Dois dias depois
Ao cair da noite, Cesar estava em seu quarto arranjando sua gravata em frente ao espelho, seus pensamentos estavam direcionados ao que viria a acontecer naquela noite, pois, sabia que desde o momento em que cruzasse pela porta, a sua vida jamais seria a mesma.
― Será que mesmo em noite de Natal, você não vai esquecer um pouco as nossas divergências de opinião? ― Indagou Heitor estático na porta de braços cruzados.
Cesar virou-se e disse.
― Como se o Natal fosse apagar as coisas que você fez.
― Meu amor. ― Disse se aproximando em passos lentos. ― por favor, vamos resolver isso, você sabe o quanto a Alice ama o Natal e desse jeito você só vai tornar o dia dela e de todos nos triste.
― Então agora a culpa de tudo isso é minha? ― Indagou Indignado.
― Não, mas você poderia ter evitado se não tivesse se metido nos meus negócios.
De sombra arqueada, Cesar respondeu incrédulo.
― Você só carimba a certeza que eu tenho de quem você é de facto.
― Agora eu virei o lobo mau da história? ― Esbravejou.
― Você é pior, e eu não sei se você sempre foi assim e escondeu bem, ou se o tempo te transformou nisso, mas por via das dúvidas eu prefiro ficar com a primeira opção e condenar a mim mesmo por ter sido tão burro, tão idiota ao ponto de não ter sido capaz de ver a sua verdadeira face quando deveria.
― É mais fácil olhar para minhas imperfeições e esquecer de tudo de bom que fiz por nós.
― Não tenta Justificar o injustificável.
―Você está fazendo tempestade em um copo de água. ― Esbravejou Heitor exaltado. ― e por pessoas que não valem a história que nos dois construímos durante todos esses anos de casamento. Olha em sua volta Cesar, essa casa, os nossos filhos. Será que nada disso é suficiente para fazê-lo entender que o Heitor da Presidência da construtora, não é o mesmo construiu tudo isso contigo?
― Por acaso você tem noção do que acabou de dizer agora? Então quer dizer que a vida e o destino daquelas pessoas não te importam, é isso?
Naquele instante Heitor, tentou responder, no entanto, as palavras travaram.
― Responda Heitor. ― Esbravejou Cesar o pressionando. ― a vida daquelas pessoas não te importam em nada? Quer dizer que você pode dormir, e viver em paz sabendo que a causa da desgraça da vida de milhares de pessoas é sua?
― É isso que você quer ouvir, pois bem, então ouça com atenção, eu não me importo com aquelas pessoas. ― Despejou as palavras sem remorso.
― Você só confirmou o que eu já sabia acerca de você.
Cesar virou-se e saiu porta fora, deixando Heitor estático e repleto de raiva.
֍
A sala da mansão de Divina estava decorada, de enfeites luxuosos de Natal. A mesa de jantar de vinte e quatro lugares estava toda ornamentada para receber os convidados que já começavam a chegar aos poucos, dentre os quais, Helena Rogério e Renato, e Aníbal.
― O César está demorando não acha? ― Perguntou Helena a Aníbal, enquanto tomava um gole de champanhe.
Helena estava visivelmente apreensiva.
― Relaxa amor, ele já está chegando. ―Disse balançando a cabeça ao ritmo da música que tocava ao fundo.
― Aníbal, estou tentando fingir, mas eu estou com um frio na barriga, será que é uma boa ideia prosseguir com o plano.
VOCÊ ESTÁ LENDO
DOCE ILUSÃO
RomanceEm Nova York, Cesar é um advogado renomado, conhecido por suas causas sociais, e sócio de seu amigo Aníbal Bittencourt em um prestigioso escritório de advocacia. Sua vida parece perfeita ao lado de Heitor, com quem compartilha um casamento de 18 ano...