5. Investigação concluída

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Meghan

        Hoje eu também não obtive nenhuma novidade. Ainda não tive a oportunidade de falar com Drogo. Na cantina, ele mal nos cumprimentou e Sarah foi logo me puxando. Ela age estranho, eu mal a conheço e parece que tem ciúmes quando ele se aproxima.

        Estava na delegacia entregando o relatório. Quando chego no hotel, tomo banho e depois entro em contato com a família da Mia.

        — Alô, boa noite! Aqui é a Detetive Evans, de Nova York.

        — Boa noite! Sou a Melissa Cooper, mãe da Mia.

        — Eu gostaria de saber se poderei ir até a sua casa amanhã, fazer umas perguntas?

        — Claro que sim! Pode vir. Tudo para encontrar a minha filha.

        Sua voz era trêmula.

        — Está bem. Amanhã estarei aí. Tenha uma boa noite!

        Ela deve estar sofrendo. Esses casos não são fáceis. Quando se está relacionado a desaparecimentos. É uma coisa repentina que acontece. Uma pessoa sumir sem dar explicações, sem se despedir. Os familiares ficam desesperados sem saber o que fazer. Com medo do que possa ter acontecido, de encontrar seu ente querido morto em algum lugar deplorável, de saber que sofreu antes de morrer. Crimes assim são os piores. Tanto para a vítima quanto para os familiares. Eu não quero que sofram. Quero descobrir o que houve. Eles também precisam saber.

        De manhã passo na delegacia e digo que vou investigar a casa da Mia, eles me dão um mandato, caso eu encontre alguma evidência. Pego o carro fornecido do departamento e vou para a residência. Era simples. Uma típica casa americana, com um grande gramado na frente. Localizada em um bairro bom. Tentei refazer o percurso da Mia, da universidade até aqui. Deu para olhar bem ao redor. Um trecho de lá para cá é deserto e tem uma grande floresta. Como o xerife explicou. Se ela veio andando, alguém deve ter a sequestrado e a levado para a floresta. Porém, existe a possibilidade dela ter entrado na floresta. Talvez algo louco de se pensar. Uma garota entrando em uma floresta sozinha? Cheio de animais selvagens? Mas poderia ter acontecido. Eu não descarto essa possibilidade. Lá ela deveria ter se encontrado com alguém ou queria ir para um lugar onde pudesse ficar sozinha. Várias possibilidades. A porta se abre e uma mulher por volta dos quarenta e cinco anos aparece. Ela estava com os olhos inchados e vermelhos. Estava chorando.

        — Entre.

        — Com licença.

        A sigo até a sala. Um homem estava sentado no sofá falando ao telefone, mas ao me ver desliga.

        — Querido, essa é a detetive.

        — Oi, prazer. Sou a investigadora Meghan Evans. Estou encarregada do caso da Mia.

        — Pode ir embora. Aquela menina com certeza fugiu. Ela era rebelde e desobediente. Não precisamos de detetive. — Ele se levanta e sai. A esposa começa a chorar.

        — Me desculpe por isso — funga. — Eles dois não tinham uma boa relação. Ele é padrasto. Sente-se por favor.

        Talvez agora as coisas se encaixe. Por que ele a odiava?

        — Me fale sobre a sua filha. Como ela era, o que costumava fazer, os lugares que frequentava, com quem se relacionava. Tudo! — pego meu bloco de anotações.

        — Ela era carismática. Mesmo depois da morte do pai, tentava não ficar triste. Era gentil, estudiosa e um pouco impulsiva. Costumava ir às festas da faculdade, festas dos amigos e sempre saía com eles. Tinha vários amigos, a Sarah, o Loan, namorava com Drogo Bartholy. Quando eu soube fiquei impressionada — expressa um pouco surpresa. — Minha filha namorando um dos rapazes da família mais influentes de Mystery Spell? Eu não acreditei. Quando o meu marido veio morar conosco, ela não aceitou muito bem e começou a ficar mais rebelde. Chegava e se trancava no quarto. Quase não jantava com a gente. E sempre brigava com ele. E eu sempre brigava com ela — abaixa a cabeça. — Eu não entendia o que ela queria. E depois do desaparecimento, pensei que pudesse ter fugido. Mas suas coisas estão todas aqui. Como fugiria sem levar nada, nem o celular? O encontrei todo destruído.

        — Se me permite, posso investigar o quarto?

        — Claro. Venha comigo.

        Ela abriu a porta do quarto. Não era tão grande, mas era bagunçado como de uma adolescente.

        — Está bagunçado assim porque ela deixou — ela ri triste. — Vou deixar você à vontade. Com licença.

        Sai e fecha a porta. Observo. Roupas no chão, os lençóis em um emaranhado. Ando pelo ambiente em busca de algo que possa me ajudar. Vejo o notebook. Vou confiscá-lo e levar ao departamento. Depois vou até o guarda roupa. Nada demais. Também não tinha nada nos livros, nenhuma anotação. Abro a primeira gaveta da cômoda, apenas um carregador e um headphone. Abro a segunda, não havia nada. Quando tentei abrir a terceira estava trancada. Algo valioso para Mia estava ali dentro. Vou em busca de algo que sirva como "lock pick". Encontro um grampo de cabelo. Faço minhas façanhas para abri-la, até que eu consigo. Se revela um diário. Começo a lê-lo. Por mais que seja antiético, tenho que saber o que ela realmente fazia. A maioria das páginas eram sobre os dias na universidade, mas revelava que não se sentia completa com tudo aquilo. Se sentia deprimida. Quando chego na parte do padrasto é bem revelador. Me surpreendi! Vivia com um criminoso dos piores. Revelou que ele a abusava enquanto a mãe estava trabalhando e que era ameaçada se falasse alguma coisa. Agora eu preciso entregar isso para a justiça. Esse desgraçado tem que ser preso. Quando chego na penúltima folha, dizia que alguém estava propondo uma nova vida a ela. Se referia à pessoa como "ele", não havia nome. Dizia que era uma chance que não iria desperdiçar. Na última folha há a revelação. Falava que iria para um lugar onde poderia encontrar poder para se vingar. Não falava onde. Então com isso se resolve o caso. Ela não foi sequestrada ou está morta. Ela fugiu. Com alguém. Mia era de maior, já tinha vinte anos. Então isso não torna responsabilidade dos pais ou das autoridades. Era responsabilidade dela. Terei que confiscar esse diário e o notebook. Pego os dois e saio do quarto.

        — Senhora Cooper?

        Ela e o miserável estavam na sala. Espero que essa mulher não seja cúmplice da barbaridade dele.

        — Não achei coisas muito relevantes, mas terei que confiscar esse computador e o diário.

        — Diário? — ele fala surpreso.

        — Sim, senhor! — Miserável!

        Ele se levanta.

        — Me dê isso! — estende a mão para que eu entregue.

        — Desculpe, senhor, mas aqui poderá ter provas do paradeiro dela.

        — Querido, deixe-a levar.

        — Tem um mandato?

        — Sim — mostro a ele.

        — Isso não prova nada. Você está aqui sozinha. Não tem nenhuma equipe com você. Que tipo de investigadora é você?

        — Esse caso é especial. Eu estou disfarçada na cidade. Por isso estou sozinha. Mas se não acha suficiente o mandato, posso ligar para o xerife.

        Pego meu telefone e ligo.

        — Alô, xerife?... Aqui é a Meghan... Estou na casa da Mia e tenho algumas evidências para levar para o departamento. Porém, mesmo com o mandato, o padrasto dela não deixa eu levar... Como você é a autoridade máxima na cidade, poderia me autorizar?

        Coloco no viva-voz.

        — Sim, Meghan. Eu autorizo que você traga as evidências. Se ele se negar, mandarei uma viatura para trazê-lo também. Ele deverá se explicar.

        Ele me olha assustado.

        — Obrigada, xerife — desligo. — Como vê é uma ordem do chefe da cidade. Ainda vai me barrar, senhor? — pergunto séria.

        — Não, pode levar — ele fala com raiva.

        Esse desgraçado vai preso. E também o caso se encerrará. Pelas próprias palavras da Mia, ela fugiu. Nunca pensei que encerraria o caso em quatro dias. Nem precisei interrogar Drogo e os seus amigos. Melhor assim! A vinda até a casa me poupou muitos esforços.


















Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora