DOCE ILUSÃO

Capítulo 14

Os policiais começaram a puxar Artur para o exterior da casa, em meio aos gritos de desespero de Vitoria implorando que não levassem seu pai. Quando chegaram ao exterior, Artur foi colocado no banco de trás do carro da polícia, e de seguida arrancaram.

Dentro do carro, Artur observava sua mãe e filha ao meio da estrada desesperadas, ao mesmo instante em que Neiva tentava conter o sofrimento de sua neta a abraçando-a de lado, não demorando para que os vizinhos começassem a surgir com feição de preocupação. E foi a essa altura, que Artur virou-se e baixou a cabeça, pois a imagem de todos que havia deixado, já começava a desaparecer a medida em que o carro avançava pela estrada.

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Casa de Cesar e Heitor

Ao sair do seu quarto, Cesar caminhou lentamente em direção ao poiso térreo da casa, onde acabou travando seus passos na porta do quarto de Alex que estava entre aberta.

― Como assim Vitoria, o seu pai foi preso? ― Indagou.

Em prantos, vitoria respondeu.

― Sim, e eu não sei o que fazer Alex, a minha avo esta desesperada e acabou saindo as pressas para delegacia de Manhattan, eu até tentei ir com ela mais ela me impediu.

― calma Vitoria, é o lance do vídeo do soco que ele deu no meu pai que esta em todas as redes?

― Sim.

― Eu não acredito que o meu pai fez isso, ele é quem esta errado nessa história, eu só não fui tomar satisfações com ele ontem para evitar que a situação do teu pai ficasse ainda mais complicada, e pior se ele descobre que eu sou amigo da filha do homem que lhe agrediu, poderia fazer algo ainda mais pior.

― Eu me sinto sozinha e com muito medo Alex, eu não posso perder o meu pai, ele é tudo para mim, você me entende?

― Eu vou ajudar você, fica calma que eu já sei o que fazer.

― O que você vai fazer Alex?

― Deixa comigo, mas eu te garanto que hoje seu pai estará em casa do seu lado, agora limpa essas lagrimas.

Vitoria assentiu e de seguida desligou.

Alex guardou o celular no bolso e ao virar-se deparou-se com Cesar de braços cruzados na porta.

― Pai, que susto. ― Disse colocando as mãos no peito.

― A filha do Artur é sua amiga? ― Indagou Cesar incrédulo.

― O senhor estava escutando a minha conversa?

― Eu estava passando pelo corredor e acabei escutando sem querer, me desculpe meu filho.

― Tudo bem, e sim a Vitoria é minha amiga ela entrou no colégio recentemente por meio de uma bolsa e desde então ficamos amigos, o mundo é tao pequeno que o meu pai Heitor quer despejar todos da vila em que ela morra, e por conta disso o pai da Vitoria neste caso o Artur, acabou indo dar um soco no meu pai Heitor, e hoje a polícia foi prendê-lo por essa agressão e logico que foi o meu pai quem foi fazer essa denuncia.

Cesar adentrou ao quarto, e de seguida sentou-se na borda da cama, e disse.

― Como eu já imaginava que aconteceria. ― Afirmou com feição reflexiva.

― Mas espera aí, de onde o senhor conhece o pai da Vitoria?

― Essa é uma longa historia meu filho, depois eu conto para você com detalhes, porque agora nos precisamos tirar o pai da tua amiga da cadeia.

― Era isso que eu queria pedir para o senhor.

Cesar sorriu e de seguida colocou-se em pé e tocou no rosto de Alex.

― Essa menina é muito importante para você, não é.

Alex sorriu envergonhado e logo virou-se para trás onde caminhou em direção a escrivaninha.

― O senhor sempre soube que eu tive dificuldades para fazer amizades, mas com a Vitoria foi diferente entende, foi como se eu já a conhecesse a vida inteira.

― Entendo meu filho, mas será que seus sentimentos por ela são só de amizade?

― São sim, eu não sinto nada disso que o senhor está pensando.

Cesar caminhou em direção a porta, sorriu e antes de sair perguntou.

― E como você sabe, o que eu estou pensando agora?

Alex nada respondeu, e naquele momento César saiu fechando a porta, com a certeza que seu filho estava deixando de ser um menino e se transformando em um homem, e com isso descobrindo a paixão, o amor e tudo que esses sentimentos podem trazer.

Dentro do quarto, Alex sorriu com feição de reflexão e de seguida sentou-se na cadeira em frente a escrivaninha, onde suspirou enquanto clivava na tecla de seu computador, o que resultou na imagem de Vitória surgindo na tela.

02 horas depois.

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Artur estava de costas viradas para as grades da cela, suas mãos estavam depositas na parede dando a impressão de que ele pretendia empurrá-la se assim pudesse. Em seus pensamentos surgia o rosto de sua mãe e filha desesperadas, dando espaço para a angústia por saber que as pessoas que mais amava estavam sofrendo por algo que talvez ele pudesse ter evitado.

Naquele instante, lagrimas começaram a escorrer de seus olhos, contrastando com a imagem de homem forte e inabalável que ele transparecia para todos ao seu redor. E foi aí, que a voz de alguém que lhe já era familiar, o fez despertar da angústia ao qual estava submerso.

― Eu vou tirar você daqui.

De forma imediata, Artur virou-se de encontro as grades com seus olhos marejados e arregalados.

― Cesar o que você faz aqui? ― Indagou.