Capítulo 45

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Seria Artur uma vítima de suas acções, ou culpado por elas?

A dor pela desaprovação de sua filha, pelos seus atos. Atestavam o amor incondicional que o mesmo tinha por Vitoria. Talvez aquele fosse o único lado verdadeiro de Artur, oposto ao homem carregado de sentimentos de vingança, que o cegou ao ponto de cometer inúmeras falhas.

― Vitoria, minha filha me escuta. ― Falou em tom desesperador, com a voz embargada. ― Eu sou seu pai.

Vitoria limpou as lagrimas, e respondeu rapidamente.

― Não! o senhor não é o meu pai. Agora eu me pergunto, quem é você de facto? Porque se tudo isso for verdade, não existe motivo nenhum que justifique eu ser sua filha.

― Alex, suba e arrume uma mala com suas roupas e da Alice. ― Disse Aníbal. ― Ambulância está chegando para levar o Alberto.

Alex assentiu e correu em direção as escadas rumo ao segundo piso da casa.

― Tudo isso é uma mentira minha filha. ― Disse Artur.

― Mentira? ― perguntou Aníbal incrédulo. ― até quando você vai sustentar essa máscara? Seja homem pelo menos uma vez na vida e assuma o que você fez contra o César.

― Não adianta Aníbal. ― Disse Simone em tom sarcástico. ― Esse consegue ser ainda pior que o Heitor.

― Isso não vai ficar assim. ― Disse Divina intervindo.

Aníbal gargalhou e de seguida direcionou o olhar para Divina, onde a olhou fixamente.

― Claro que não vai, até porque a próxima a ir para cadeia será você, se bem que cadeia é pouco, diante de tudo o que você já fez.

― Vocês não têm nada contra mim. ―Gritou.

― Você acha? ― Indagou exalando ironia.

― Chega, eu quero ir embora daqui. ― Disse Vitoria.

Artur tentou aproximar-se da mesma, no entanto, ela esquivou e deu dois passos para trás.

― Não se aproxime de mim. ― Falou rispidamente. ― eu não te reconheço mais com pai.

― Vitoria eu...

― Nada que o senhor diga, vai mudar o que eu estou sentindo agora. ― Falou o interrompendo. ― Aníbal por favor, me leve para casa da minha avo, claro se não for nenhum incomodo.

Aníbal assentiu. E Vitoria virou-se e caminhou em direção as escadas, onde tinha o intuito de ir buscar alguns de seus objetos pessoais.

Pouco tempo depois, haviam restado na casa Artur e Divina. Aquela altura Divina estava furiosa, andando de um lado para o outro na sala, enquanto Artur estava senntado no sofá tomando vários goles de whisky com o objetivo de esquecer tudo o que havia acontecido.

― Alguma coisa não esta certa nessa história, o Aníbal parecia que sabia, mais do que disse.

― Não viaja Divina, o que mais ele poderia saber?

― A única pessoa que poderia inocentar o César de todas acusações esta morta, ou você esqueceu do que nos fizemos com o Heitor?

― Cala boca, seu idiota. ― Falou preocupada olhando para os cantos. ― Você quer que alguém te ouça?

Artur colocou-se em pé, com a feição de desequilíbrio por conta dos efeitos da bebida.

― Que se dane se alguém ouvir. ― Gritou já em prantos. Eu entrei nisso para me vingar do Cesar pela morte do meu pai. Quando eu fui preso por ter agredido o Heitor, e o César me contou o que você fez, eu vi em você a oportunidade de realizar a minha vingança. Mas eu vejo, que essa foi a pior decisão da minha vida, porque eu perdi a única coisa que me manteve de pé durante todos esses anos, que é a minha filha.

DOCE ILUSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora