uma make e um sonho

197 21 0
                                    

Kelvin

Depois de uma foda gostosa no banheiro, eu e Ramiro tomamos banho e me joguei na cama para dormir.
Ramiro se juntou à mim e assim fomos até sabe Deus que horas.
Quando acordei, estava sozinho na cama e novamente Antonella estava deitada ao meu lado, acariciando meu rosto.
– Suas pintinhas são bonitas – sussurrou passando o indicador sobre a ponte do meu nariz.
– São sardinhas – deu um sorrisinho sonolento para ela  – cadê seu tio?
– Ta na cozinha
Me espreguicei e me sentei na cama, esperando o despertar chegar ao meu corpo.
Antonella se jogou sobre mim, me abraçando e deixando beijinhos em meu rosto.
– Ah, eu trouxe uma coisinha pra gente. Você consegue arrastar minha mala até aqui? – apontei para a mala no canto do quarto e ela levantou para buscar.
Não estava tão pesada pois coloquei umas mudas de roupa no armário.
Antonella me ajudou a abrir e vi seu rosto se iluminar ao ver o que havia ali.
Tirei com cuidado a peruca loira com mechas cor de rosa, a mesma que eu usava na foto estampada em minha sala.
– Você trouxe aquele cabelo lindo! – a garotinha sorriu, estendendo a mão, mas não tocando – eu posso passar a mão?
– Claro, eu trouxe pra você usar
– Pra mim? – me olhou incrédula.
– Sim, você não quer?
– Eu quero muito, tio Kelvin – ela deu pulinhos na cama.
– A gente pode fazer maquiagem um no outro, o que acha?
– Uma ideia linda
Eu ri.
– Então deixa eu arrumar seu cabelo pra gente colocar essa peruca e depois a minha
– Ta bom – ela assentiu e sentou de costas para mim, me dando livre acesso ao seu cabelo.
Depois de prender bem, encaixo os fios loiros da melhor maneira que consigo pois sua cabeça é bem menor que a circunferência da peruca.
– Como eu fiquei? – virou para mim, sorrindo.
– Ta linda!! – passei as mãos pela peruca e depois por suas bochechas, fazendo carinho – agora eu vou colocar a minha. Você aproveita e olha aqui qual cor de maquiagem vai querer e qual você vai fazer em mim também – falei entregando-a uma paleta de sombras.
Antonella ficou um tempo pensando, batendo o dedinho indicador no queixo e olhando uma por uma das cores da minha paleta.
Quando finalmente eu havia colocado a peruca ruiva, ela anunciou:
– Quero azul e pra você, amarelo!
– Eu amei a escolha. E a minha peruca, você achou que ficou bom?
– Ficou linda em você, titio
– Vem mais pra perto pra gente começar – pedi, abrindo um espaço no meio das minhas pernas, a colocando sentada de frente para mim – Você pode usar esse pincel – entreguei a ela um dos meus pincéis de maquiagem, pegando um para mim também.
– Você pode me ajudar a pegar a sombra? Eu tenho medo de estragar – Antonella pediu.
– É só você esfregar bem levemente, não precisa de força – peguei sua mão, direcionando até a sombra e a ajudando a sujar o pincel.
– Ta bom, entendi – assentiu.
E assim, ela trouxe seu pincel até minha pálpebra, espalhando com um pouco de dificuldade.
– Olha, eu gostei – sorriu para resultado e se empenhou em pegar mais sombra.
Enquanto ela se distraía espalhando maquiagem em meu olho, peguei um pouco de blush e espalhei sobre suas bochechas, sem exagerar demais pois seu rostinho já tinha esse rosado natural.
Quando ela já havia maquiado meus dois olhos, pediu meu pincel de blush e eu entreguei a ela, mas não antes de passar por seu nariz, fazendo cócegas.
Antonella deu uma risada gostosa que me fez rir também.
– Você parece uma bonequinha de tão linda
– Você também é lindo, tio Kelvin. Seu rostinho, o seu nariz, as suas pintinhas e os seus olhinhos – listou enquanto passava distraidamente o blush por minhas bochechas.
Quando terminei a sombra em seus olhos, penteei suas sobrancelhas e peguei um lápis para contornar sua boca.
– Pra que serve isso? – perguntou olhando o lápis com curiosidade.
– É pra desenhar ao redor da boca antes de passar o batom. Você quer também?
– Sim – assentiu.
– Tud bem, eu faço em você e depois você pode fazer em mim
A boca dela não deu absolutamente trabalho nenhum porque era pequena e perfeita.
Depois entreguei o lápis para ela, que começou a contornar minha boca, com certeza da maneira mais torta pois eu podia senti sair dos limites dos meus lábios.
De repente, a porta do quarto se abre e Ramiro entra como um furacão, parando ao nos ver de peruca e maquiados.
– Atrapalho?
– Não, entra aí – neguei com a cabeça e peguei um batom, espalhando na boca da garotinha à minha frente.
Antonella escolheu outra cor de batom e começou a passar em mim, sob o olhar curioso de Ramiro.
Ele se aproximou de nós e subiu na cama, olhando cada detalhe de nós dois.
– Posso falar uma coisa?
– Depende... – respondi.
– Vocês estão lindas
– Ataque de beijos no titio! – Antonella levantou um braço e pulamos juntos em cima de Ramiro, que caiu deitado na cama, recebendo várias marquinhas de beijo pelo rosto.

overnight (não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora