No dia seguinte, Cesar estava sentado em um banco de concreto no pátio do presidio. Que tinha murros latos e quatros torres de controlo que tinham guardas armados e atentos.
Cesar pensava em tudo que estava a acontecer em sua vida, e naquele instante retirou de seu bolso uma foto de seus filhos que havia pedido que Aníbal trouxesse. Lentamente começou a acariciar a imagem, tendo seus olhos repletos já carregados de lagrimas.
― Que saudades. ― Sussurrou.
Um homem alto, de cabelos encaracolados e olhos verdes sentou-se ao lado de Cesar, e sem que o olhasse disse.
― São seus filhos?
Cesar nada disse, ignorou e o homem voltou a insistir.
― Desde que você chegou aqui não fala com ninguém. Eu sei quem você é?
― Eu não sou ninguém, me deixe em paz.
― Cesar Cever o famoso advogado das causas sociais. Você botou muitos por aqui sabia?
Cesar tomou a atenção do homem, e de seguida disse.
― Me deixa em paz.
― Calma, eu só quero ser teu amigo.
― Eu já tenho amigos que bastam. ― respondeu em tom áspero.
― Então peça aos seus amigos para te ajudarem a se salvar daquele grupinho ali. ― disse em direção a um grupo de detentos que olhavam em direção de César com semblante malicioso.
Naquele instante, César sentiu sua espinha gelar, e um medo tremendo toar conta de sua alma. Homem por sua vez levantou-se e César rapidamente o chamou.
― Oi, me desculpe.
O homem suspirou, colocou as mãos na cintura e de seguida virou-se. Naquele momento Cesar olhou na foto em sua mão, e de seguida disse.
― Eles são sim meus filhos. ― falou e uma lagrima escorreu do canto de seu olho. ―Eles se chamam Alex e Alice e são tudo para mim.
O homem sorriu e logo respondeu.
― Eu sabia, só queria puxar assunto com você.
Cesar sorriu e de seguida bateu no banco ao lado e disse.
― Senta.
Pouco tempo depois, o homem estava ao lado de César em silencio, e ambos olhavam para frente em que a metros de distância tinham alguns detentos jogando basquete, e outros ocupados com outras actividades.
― Aconteceu tanta coisa na minha vida. ― falou Cesar. ― que me fizeram desacreditar das pessoas.
― Você quer falar? ― perguntou o homem.
― Por duas vezes a minha vida não passou de uma ilusão. A confiança é como um castelo feito de areia ou cartas, que quando se destrói por mais que novamente construídos, não voltam a ser os mesmos. A única coisa que mantem em pé, são meus filhos la fora.
― Eu queria ser assim como você. ― Disse o homem em tom de reflexão.
Cesar sorriu e logo respondeu.
― Acho que você não gostaria de estar na minha pele.
― Pelo menos você tem em que se agarrar, e a certeza de que existe alguém la fora esperando por você.
Cesar tomou a atenção do homem, que naquele instante cocava seu queixo.
― E a sua família?
O homem nada respondeu, e lagrimas começaram a escorrer de seus olhos de forma intensa. O mesmo tentava conter virando o seu rosto para o outro lado, de modo, que César não visse, pois, toda quela conversa, acabou por trazer atona memorias dolorosas, que todos os dias, ele lutava para enterrar.
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DOCE ILUSÃO
RomanceEm Nova York, Cesar é um advogado renomado, conhecido por suas causas sociais, e sócio de seu amigo Aníbal Bittencourt em um prestigioso escritório de advocacia. Sua vida parece perfeita ao lado de Heitor, com quem compartilha um casamento de 18 ano...