POV Ikki/POV Isaak

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Droga! Droga! Droga! Eu tinha esperanças de poder ficar sozinho com Hyoga de novo. Eu queria conhecê-lo mais. Quando saímos naquela noite, eu senti que as coisas entre a gente teriam futuro. Não sabia dizer ainda se seria só amizade ou mais do que isso. Quer dizer, claro que eu queria dar uns amassos naquele loirinho gostoso, mas ainda não sabia se era apenas atração ou se estava sentindo algo mais. E era isso que eu queria descobrir! Mas eu precisava ficar sozinho com ele. Afinal de contas, quem era aquele projeto de ciclope? De onde raios ele surgiu? E por que parecia tão íntimo de Hyoga? Isso me irritou profundamente. Eu não gostava de pensar que alguém poderia tomar algo de mim, mesmo que fosse uma oportunidade. Mesmo que não fosse meu, se eu demonstrava interesse, ninguém podia tocar. E Hyoga, definitivamente, era do meu interesse. Não importava quem aquele garoto pensava que era ou o quão próximo ele era de Hyoga, não permitiria que ele me atrapalhasse.

Entramos no meu quarto, que estava bem bagunçado. Ainda bem que Shaka não tinha fiscalizado, senão ele ia encher meu saco.

- Fiquem à vontade. - falei, me jogando na minha cama.

- Pensei que diria para não repararmos na bagunça. - Hyoga disse, um pouco debochado.

- Cala a boca. - Falei jogando um travesseiro nele.

Ele sorriu e eu também. Cara, como aquele sorriso era bonito. Que boca convidativa! Cada vez que eu olhava para Hyoga, tinha mais certeza que atração por ele era o que não faltava. Aquele loirinho não perdia por esperar. Ele que desse mole um segundo sequer. Ficamos nos encarando por um tempo. Como se não precisássemos falar um com o outro. Eu sabia que ele também estava atraído por mim, mas provavelmente tinha coisas demais na cabeça para pensar em tomar qualquer atitude. E por mais que eu quisesse agarrar Hyoga, eu sabia que não era momento. Só de olhar para ele, dava pra perceber que precisava de ajuda urgentemente. Embora, o fato de estar naquele estado não mudasse em nada o quanto ele era lindo. Eu ficara bem preocupado com as coisas que Mu e Shaka disseram. Pelo visto eu não estava muito errado. Hyoga não tinha sofrido apenas com a perda da mãe, tinha mais alguma coisa ali. E eu sabia que era coisa pesada. Sinceramente, o que aconteceu não me interessava nem um pouco, eu estava mais preocupado em encontrar uma forma de Hyoga não sofrer mais. Queria que aquele sorriso sensual e debochado continuasse em seus lábios.

Ouvi o mono olho pigarreando, como que chamando atenção para ele.

- Se vocês quiserem, eu posso sair do quarto para que se agarrem. - ele disse descaradamente, me deixando um pouco sem graça e Hyoga completamente vermelho.

- Fica quieto, Isaak! - Hyoga socou o braço do garoto.

- Que foi? Vocês dois ficam aí, se comendo com os olhos. Se eu sair, talvez possam se comer de outra forma. - o garoto riu alto, deixando Hyoga ainda mais vermelho.

- Não seria má ideia. - falei, entrando naquele jogo.

- Calados, os dois! - Hyoga falou, virando o rosto, fazendo com que Isaak e eu começássemos a rir.

- Mas agora é sério, Hyoga. Você não me falou nada sobre o moreno ali. - Isaak disse.

- Ele também não comentou nada sobre você, Mike Wazowski. - retruquei.

- Os dois estão se achando muito importantes pra que eu perca tempo falando sobre vocês. - e voltou a arrogância do loirinho.

- Ouch! Aceito. Desnecessário, mas merecido. - Isaak falou.

- Pois pra mim isso é paixão reprimida. - levantei-me da cama e me aproximei de Hyoga, o suficiente para que sentíssemos a respiração um do outro. - Pode falar que tá caidinho por mim, loiro.

- Se você nascer de novo, quem sabe.

Hyoga sorria debochado, o que me tirava um pouco do sério, no bom sentido. Eu gostava de ser provocado por aquele garoto. E toda vez que eu o via me desafiando, minha vontade era de agarrá-lo e mostrar onde era o lugar dele. Ficava me perguntando quanto tempo conseguiríamos levar aquela tensão sexual entre a gente. Parecia que o fio se romperia a qualquer momento por ambos os lados. E, pra falar a verdade, eu achava que se romperia primeiro pelo meu lado.

Doce Fruto de um Passado AmargoOnde histórias criam vida. Descubra agora