Kelvin
— Ramiro, sério, eu vou ficar sabendo uma hora ou outra, me conta logo — falei fechando a cara, tentando convencer meu marido a me contar para onde estávamos indo.
— Não, na hora você vai saber
— E se eu não tiver levando roupas apropriadas?
— A Berenice te ajudou com a mala, não tem erro
— Aquela é outra traidora também, achei que fosse minha amiga, mas nem pra isso ela ficou do meu lado — me sentei na cama, cruzando os braços.
Ramiro ficou andando de um lado para outro no quarto, sibilando coisas que eu não entendia, e eu fiquei olhando sua bunda tal qual um cachorro de frente àquelas churrasqueiras que ficam girando o frango.
— Acho que você não me ama mais — murmurei emburrado, deitando de bruços na cama e escondendo o rosto entre os braços, me segurando para não começar a rir.
Escutei a risada de Ramiro antes dele pedir:
— Kelvin, vem aqui
Minha resposta saiu abafada:
— Não
Dei um gritinho surpreso quando Ramiro me puxou pela perna, me pegando no colo.
Escondi meu rosto em seu pescoço.
— Olha aqui pra mim — ele pediu.
— Hum-hum — murmurei.
Ramiro enfiou o rosto no meu pescoço e eu me afastei, jogando o peso do corpo para trás, o deixando longe de um dos meus pontos fracos.
Mas contra Ramiro, força física era só perda de tempo. Logo ele me rodeou com um dos braços, colando nossos troncos e nos deixando cara a cara.
— Da pra você parar de ser tão dramático?
— Não é drama, só estou triste que você não quer contar pra mim... — fiz um biquinho.
— Mas é surpresa
— Você contou pra Berenice!
— Pra ela te ajudar com a mala
— Casa com ela, então...
Ramiro me olhou sério por alguns segundos e ponderei se eu não havia dito alguma besteira, mas senti meu corpo ser jogado de volta na cama e meu marido ficar por cima de mim.
Meus braços estavam presos por suas mãos e minhas pernas imóveis entre suas coxas.
— O que você disse?
— Casa com ela, então — repeti.
— Você ainda tem coragem de repetir, é?
— Casa. Com. Ela. Então. — repeti pausadamente, o provocando, mas sentindo o frio no pé da barriga.
Ele se aproximou do meu ouvido.
— Acho que a Berenice ia gostar disso daqui... — sussurrou, mordendo de o lóbulo da minha orelha, passando a ponta da língua em seguida — ou disso daqui — sussurrou passando o nariz muito de leve por meu pescoço, causando um arrepio por meu corpo inteiro — O que você acha?
— Hã?
Eu já não estava pensando em nada e não fazia ideia do que estávamos falando.
Soltei um gemido quando ele mordeu a pele do meu pescoço.
— Baixinho, a Antonella ta em casa
Ergui o quadril à medida que ele lambia e beijava mais meu pescoço.
Ramiro soltou minhas pernas e eu as coloquei uma de cada lado de sua coxa esquerda, me dando espaço suficiente para me esfregar.
O movimento do meu quadril combinado ao estímulo maravilhoso em meu pescoço eram o suficiente para eu conseguir gozar ali mesmo, sem nem precisar tirar a roupa.
Quando eu estava quase lá, Ramiro parou, se afastando de mim.
— O quê? — perguntei frustrado.
— Vou lá com a Berenice, acho que ela vai gostar mesmo — ele deu de ombros, se fazendo de desentendido.
Franzi o cenho, me levantando no mesmo instante e encostando Ramiro na porta, com certa brutalidade até.
— Você não vai à lugar algum — cutuquei seu peito com o indicador — Você é meu, ta entendendo?
Abri a calça, tirando meu pau do aperto e empurrei Ramiro para baixo pelos ombros.
Sem dizer mais nada, ele ajoelhou e me engoliu quase inteiro.
Suspirei com o alívio e seguro em seus cachos, puxando o suficiente para mantê-lo no lugar e movimento meu quadril, fodendo sua boca.
— Meu. Meu. Meu. — repeti diversas vezes, para ele e também para o ciúme que parecia me incendiar por inteiro.
Mordi o lábio, segurando o gemido alto que quis sair ao sentir minha musculatura enrijecendo à medida que gozo na boca de Ramiro.
Meu marido se levanta após me limpar com a boca e segura meu pescoço com sua mão enorme, me mantendo no lugar.
Abro a boca e sinto-o colocar em minha língua o que eu havia acabado de despejar em sua boca. Tudo virando uma mistura entre nosso beijo.
— Temos que terminar de pegar as coisas — ele falou enquanto eu ainda estava apoiado em seu corpo, pós orgasmo.
— Temos — concordei, sem me mover.
Ramiro riu e me afastou, me empurrando para o banheiro.
— Vai se limpar
— Me limpar — assenti.
— Não demora ou vou ter que levar outra pessoa comigo, talvez a Beren... — o interrompi, virando abruptamente e quase matando com meu olhar.
— Nem termina essa frase ou eu vou me jogar da janela da sala
Meu marido deu um tapa na minha bunda.
— Vai logo, rei do drama, temos um voo pra pegar
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overnight (não revisada)
RomanceRamiro tenta enfrentar o furacão que é sua afilhada Antonella e conciliar a vida de pai com a vida amorosa, que não vai nada bem. Até que, em uma visita ao bar que costuma frequentar, Ramiro tem uma bela surpresa: Kelvin, o professor da garotinha.