e não é no sentido figurado da palavra.
― O que você quer Divina?
Divina gargalhou e de seguida respondeu.
― Qual seria o preço que você estaria disposto a pagar, para não ir para cadeia?
― Dinheiro?
― Não, isso eu tenho e de sobra.
― Fala, logo o que você quer de mim?
― Eu quero que você convença a Simone a votar a favor do Heitor no próximo conselho de acionista da construtora, o Cesar quer destituí-lo do cargo e eu não posso permitir isso.
― E como você quer que eu faca isso?
― Eu não sei, isso e problema seu, o que foi perdeu toda influência e domínio sobre a Simone? Creio que não querido.
― Tudo bem eu posso fazer isso, mas como você vai garantir que ninguém muito menos a polícia descubra que a Simone foi agredida? Porque se eu a levar ao hospital com certeza a polícia vai ter de ser acionada e depois disso eu serei preso.
― Quanto a isso, não se preocupe eu sei como resolver, alias a quem recorrer sem que esse assunto não atravesse por essas paredes.
― E quem seria essa pessoa.
― O Rogério.
Dante arregalou seus olhos e logo disse.
― Claro que não, você esta louca? O Rogério é marido da Helena e
― Cala a boca, e pode confiar o Rogério não vai abrir a boca para ninguém, mesmo que ele quisesse.
Dante arqueou a sombra esquerda com feição de desconfiança e logo disse.
― Pelos vistos você sabe alguma coisa dele, ou melhor um segredo.
― Isso não é da tua conta.
Dante deu de ombros e disse.
― Não me importa, desde que ele cuide da Simone e nada disso saia daqui. Mas escuta bem Divina, eu vou convencer a Simone, mas não espere que eu fique nas suas mãos para sempre, eu não gosto de ser chantageado.
Divina pegou no queixo do mesmo de forma brusca e de seguida disse.
― Cala a sua boca, você vai fazer o que eu quiser e quantas vezes eu quiser. Agora limpa essa lambança e coloque a Simone na cama, a não ser que você queira que o Rogério encontre tudo isso nesse estado.
De seguida largou o queixo do mesmo, deu a volta e saiu porta fora em direção a sala. Ao chegar na sala Divina sentou-se no sofá, e logo pegou no celular do qual discou no número de Rogério.
― Rogério, preciso que você venha imediatamente até casa da Simone.
― O que você quer Divina? Agora estou trabalhando, e tenho uma cirurgia marcada para daqui a pouco.
― Não me interessa, eu disse que quero que você venha para ca, o que foi? Perdeu a noção do perigo?
― Divina, estou ficando de saco cheio de você.
― Isso eu já sei, e já sei também que no final você vai se acabar numa garrafa de bebida, e claro que não preciso dizê-lo que isso não me importa desde que você faça o que eu quiser. Não esqueça que eu tenho um segredinho seu, já imaginou o que a Helena vai fazer quando descobrir tudo o que eu sei ao seu respeito?
― O quê você quer que eu venha fazer aí?
― Cuidar da Simone, digamos que ela sofreu um acidente e como você sabe que ela é uma atriz famosa, isso seria um escândalo se vazasse na imprensa.
― Imagino.
― Te espero aqui, em 30 minutos. ― Disse e de seguida desligou o celular antes, que Rogério pudesse responder.
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DOCE ILUSÃO
RomansEm Nova York, Cesar é um advogado renomado, conhecido por suas causas sociais, e sócio de seu amigo Aníbal Bittencourt em um prestigioso escritório de advocacia. Sua vida parece perfeita ao lado de Heitor, com quem compartilha um casamento de 18 ano...