voz da consciência

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Ramiro

Estacionei o carro na minha vaga do estacionamento do condomínio e saí, abrindo a porta traseira para tirar Antonella da cadeirinha.
– Ih, dormiu – Kelvin comentou ao vê-la em um soninho gostoso.
– Ela brincou demais que se cansou – dei uma risadinha baixa.
– Deixa que eu levo ela – se aproximou do banco, se inclinando para tirar minha afilhada de lá.
Ela se aconchegou no ombro dele e Kelvin cheirou seu cabelo.
-– Ela ainda tem aquele cheirinho de neném – comentou baixinho.
– Ela tem – confirmei – eu amo ficar apertando e cheirando ela
– Ramiro, eu vou levar ela pra minha casa, tô falando sério
Dei risada e segui para o elevador com eles atrás de mim.
Antonella choramingou com o susto do movimento do elevador e Kelvin a balançou de levinho, sussurrando um “shh” para que ela continuasse dormindo.
Chegando ao andar que ficava meu apartamento, vou na frente para abrir a porta e quase tomo um susto com a porta de Luana se abrindo.
– Ai, vocês estão aqui, graças a Deus – ela respirou aliviada, colocando a mão no peito.
– O que foi que aconteceu, Luana? – perguntei preocupado.
– Nada, é que vocês demoraram a voltar hoje, fiquei pensando que alguma coisa tinha acontecido
– Não, estamos bem, só saímos pra tomar um sorvetinho. Aliás, esse é o Kelvin. Kelvin, essa é a Luana
– Oi, tudo bem? – ele sorriu, impossibilitado de cumprimentá-la por estar com Antonella no colo.
– Tudo bom – Luana sorriu, acenando pra ele – bom, se todos estão bem, vou voltar aqui pro meu cantinho
Ela voltou para seu apartamento e abri espaço para Kelvin entrar no meu, apontando a direção do quarto de Antonella.
– Ah gente, que quarto bonitinho – ele sussurrou, observando o quarto dela – é tipo o sonho de toda menina um quarto assim
– Antonella é apaixonada no dela
– O quarto é melhor que minha casa inteira – brincou, colocando-a na cama e tirando os sapatinhos dela.
– Falando em casa, você não quer mesmo que eu te leve?
– Não, eu peço um uber e vou, daqui vai dar bem baratinho
Saímos do quarto, caminhando até a sala.
– E também, não quero que você deixe Antonella sozinha – ele continuou, pegando o celular no bolso.
– Ah mas ela não fica sozinha não, a Luana me ajuda muito
– Ajuda?
– Sim, ela ta sempre ali para o que eu precisar
– Falando em precisar, com uma vizinha gata bem do seu lado, porque você tem que se deslocar até o Naitandei pra buscar diversão?
Dei uma risada baixinha e me aproximei do professor, o encurralando contra a parede mais próxima.
– Não vai responder não, é? – sussurrou.
Segurei seu rosto entre minhas mãos, forçando-o a olhar para mim.
Sem dizer nada, colo nossas bocas em um beijo pra lá de gostoso. Enfio minha língua em sua boca, o fazendo derreter contra a parede e gemer em minha boca.
Kelvin se segurou em meus braços com força, como se estivesse prestes a cair a qualquer momento.
Enfiei uma de minhas coxas entre suas pernas e ele aproveitou para se esfregar, me fazendo arfar com o movimento gostoso que era seu quadril ondulando.
– Ramiro, Ramiro... – se afastou – eu preciso ir agora
Franzi a testa.
– Fiz alguma coisa?
– Não, eu só preciso ir mesmo
– Eu te acompanho até lá embaixo
– Não, não precisa, ta? Obrigada – fez um breve carinho em meu braço e jogou um beijinho, saindo do meu apartamento.
Fiquei por uns segundos parando onde estava, pensando que ele ficou estranho do nada.
Mas se ele disse que não era nada, não era nada.

Kelvin

Voltei pra casa com uma sensação esquisita que muito provavelmente eu não deveria estar sentindo.
Aquela despedida no apartamento do Ramiro foi estranha. Na verdade, eu me senti esquisito.
Sei que nosso combinado era apenas nos encontrar em momentos de necessidade, e sim, concordei com isso. Depois de hoje e do momento família de comercial de margarina, achei que daríamos uma trégua pra essa coisa casual. Mas no primeiro momento que tivemos a sós, Ramiro me encostou na parede, provavelmente pretendendo fazer coisas bobas e gostosas.
Isso me dava a impressão de que ele me via o tempo inteiro como um pedaço de carne, apenas alguém com quem ele compartilhava minutos de prazer, um cúmplice e só.
E não era assim como eu o via. Claro que eu babava no corpo incrível dele, mas eu tinha uma visão para além disso.
Decidi tomar um banho, comer alguma coisinha e falar com a voz da minha consciência, mais conhecida como Berenice.

Decidi tomar um banho, comer alguma coisinha e falar com a voz da minha consciência, mais conhecida como Berenice

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overnight (não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora