31. Meu passado

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Meghan

        Três dias se passaram. Ainda estranhávamos o fato de Lorie ter crescido, mas já estava me acostumando. Viktor, Ismael e Amelie ainda estavam aqui. O clima na mansão não era o dos melhores. Drogo, Peter e eu, ficamos incomodados com a presença de Viktor. Ele não recuava e a aura dele nos acuava. Sentia a opressão apenas no olhar que direcionava. O clima entre ele e Drogo era muito tenso, parecia que a qualquer hora iriam se golpear. Sempre tentava tirar Drogo do mesmo ambiente para evitar que isso acontecesse. Viktor estava nos marcando desde quando chegamos de viagem. Os únicos confortáveis com a presença eram Nicolae e Lorie, Ismael e Amelie.

        Neste momento estou no jardim da mansão, sentada no banco de madeira, branco. Drogo estava na faculdade com Peter. Viktor estava no escritório, passava muito tempo lá. Nicolae saiu para resolver assuntos na prefeitura. Os magos estavam na biblioteca e Lorie estava vindo em minha direção.

        — Está tudo bem, Meghan? Está afastada ultimamente.

        Ela senta ao meu lado. Seu novo estilo se assemelha muito ao modelo coreano. Usava um vestido justo, branco e um blazer, rosa claro.

        — Eu apenas... estou evitando conflitos. Quanto mais eu fico quieta na minha, melhor.

        A brisa fresca sopra contra meu rosto. Era agradável. Ouço a risada de Lorie, ela olhava para um ponto fixo na frente.

        — Está assim por causa do papai. Meghan, ouça... — olha nos meus olhos. — Torne-se amiga dele. Viktor não é tão mau assim. Ele me salvou, se fosse terrível, teria me deixado para morrer. Mas ele optou por me fazer parte da vida dele. Dê uma chance e verá que fará de tudo por você.

        — Eu não vejo assim, Lorie. Ele já deixou claro o quão mau é. Eu sou do tipo de pessoa que não gosta de ser oprimida. É assim que me sinto com ele. Sinto que se pisar na bola, fará de tudo para eu ver o inferno. Então prefiro estar na defensiva. Não quero conflitos. Algumas coisas eu não concordo com o pensamento dele, como você concorda. Não posso segui-lo sem me questionar do que realmente faz ou deixa de fazer.

        — É uma pena que pense assim. Sei que ele não é do tipo brincalhão ou acessível, mas é compreensivo.

        — Se fosse compreensivo, deixaria a gente ir. Principalmente Drogo.

        Um silêncio ensurdecedor impera entre nós. Sei que ela concorda com o que falei. Sei que entende o nosso lado. Por isso não há o que discutir.

        — Érr... Bom, o que vai fazer agora? Ainda vai trabalhar na delegacia como detetive?

        Ela muda de assunto para quebrar o gelo que se formou.

        — Sim. Já falei com o xerife. Começo semana que vem novamente. Expliquei de forma vaga e coerente minha situação. Disse que moraria com os Bartholys, porque eles quiseram me acolher para o bem da cidade, já que são parte das famílias fundadoras. E você? O que vai fazer?

        — Adivinha? — fala, com certa empolgação. — Irei fazer faculdade de moda. Tcharam!

        Eu sorrio. É bem a cara dela mesmo.

        — Começo mês que vem. Agora vou poder ir com os meninos e ver qual é a emoção da faculdade. Passei tantos anos na primeira série.

        — Não se esqueça que os meninos se formam esse ano. E você está apta para uma faculdade?

        — Claro que sim! Nicolae sempre me ensinou todas as matérias de todas as séries. Eu só ia na escola para disfarçar.

        — Bom... — levanto. — Vou até a biblioteca. Preciso falar com a Amelie e Ismael.

Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora