Kelvin
Estava deitado em minha cama, sentindo uma inquietação que não me deixava descansar.
Rolava para um lado e para o outro quando meu celular toca, me assustando.
– Luana? – estranhei ao olhar o visor, mas atendi, Podia ser sério.
– Oi, Lu – falei ao atender.
– Kelvin – ela falou ofegante.
– Meu Deus, o que foi?
– Estamos no hospital,a Antonella tas endo medicada porquê ta com quase quarenta graus de febre e o Ramiro desmaiou, ele tava muito em pânico. Por favor, vem pra cá, eu tô muito nervosa
Até que ela tivesse terminado de falar, eu já estava de pé, calçando os sapatos.
– É o mesmo hospital que o Ramiro tava?
– É
– Chego em dez minutos – foi o que falei antes de encerrar a ligação e pedir meu carro, pedindo ao motorista que fosse o mais rápido possível.
Cheguei na recepção já procurando os cabelos cacheados de Luana e ela me viu na mesma hora, levantando imediatamente.
– Onde eles estão?
– Antonella ta na ala infantil e Ramiro ta sendo medicado também
– Eu vou ver a Antonella e você o ramiro, pode ser?
Ela assentiu e eu corri para conseguir colocar meu crachá de visitante para conseguir ter acesso à ala infantil do hospital.
Caminhei com pressa até o local que me foi indicado e vi Antonella deitada em uma maca, os olhinhos fechados e os acessos ligados em seu braço.
Meu peito doeu e fui até ela, tocando seus cabelos com cuidado, temendo acordá-la.
– Você é responsável por ela? – um senhor de jaleco se aproximou e eu assenti – Que bom, estava mesmo querendo conversar com alguém
– Como ela tá? É alguma coisa grave?
– A menina está completamente saudável
– Como saudável? Ela veio pra cá com 39 de febre, podia convulsionar
– Sim, podia, isso era grave mesmo, mas agora ela está fora de perigo. Agora me refiro ao motivo da febre. Examinei ela e não há absolutamente nada de errado com a Antonella. Você sabe me dizer se ela passou por alguma situação emocionalmente carregada? Algum estresse ou dnotìcia e impacto?
– Posso dizer que sim... – respondi sem jeito.
Era tudo culpa minha.
– Era o que eu suspeitava – o doutor apontou – É o que conhecemos como febre psicogênica
– E isso é muito grave?
– É a famosa febre emocional, foi a maneira que o corpo dela reagiu às emoções que passou. Desde que chegou, ela não para de murmurar nomes como... – ele olhou suas anotações no papel – Ramiro e Kelvin, você conhece?
Assenti.
– Kelvin sou eu e Ramiro... Ramiro é meu namorado, pai dela
– Bom, aí está. Mas ela vai ficar bem, está recebendo os medicamentos e descansando, recomendo que os papais levem a garotinha para consultas com a psicóloga, talvez consigam evitar que situações como essa sejam muito frequentes
– Tudo bem, doutor, vamos considerar a ideia
– Eu vou mantê-la aqui durante a noite só pra ter certeza de que vai ficar tudo certinho, é você que vai ficar de acompanhante?
– Sou eu sim
– Ok, vou mandar ela para um quarto e você vai junto. Melhoras para a menininha, ela parece um anjinho – ele comentou simpático antes de se retirar.
Respirei fundo. Mais uma noite no hospital.
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overnight (não revisada)
RomanceRamiro tenta enfrentar o furacão que é sua afilhada Antonella e conciliar a vida de pai com a vida amorosa, que não vai nada bem. Até que, em uma visita ao bar que costuma frequentar, Ramiro tem uma bela surpresa: Kelvin, o professor da garotinha.