overnight (não revisada)

nome de bebê

Kelvin

– Ramirooo – chamei levantando rapidamente da cama e entrando no banheiro, encontrando um Ramiro molhado e completamente nu – Olá! – sorri o olhando da cabeça aos pés.
Ele riu.
– O que houve?
– Ah ta... olha! – mostrei para ele o meu telefone, mesmo que ele não pudesse ler pois eu estava pulando.
– O que ta escrito aí? – ele semicerrou os olhos enquanto enrolava a toalha ao redor da cintura.
– A Cândida me mandou a mensagem falando sobre aquele show particular para a Antonella que a gente falou uma vez
– Ah, ela vai amar! – ele falou animado, me puxando para um abraço e dando um beijinho em meu rosto – Quando vai ser?
– Amanhã!
– Já?
– Aham – assenti – a gente pode ir na minha casa depois? Preciso pegar minhas coisas pra me montar e ficar bem lindona para a minha garota
– Claro, eu só vou me vestir e a gente vai lá. Depois podemos buscar a Antonella na escola e tomar sorvete
– Eu gosto dessa ideia
– Vamos contar para a Antonella sobre o show?
– Acho que podemos fazer surpresa
– Boa ideia
– Tô animado! – dei uns pulinhos seguindo Ramiro para fora do banheiro.
– Sabe que essa coisa de você se apresentar no Naitandei me lembra do dia que te conheci?
– É? – perguntei.
– É, eu te vi primeiro, toda gloriosa cantando no palco
Sorri bobo e Ramiro segurou meu queixo, deixando um beijinho em meus lábios e outro em meu nariz.
Me sentei na cama para esperar que ele se vestisse.
– Você lembra o que eu tava cantando?
Ramiro pensou por alguns instantes enquanto vestia a cueca.
– I put a spell on you
Assenti, rolando na cama e deitando de barriga pra baixo.
– Coloquei mesmo um feitiço em você – sorri contente.
Ele se aproximou para desferir um tapa em minha bunda.
– Você é um danado
– Eu sou mesmo – balancei as pernas no ar – Mas sabia que eu botava muit fé que nunca mais te veria? Na verdade, eu nem ia deixar você entrar. Eu já tinha parado de atender há tempos e fiquei bem desinteressado quando a Cândida falou que tinha gente querendo passar a noite comigo
– Ainda bem que você aceitou, né? Se não, eu ia desistir de você e aí tudo seria diferente – falou terminando de se vestir.
Estiquei a mão para ele e o puxei pra deitar na cama ao meu lado.
– Obrigado
– Pelo que?
– Por ter ido atrás de mim naquele dia. De verdade, acho que minha vida era vazia demais antes de vocês. Agora tudo parece fazer sentido, sabe? É uma sensação muito louca
– Me sinto da mesma forma, sabia? Não que minha vida com a Antonella fosse vazia, mas agora que tenho você, parece que encaixou
Senti meus olhos marejando e pisquei para afastar as lágrimas.
– Ai, como eu sou bobo – dei uma risada sem graça.
– O que foi? Por que você se emocionou?
– Não é nada, só que eu te amo muito
– Ah meu amor, eu também te amo muito – Ramiro me puxou para si, dando vários beijinhos por todo o meu rosto, finalizando com um selinho.
– Acho que são os hormônios da gravidez – brinquei.
– Do Ramirinho?
– Ramirinho? – fiz uma careta, me levantando da cama.
– O nome do nosso filho
– Kevinho – corrigi e Ramiro se levantou em seguida.
– Claro que vai ser Ramirinho
– Ramirinho não é nome de neném
– E o que é nome de neném?
– Kevinho
– Isso não é nome de criança – Ramiro negou.
– Claro que é
Peguei minha bolsa e Ramiro pegou o celular, desligando as luzes de casa.
– Ramirinho é mil vezes mais fofo – saí do apartamento e Ramiro veio atrás, trancando a porta.
– Não mais do que Kevinho
– Preciso de argumentos
– Pode ter certeza que eu vou falar o caminho inteiro, você vai sonhar com o Kevinho, de tanto que eu falo desse bebê
– Ramirinho – ele corrigiu e eu bufei, revirando os olhos.
– Não!
Ramiro e eu descemos do carro que nos deixou na entrada do condomínio onde eu morava e fomos caminhando até onde meu apartamento ficava.
Me sentia em um romance adolescente por sentir as borboletas em meu estômago só por andarmos de mãos dadas. Sentia milhões de borboletas voando dentro de mim quando Ramiro fazia um carinho inconsciente com o polegar em minha mão.
Borboletas essas que morreram no momento em que vi a figura impaciente na frente do meu bloco.
– Mãe?