Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1

49. Temos que chamá-lo

Drogo

          Eles saem e eu abro os olhos. Meio grogue, levanto lentamente. Não encosto nas paredes nem na grade. O sangue de Sebastian é fraco. Não foi o suficiente para me fortalecer por completo. Preciso de sangue humano.

          — Sebastian! Jones, acorda — falo baixo para ninguém ouvir. Balanço-o. Ele abre os olhos, pesadamente. Tenta se levantar, apoiando os braços no chão. Eu o ajudo. — Esses seus músculos não servem para nada, hein, Jones! Está mais fraco que uma mosca.

          Coloco seu braço ao redor do meu pescoço, reúno minhas forças e o ergo. Esse cara parece pesar uma tonelada. A porta da cela estava estreita, tínhamos que passar sem encostar.

          — Sebastian, tenta se erguer ao máximo... Ei! — chamo sua atenção.

          — Ah... — tenta se sustentar em mim. — Tudo bem.

          — Não podemos encostar.

          Passo bem devagar. Primeiro passo o meu corpo. Depois puxo Sebastian com cuidado, já que ele estava cambaleando. Foi um momento tenso.

          — Pronto — olho para frente.

          Era um enorme corredor, com várias celas. Parecia uma prisão. Uma prisão medieval. Era tudo antiquado e antigo. Assim estávamos expostos. Tínhamos que ficar em algum lugar coberto. Não tinha ideia de onde estávamos, porém precisava da saída.

          — Aqui... — Jones estava ofegante. — É... uma masmorra... desde a criação de Mystery Spell. Aqui é onde... os imorais eram trazidos e condenados. Era a prisão. Estamos... no subsolo. Esse lugar... — ele dá uma pausa para respirar — é gigante. Onde estamos é mais longe da superfície. Temos que subir... o que é equivalente a cinco andares.

          Isso ia dificultar. Eu mal conseguia me sustentar e ainda tinha que carregá-lo.

          — Tudo bem. Você nos guia?

          — Vou... tentar.

          Fiquei cauteloso. Qualquer passo em falso chamaria atenção dos bruxos. Isso não podia acontecer. Não estou em condições de lutar. Sarah disse que não somos mais úteis, então se nos pegassem, nos matariam.

          Cheguei ao final do corredor e uma escadaria de pedra estava lá. Nos levaria para cima. Um por um, subia os degraus e carregava Sebastian para me acompanhar. Eu poderia deixá-lo aqui. Pelo o que me fez e por sermos inimigos naturais, mas minha consciência pesaria mais do que eu poderia imaginar. Se eu fizesse isso, me sentiria mais terrível do que já estou pelo o que fiz com Meghan. 

          No topo da escada tinha uma porta antiga, fechada. Espero que ela não esteja sob feitiço. Encosto meu dedo rapidamente e consto que não está. Sarah foi descuidada ao deixar a porta aberta. Pensou que estávamos praticamente mortos. Demos sorte.

          Abro devagar, vejo que é um túnel. Velas em pequenos buracos nas paredes de pedra estavam acesas. Era um caminho único. Apenas caminho com Sebastian. Chego ao final e uma escada de ferro enferrujada estava fixa na parede.

          — Jones, temos que subir. Vai primeiro, eu te ajudo.

          Ajudo-o a se segurar e a subir. Com muita dificuldade, ele se rasteja para conseguir. Quando chega ao topo, ainda estou na metade.

          — Drogo...

          Quando chego quase no topo, a escada despenca comigo. Caio e bato minhas costas com tudo no chão.