Capítulo 20 | A Mentira

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Luisa Possi e Zizi Possi, cacos de amor

Aníbal estava ao topo da escada com a mala de Heitor, ao se aperceber do que estava prestes a acontecer começou a descer imediatamente.

― O que você veio fazer aqui? ― indagou Cesar.

― Pegar o que é meu, por acaso você esqueceu que me expulsou de casa?

― E por acaso eu não tenho motivos para isso?

― Pelos vistos, a relação com esse seu cliente retinto vai de ventos em pompa, até rosas ele está te oferecendo agora, mas não esqueça de uma coisa Cesar você ainda é casado e comigo.

― O que foi que você disse? ― indagou Cesar.

― Você quer que eu repita?

― Você acabou de chamar o Artur de retinto, você tem noção do que acabou de fazer? ― Vociferou César com feição de incredulidade, enquanto exalava indinação com seus gestos.

― E por acaso eu disse alguma mentira? ― indagou Heitor. ― Esse imbecil não é um retinto, crioulo, macaco e sei la mais o que?

― Seu racista. ― Disse Cesar desferindo uma bofetada. ― Como eu pude me enganar tanto com você durante todos esses anos.

Aquela altura, Artur já estava enfurecido e respirando de forma ofegante, estando próximo a partir para cima de Heitor, quando o mesmo foi travado por Aníbal.

César por sua vez, pegou na mala e começou a caminhar em direção a porta enquanto Heitor o seguia perguntando o que ele pretendia fazer. Ao chegar a porta, Cesar pegou na mala e jogou-a pelas escadas, onde a mesma abriu-se espalhando todas as roupas pelo chão.

Heitor desesperado correu em direção as escadas começando a recolher seus pertences, na espectativa de metê-los de volta na mala o mais rápido possível, César recuou passos em direção a porta e disse antes de fechar a mesma.

― Agradeça por eu não jogar essas roupas numa caçamba de lixo, e não se atreva a voltar nunca mais para essa casa. ― Disse e de seguida fechou a porta.

Dentro da sala, César encostou-se a porta tendo seus olhos marejados, o mesmo pediu desculpas a Artur e de seguida correu em direção as escadas onde subiu de imediato em direção ao seu quarto, ao chegar ao mesmo, fechou a porta e escorreu-se na mesma em prantos até chegar ao chão.

No exterior da casa, Heitor estava com seus olhos marejados olhando a casa ao qual passou os últimos 18 anos. Depois de juntar todas suas peças de roupa em sua mala, o mesmo puxou-a em direção ao seu carro que estava estacionado em frente ao casarão, onde colocou-a no banco traseiro e antes de entrar disse.

― Eu voltarei.

֍

― Para onde você vai assim? ― Perguntou Dante, ao ver Simone organizar-se em frente ao espelho, da penteadeira no quarto dos mesmos.

― Preciso ver meu irmão, ele deve estar arrasado depois de tudo o que aconteceu ontem.

― Esqueceu do compromisso que temos hoje?

Simone virou-se e colocou-se em pé e disse.

― Neste momento nada é mais importante que o meu irmão, depois que meu pai ficou naquele estado nos se apegamos ainda mais, você mais do que ninguém sabe que a minha mãe nunca se importou com agente.

― Para com isso Simone, o Cesar já é bem grandinho para resolver os problemas dele sozinho, e mais, ele não será o primeiro nem o último a levar uma galha na testa. ― Completou gargalhando.

― Eu não achei graça nisso. ― Respondeu Simone de braços cruzados.

Dante sorriu e de seguida caminhou lentamente em direção de Simone, ao chegar em frente a mesma pegou em seu braço bruscamente aumentando a intensidade de seu sorriso.

― Você está me machucando Dante. ― Disse tremula.

― E vou machucar ainda mais, se você não parar com essa porra. ― Disse em tom suave.

― Mas ele é meu irmão, como você quer que eu vá para um ensaio de fotos como se nada estivesse a acontecer na minha família?

― Você deveria me agradecer, você só faz sucesso porque eu existo na tua vida, a sua mãe tinha razão em tudo o que disse ontem, você não passa de uma atriz medíocre e meia boca, sem mim, você não é nada. Agora limpa essa cara e se prepare para o ensaio das fotos.

Dante largou o braço de Simone, e de seguida deu-lhe um beijo na testa saindo por seguinte por fora.

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Helena estava de costas viradas a porta ao meio da sala, com feição de preocupação pelo sumiço de Rogério na noite passada, apos escutar o som da fechadura sendo destrancada a mesma virou-se imediatamente para trás onde deparou-se com Rogério desarrumado e com o odor forte de bebida que preencheu todo o espaço.

― Eu não acredito que você fez isso de novo. ― Disse Helena com os olhos marejados.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora