a decisão estava tomada

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Ramiro

Despertei assustado de um pesadelo extremamente assustador. Sonhava que haviam pessoas tentando tomar Antonella de mim.
Balancei a cabeça para afastar aquela memória ruim. Ninguém tiraria ela de mim, disso eu tinha certeza.
Olhei o relógio ao lado da cama e levantei no mesmo instante. Estava muito atrasado para arrumar Antonella para a escola. Como eu não ouvi o despertador?
Corro ao quarto da menina e me deparo com sua cama arrumada e vazia.
Franzi a testa e comecei a andar rápido pelo apartamento, temendo que meu pesadelo não tenha sido apenas um pesadelo.
Meu peito se aliviou quando vi Antonella e Kelvin sentados à mesa, tomando café juntos e dando risada de algo bobo.
Me encostei na parede à tempo de vê-los encenando um chá da tarde como Antonella costumava fazer comigo e suas bonecas.
Poderia ficar aqui a manhã toda os olhando juntos. Os dois amores da minha vida.
Não precisei pensar por muito tempo, a decisão estava tomada: eu iria pedir Kelvin em casamento assim que pudesse.
– Ei, você ta aí! – Kelvin chamou minha atenção.
– To aqui, achei que tinha perdido a hora da escola – me aproximei da mesa.
– O tio Kelvin me arrumou pra escola e fez esse penteado super lindo de princesa – Antonella virou para que eu visse seu cabelo trançado.
– Foi? Ficou lindo
Antonella sorriu daquele jeito lindo, deixando os olhinhos quase fechados.
Me abaixei para deixar um beijo em sua cabeça e me aproximei de Kelvin, deixando um beijinho em seus lábios.
– Dormiu bem?
– Tão bem que perdi a hora – dei risada – Obrigado por arrumar ela
– Não precisa agradecer. Aliás, hoje eu busco ela na escola, ta? Queria levar ela pra passear no shopping ou coisa assim. Pode ser?
– Claro. Hoje tem fisioterapia, quero saber se já to liberado pra dirigir
– Tomara que sim, tenho muitos lugares legais pra fazermos em família
Nossa conversa foi interrompida pelo celular de Kelvin tocando.
Ele olhou para a tela, a expressão de confusão clara no rosto.
– O que foi, amor? – perguntei.
– O mesmo número de ontem – ele virou o aparelho para mim.
– Vai atender?
– Não – ele negou com a cabeça.
– E se for, sei lá, alguma proposta de emprego?
– Não acho que seja, me ligaram ontem super tarde. Deve ser golpe ou coisa assim, não vou atender

overnight (não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora