quem é Luana?

189 27 0
                                    

Ramiro

A semana passou tão rápido que, ao final dela, senti que não havia feito absolutamente nada. Apenas vivendo no automático. Escola, trabalho, escola, casa, academia... nada de muito novo na rotina.
E acho que foi isso que me atraiu tanto na ideia de me encontrar casualmente com Kelvin. Poxa, eu vivia a minha vida com uma devoção pela rotina que as vezes cansava e a possibilidade de encontrar com alguém diferente me animava, mais ainda às escondidas.
E foi pensando assim que dirigi até o Naitandei, sábado à noite, encontrando Kelvin do lado de fora do estabelecimento.
– Oiê – ele sorriu – recebi sua mensagem
– Eu não posso ficar muito tempo – estendi a mão para ele.
– Nossa, nem um boa noite? Pra onde você ta me levando? – protestou quando comecei a puxá-lo na direção contrária do nosso ponto de encontro.
Sem responder, abri a porta de trás do meu carro, apontando com o queixo para que Kelvin entrasse, fazendo o mesmo em seguida.
– Você vai me sequestrar? Se sim, saiba que todos os meus amigos são lisos, eu não tenho família e o salário de professor é uma merreca. Eu juro que me sequestrar é um grande prejuízo, mas se você quiser, eu tenho uma listinha de inimigos um pouco mais endinheirados que talvez valha a pena o esforço – Kelvin tagarelou sem parar.
– Kelvin?
– Hum?
– Cala a boca e me beija
Antes que ele pudesse reagir, puxei sua nuca, trazendo sua boca de encontro à minha.
Senti o gosto da bala que ele provavelmente estava comendo, era doce como cereja.
Minha mão entrou por dentro da camiseta que ele usava, acariciando a pele macia da cintura, deslizando até o peitoral e passando os dedos pelos mamilos que já estavam durinhos.
Levei essa mesma mão para as costas de Kelvin, passando o antebraço por seu tronco e puxando-o para o meu colo. Por ele ser baixinho e consequentemente pequeno, cabia no espaço entre meu corpo e o teto do veículo.
Suas mãos tremulas começaram a desabotoar minha camisa, puxando do meu corpo com certo desespero.
– Ramiro, preciso do seu toque – ele murmurou, levando minha mão para tocar o volume no meio de suas pernas.
Logo, tudo não passou de um borrão e minhas mãos masturbavam Kelvin enquanto ele também me tocava.
Passei o polegar por sua glande rosada e ele estremeceu.
– Eu vou gozar – anunciou em sussurros e senti seu corpo tremer em cima do meu.
O rapaz recostou a cabeça em meu ombro e senti seu corpo amolecer enquanto sujava minha mão com o líquido viscoso.
Mais um pouco e eu também senti o familiar formigamento, o tremor e meu corpo perdendo as forças. Entre gemidos e murmúrios, voltei à minha consciência, assim como Kelvin, mas estávamos cansados demais para falar ou nos movimentar.
Acredito que o professor estava inseguro sobre relaxar seu corpo sobre o meu e o puxei para mais perto, permitindo que jogasse seu peso e relaxasse.
Depois de alguns minutos em silêncio, Kelvin sussurrou:
– Achei que você não pudesse ficar muito - levou a mão até minha barba, acariciando de forma íntima demais, me fazendo perceber que estávamos avançando um sinal que não se encaixava nos conformes de “sem compromisso”.
O afastei delicadamente.
– Tenho que ir, Antonella não vai poder dormir na Luana hoje
– Luana? – ele perguntou enquanto se sentava ao meu lado.
– É, ela tem compromisso hoje
Me estiquei até o porta luvas do carro, trazendo uma caixa de lenços para nos limparmos.
– Então eu já vou indo
– Ta bom, vai com cuidado
– Você não vai me dar nem um beijo? Ta bom – deu de ombros.
Soltei uma risada nasalada e o puxei para um beijo nada rápido.
– Tchau, Ramiro – me jogou um beijinho e saiu do carro, me deixando só.

Kelvin

Ficar me esfregando no Ramiro vez ou outra, no escondidinho, era bom e gostoso, mas estava ficando chato.
Era como ter o melhor dos dois mundos. Digo isso porque Antonella era uma menina agradável e muito inteligente, não era nada difícil se apaixonar por ela. E ela gostava bastante de conversar, então me contava como seu tio era incrível, como eram os seus dias juntos e em como gostaria que seu tio tivesse uma namorada ou um namorado.
O que me surpreendeu pois não imaginava que Ramiro havia tido essa conversa com garotinha.
– E por que você queria que seu tio tivesse uma namorada ou um namorado? – perguntei.
Ela bebeu mais um gole de seu suquinho e me olhou.
– Acho que todos os adultos precisam de namorado, assim eles podem levar os filhinhos pra tomar sorvete
Franzi a testa.
– Como assim? Seu tio não te leva pra tomar sorvete?
– Não, ele leva, mas é diferente
– Diferente como?
– É que uma vez eu vi em um filme que um papai e uma mamãe levavam o filhinho pra tomar sorvete, daí eles seguravam na mão do filhinho e eram muito felizes
Senti como se agulhas furassem meu coração simultaneamente.
Antonella não sabia se expressar corretamente, mas entendi que, na verdade, ela queria receber um amor que representasse os pais dela, mas em gestos.
Ramiro podia dar a ela todo o amor do mundo, mas jamais iria suprir a falta que os pais dela faziam.
– Meu amor, termina o seu lanchinho que já, já vamos voltar pra sala, ta bom?
Ela assentiu e eu peguei meu celular, abrindo a conversa escassa com Ramiro, resumida à marcar encontros.

– Meu amor, termina o seu lanchinho que já, já vamos voltar pra sala, ta bom?Ela assentiu e eu peguei meu celular, abrindo a conversa escassa com Ramiro, resumida à marcar encontros

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
overnight (não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora