POV Camus/POV Milo

146 11 2
                                    

POV Camus

Eu e senhora Valéria chegamos ao charmoso local em que Milo e eu amávamos tomar o café da manhã. Eu empurrava a senhora Valéria na cadeira de rodas. Assim que entramos, um garçom veio ao nosso encontro. Porém, não foi preciso que ele nos auxiliasse. Logo vi Milo, junto com Aioros e Seiya. Estranho! Onde estava Saga e Hyoga? Antes de entrar em devaneios sobre onde poderiam estar, me aproximei da mesa.

- Camye, que bom que chegou! Vocês demoraram. – disse Milo.

- Depois lhe explico tudo. – apenas olhei para meu marido e ele entendeu que era assunto para mais tarde. – Aioros, Seiya, bom vê-los novamente. – disse sorrindo de leve.

- Ontem nem deu para conversarmos muito, né Camus?! Mas Saga e eu ficaremos mais um tempo aqui em Paris, poderemos nos encontrar mais vezes. – disse Aioros sorrindo docemente.

- Será um prazer! – respondi educadamente. – Antes de mais nada, gostaria de apresentá-los. Essa é a senhora Valéria, avó adotiva de Hyoga. Acredito que já o tenha conhecido. – Aioros afirmou com a cabeça. – Senhora Valéria, esse é Aioros e seu filho Seiya. Somos amigos de velha data.

- Prazer, senhor Aioros, Seiya. – senhora Valéria sorriu.

- Prazer, senhora Valéria. – disse Aioros.

Seiya permaneceu calado, apenas sorriu. Ele ficava muito inibido perto dos adultos, pois sabia que se fizesse algo errado, Saga ralharia com ele mais tarde. Sentei-me e ajeitei a cadeira de senhora Valéria na mesa. Passei o cardápio para que ela pudesse escolher o que iria comer.

- Onde estão Saga e Hyoga? – questionei.

- Eles foram ao banheiro. Estranho, já era para terem retornado. – respondeu Aioros. – Vou atrás deles.

Antes que Aioros pudesse se levantar, vimos Saga e Hyoga vindo em direção à mesa. Hyoga pareceu contente por ver a avó, mas seu rosto estava tão pálido. Não pude deixar de reparar que, além da palidez, seus olhos estavam bem vermelhos e suas olheiras bem profundas. Aquilo era preocupante! Hyoga passou pela avó, lhe dando um beijo no topo da cabeça. Ver o cuidado que ele tinha com ela, me enchia de orgulho. Isso só demonstrava para mim que aquele menino rebelde e sem educação não era meu menino de verdade. E a cada momento que eu passava ao lado dele, isso se confirmava mais. Só esperava que isso continuasse, pois eu não tinha boas notícias para dar.

- Camus, resolveu dar o ar da graça. – disse Saga, chamando minha atenção.

- Tive que dar um pulo no hospital antes de vir para cá. – respondi. – A propósito, essa é a senhora Valéria, avó adotiva de Hyoga. Senhora Valéria, esse é Saga, esposo de Aioros.

- Prazer, senhora. – Saga cumprimentou.

- Prazer. – ela respondeu.

- Então chegou quem vai nos contar toda a história de Hyoga. Confesso que estou curioso desde ontem, quando me disse que tinha um filho biológico. – Saga iniciou o assunto.

Eu dei uma leve suspirada. Não queria falar sobre aquilo naquele momento. Ainda mais com Hyoga e a senhora Valéria ao meu lado. Os dois já estavam bastante sensibilizados pela data. Ter que relembrar toda a história novamente não parecia pertinente. Mas não tinha como escapar daquilo. Comecei a contar, tentando não entrar muito em detalhes. De vez em quando eu olhava de soslaio para meu filho, tentando ver se estava desconfortável com aquilo. Claro que era só pra confirmar; ele não parecia nem um pouco confortável com aquela situação. Tentei ser o mais breve possível, mas era difícil. Era tudo muito complicado para resumir tanto. E quanto mais eu resumisse, mais eles perguntariam depois. Aquele assunto acabaria se estendendo mais do que eu gostaria.

Doce Fruto de um Passado AmargoOnde histórias criam vida. Descubra agora