Ramiro tenta enfrentar o furacão que é sua afilhada Antonella e conciliar a vida de pai com a vida amorosa, que não vai nada bem.
Até que, em uma visita ao bar que costuma frequentar, Ramiro tem uma bela surpresa: Kelvin, o professor da garotinha.
Diretora Gladys me chamou para uma reunião e eu não em sua porta depois da aula. – Com licença, a senhora me chamou? – Chamei, querido. Senta – apontou para a cadeira em frente à sua mesa. – Ta tudo bem? – perguntei inseguro. Gladys não era de fazer essas "reuniões". – Bom, isso quem vai me dizer é você. Hoje de manhã eu peguei o tio daquela aluna órfã te dando... alguma coisa – Era o lanche da Antonella, ele falou – Você não espera que eu acredite nisso, não é? – Dona Gladys, eu.. – ela ergueu o dedo indo, me fazendo calar a boca no mesmo instante. – Kelvin, você é um ótimo profissional mas sabe bem o que pode e o que não pode aqui no colégio – Sei sim – concordei. – E relacionamento entre professores e pais de alunos é estritamente proibido – Tenho ciência – Está acontecendo alguma coisa entre você e o Senhor Neves? – Na está – respondi prontamente. – Você tem certeza? – Dona Gladys, eu não sei onde a senhora quer chegar, mas não vai conseguir nada me pressionando a confessar algo que não existe – Tudo bem – ela assentiu – mas saiba que eu não sou boba, muito menos cega. Se eu pegar algo de errado, eu te demito por justa causa – Pode ficar tranquila que isso não vai ser necessário – ergui o queixo – posso ir? – Pode – ela sorriu e eu me levantei, saindo o mais rápido possível daquela sala. Respirei fundo, nervoso e ansioso também. Eu e Ramiro somos muito discretos no ambiente escolar, não falamos nada além do necessário e guardamos os beijos para lugares mais discretos. Preciso ser muito mais distante do Ramiro, dentro da escola. Mas agora não era hora de pensar nisso, eu precisava espairecer um pouco. Pedi um carro por aplicativo e fui até o shopping, passeando por algumas lojas. Mas quando passei pela loja que personalizava pelúcias, não resisti, precisei entrar e comprar algo para Antonella. O quarto dela era repleto de bichinhos e simplesmente não resisti. Comprei um unicórnio e o enchi de acessórios como roupas, bolsa e patins. Quase desmaiei no caixa quando fui pagar mas imaginar a expressão da garotinha ao ganhar o presente foi o combustível para digitar a senha na maquininha.
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