ele te ama também

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Kelvin

Despertei de um soninho bom ao sentir uma mão gelada tocando em mim.
– Só mais cinco minutos, Rams... – resmunguei ainda sem abrir os olhos.
– Não é o Ramiro, sou eu, Luana
Abri os olhos imediatamente, envergonhado por pensar que ainda estava na casa de Ramiro.
– Ah, oi, desculpa. Eu nem percebi que eu... – comecei a falar, sentando no sofá que eu já havia até me habituado a dormir.
– Ta tudo bem. Só vim te chamar pra tomar um café, o Rodrigo ta com o Ramiro – me estendeu um copo com café preto.
– Obrigado – aceitei o copo, soprando antes bebericar um golinho – Que horas são?
– Ainda é cedo
– Antes das 7?
Luana assentiu.
– Você vai trabalhar?
– Vou
– Desculpa ter te chamado e te colocado nessa, mas eu não conseguiria dar conta dos dois sozinha
– Não, nem se desculpa por isso. Eu daria a minha própria vida pela Antonella – olhei a menina dormindo, serena e tranquila.
– Você gosta muito dela mesmo, né?
Assenti veementemente.
– Muito. Muito mesmo – meu sorriso surgiu de forma instantânea no rosto – Eu achava que era só carinho de aluna e professor, mas com ela é tudo muito maior. Eu amo essa menina
– Que lindo – Luana sorriu.
– E o Ramiro?
– Ele ta bem, só vai ficar até realizar uns exames
– Ele passou a noite bem? Já tomou café?
Luana deu uma risadinha.
– Pelo visto, não é só a Antonella que você ama muito
– O Ramiro? – tossi engasgado com café – Não, não – balancei a cabeça negativamente.
– Você não gosta dele?
– Nós... não estamos mais juntos
– Não foi isso que eu perguntei
– Acho que é cedo demais pra responder sobre isso – levantei – Eu tenho que ir, você fica aqui?
– Claro
Me aproximei de Antonella e deixei um beijinho em sua testa, tomando cuidado para não acordá-la.
– Kelvin – Luana chamou antes que eu pudesse passar pela porta e eu me virei para olhar – Eu acho que ele também te ama
Sem jeito, desviei o olhar e assenti, saindo o mais rapidamente dali.
Me movi o dia inteiro como um zumbi. Apesar de ter dormido à noite, minha preocupação com Ramiro e Antonella no hospital me deixava inquieto.
E ficar recebendo notícias de Luana apenas por mensagem, sem poder ver ou tocar, era quase que nada.
E durante o restante dos dias, evitei encontrar com a garotinha, temendo que ela achasse que e a odiava.
Digo isto porque Gladys passou a semana toda em cima de mim como um urubu e tenho certeza que faria uma super cena de me ver até sorrindo para a minha Antonella.

overnight (não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora