Capítulo 17

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Dois dias depois

Ao cair da noite, Cesar estava em seu quarto arranjando sua gravata em frente ao espelho, seus pensamentos estavam direcionados ao que viria a acontecer naquela noite, pois, sabia que desde o momento em que cruzasse pela porta, a sua vida jamais seria a mesma.

― Será que mesmo em noite de Natal, você não vai esquecer um pouco as nossas divergências de opinião? ― Indagou Heitor estático na porta de braços cruzados.

Cesar virou-se e disse.

― Como se o Natal fosse apagar as coisas que você fez.

― Meu amor. ― Disse se aproximando em passos lentos. ― por favor, vamos resolver isso, você sabe o quanto a Alice ama o Natal e desse jeito você só vai tornar o dia dela e de todos nos triste.

― Então agora a culpa de tudo isso é minha? ― Indagou Indignado.

― Não, mas você poderia ter evitado se não tivesse se metido nos meus negócios.

De sombra arqueada, Cesar respondeu incrédulo.

― Você só carimba a certeza que eu tenho de quem você é de facto.

― Agora eu virei o lobo mau da história? ― Esbravejou.

― Você é pior, e eu não sei se você sempre foi assim e escondeu bem, ou se o tempo te transformou nisso, mas por via das dúvidas eu prefiro ficar com a primeira opção e condenar a mim mesmo por ter sido tão burro, tão idiota ao ponto de não ter sido capaz de ver a sua verdadeira face quando deveria.

― É mais fácil olhar para minhas imperfeições e esquecer de tudo de bom que fiz por nós.

― Não tenta Justificar o injustificável.

―Você está fazendo tempestade em um copo de água. ― Esbravejou Heitor exaltado. ― e por pessoas que não valem a história que nos dois construímos durante todos esses anos de casamento. Olha em sua volta Cesar, essa casa, os nossos filhos. Será que nada disso é suficiente para fazê-lo entender que o Heitor da Presidência da construtora, não é o mesmo construiu tudo isso contigo?

― Por acaso você tem noção do que acabou de dizer agora? Então quer dizer que a vida e o destino daquelas pessoas não te importam, é isso?

Naquele instante Heitor, tentou responder, no entanto, as palavras travaram.

― Responda Heitor. ― Esbravejou Cesar o pressionando. ― a vida daquelas pessoas não te importam em nada? Quer dizer que você pode dormir, e viver em paz sabendo que a causa da desgraça da vida de milhares de pessoas é sua?

― É isso que você quer ouvir, pois bem, então ouça com atenção, eu não me importo com aquelas pessoas. ― Despejou as palavras sem remorso.

― Você só confirmou o que eu já sabia acerca de você.

Cesar virou-se e saiu porta fora, deixando Heitor estático e repleto de raiva.

֍

A sala da mansão de Divina estava decorada, de enfeites luxuosos de Natal. A mesa de jantar de vinte e quatro lugares estava toda ornamentada para receber os convidados que já começavam a chegar aos poucos, dentre os quais, Helena Rogério e Renato, e Aníbal.

― O César está demorando não acha? ― Perguntou Helena a Aníbal, enquanto tomava um gole de champanhe.

Helena estava visivelmente apreensiva.

― Relaxa amor, ele já está chegando. ―Disse balançando a cabeça ao ritmo da música que tocava ao fundo.

― Aníbal, estou tentando fingir, mas eu estou com um frio na barriga, será que é uma boa ideia prosseguir com o plano.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora