Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1

22. Vampiro com sede

Meghan

          — Eu não sei se acostumo. Isso não parece ser a minha praia, nem a sua.

          Estamos no meu quarto assistindo a um filme de terror. Drogo estava no sofá e eu sentada no chão, perto da mesinha de centro. Ia começar a editar as fotos.

          — Doce... Tudo no seu tempo. Apenas vamos curtir um ao outro. O que está fazendo? — se aproxima.

          — Editando as fotos. Drogo... — o encaro. — Eu... não quero que a gente se magoe. Sério! Se estamos ficando para uma coisa ruim, melhor pararmos. Porque só estamos aqui por uma sensação de necessidade que sentimos. Realmente gostamos um do outro? E se nos apaixonarmos?

          Eu gostava da ideia de ficar com ele. Mas ainda tinha aquele sentimento de insegurança. Nós estamos em um relacionamento sem um compromisso sério, mas e se eu me apaixonar de verdade? E ele não me querer mais? Aí sim vou estar encrencada. Mas gosto de pensar que isso pode ser o início de uma coisa boa. Gosto da sua companhia. Ele me faz bem. Estou disposta a me arriscar, mesmo que no final, eu possa me ferir.

          — Sabe? Você é a minha exceção.

          Surpreendo-me com suas palavras. Lembro-me quando disse que não queria mais relacionamentos. Que desistiu do amor por causa de tudo que passou. Que iria viver sozinho.

          — Eu prometi a mim mesmo que não iria mais me envolver. Depois da Mia e da Blaire. Mas aí veio você. Eu gosto de você. Nesses poucos dias que estivemos juntos, me esqueci das minhas angústia. Você me distrai, me alegra. Eu nunca me senti tão à vontade assim. Não me preocupando em manter a pose de bad boy na sua frente, com medo de perder a credibilidade. Eu percebi que consigo ser mais... espontâneo. Então decidi que tentarei mais uma vez... com você. E espero não ter mais decepções.

          Fico um pouco desnorteada. Isso foi uma declaração? Sento ao seu lado no sofá.

          — Loirinho. Também tem o direito de saber o que sinto. Confesso que ainda tenho medo. É praticamente um tiro no escuro, já que é a minha primeira vez. Estou ciente que posso me magoar. Eu não imaginei que minha vida mudaria assim. Primeiro, a morte dos meus pais; segundo, eu indo para Mystery Spell, onde minha vida mudaria; descobrindo que sou bruxa, depois Viktor me transforma, daí conheço você e cá estamos nós. Em um rolo. Então vamos aos poucos. Não quero me entregar de vez. Só... deixa fluir naturalmente.

          Ele coloca as mãos em cada lado do meu rosto e me faz olhá-lo fixamente.

          — Eu prometo que não vou te magoar.

          Retiro-as e as seguro.

          — Não podemos prometer nada um ao outro agora. Senão a decepção será maior. Sem promessas. Quando realmente estivermos seguros, damos os próximos passos. Primeiro: nos conhecer. Segundo: nos envolver mais profundamente. Terceiro: garantir que nada nos separe e que estaremos lá um pelo outro. Temos que ir por fase. Nunca podemos nos jogar de cabeça. Concorda comigo?

          — Concordo. Quantas vezes me joguei de cabeça e me decepcionei? Você é mais pé no chão que eu. Talvez eu precise de alguém que me coloque na linha.

          Ele ri e eu acompanho. Volto a sentar no chão e a editar as fotos.

          — Já falamos tantas vezes como vamos nos alimentar. Agora nem sei mais como — falo. — Não vamos mais beber sangue um do outro. Sabe o que isso causa, não sabe?

          — Sim. Por isso vou roubar bolsas de sangue do hospital.

          Me viro com tudo e o olho chocada.