Grande Final de Temporada | Capítulo 40

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A certeza de que Heitor havia se tornado uma lembrança carregada de camadas de amor, dor, sofrimento e ilusão ficava mais evidente a cada minuto que passava. O medo de não corresponder aos meus próprios sentimentos e às expectativas de Artur era grande, mas eu precisava entender que ele era a minha realidade, a minha verdade e matéria naquele momento. Como ele mesmo dizia, o passado não volta e a única coisa que importa é o presente.

Artur segurava Cesar em um abraço apertado, como se quisesse aprisionar aquele momento para sempre. Apesar da promessa de felicidade eterna, Cesar sentia o peso de suas próprias incertezas e angústias. A felicidade de Artur contrastava com a nuvem de tristeza que pairava sobre Cesar, tornando a decisão ainda mais dolorosa e complicada. Decidir sob a sombra da dor nunca é fácil, e Cesar sabia disso.

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Na mansão de Divina, a atmosfera era tensa. Divina, a matriarca de aparência serena, estava sentada na cabeceira da longa mesa de refeições, saboreando calmamente seu café. Seus olhos refletiam uma paz inquietante, uma calma perturbadora considerando as atrocidades que havia orquestrado nos últimos dias.

Margot e os demais empregados estavam enfileirados atrás dela, em um silêncio quase reverente, temendo qualquer desvio de comportamento. Divina, sem desviar o olhar de seu café, ordenou com uma voz fria e autoritária:

― Margot, me sirva o suco de laranja.

Margot prontamente assentiu e foi em direção à jarra de suco de laranja. Pegou-a com mãos trêmulas e caminhou até a cabeceira onde Divina estava sentada.

Ao alcançar Divina, Margot tremia visivelmente enquanto tentava encher a taça.

― Se você jogar esse suco na minha roupa, eu juro que acabo contigo, e não preciso dizer que se não tiver bom, você vai pagar caro ― afirmou Divina com um tom gélido.

Margot engoliu em seco e conteve-se. Encheu a taça de suco com cuidado. Divina pegou a taça e deu um gole, mas antes de terminar cuspiu de volta.

― Esse suco está azedo, sua idiota ― vociferou Divina.

Margot começou a tremer de medo.

Naquele instante, Divina levantou-se bruscamente e jogou o suco da taça na cara de Margot.

― Nem para fazer um suco você serve, eu devia te colocar no olho da rua.

― Me desculpe, senhora, eu...

― Cala a boca ― esbravejou Divina. ― A gente é boa e dá emprego para pessoas como você, e é isso que recebemos em troca.

― Senhora, eu posso fazer outro suco e...

― Esse suco está parecendo água com sabão. Agora sai daqui e só volte com um pano para limpar essa sujeira. Eu odeio chão pegajoso.

Margot assentiu, virou-se e correu em direção à cozinha. Nesse momento, a campainha tocou, despertando a atenção de Divina.

― O que estão fazendo aí parados? ― indagou aos outros empregados que estavam estáticos e trêmulos. ― Vão lá abrir a porta, seus imprestáveis. Não consigo entender quem vem para a casa dos outros logo pela manhã ― completou, caminhando em direção à sala de estar.

Divina posicionou-se ao meio da sala. Nesse instante, o mordomo abriu a porta, e lá estava Joseph, de braços cruzados, que prontamente entrou.

― Bom dia, eu gostaria de falar com a senhora Divina Cever.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora