47. Infestação de lobos

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Drogo

          Eu estava fraco. Aquele choque que eu levei acabou comigo. Estava jogado no chão da cela, assim como Sebastian. Não sei o que houve, mas ouvi barulho de grades de ferros sendo abertas e uma gritaria. Depois ficou tudo silencioso. O cheiro dos lobisomens havia se dissipado, apenas o meu coração e o do Sebastian eu ouvia.

          Tento alcançá-lo, o balanço pelos ombros na tentativa de fazê-lo acordar. Balbucia palavras inaudíveis. Mal conseguia abrir os olhos. Comecei a sentir uma tontura muito forte e um enjoo incontrolável. Vomitei. Ofegante, despenco no chão, de braços abertos, olhando para o teto. Tento manter minha mente ligada. Não sei o que as bruxas fizeram, mas não conseguia mandar nenhum sinal para Nicolae. Eu estava bloqueado.

          — O que elas fizeram comigo?

          Pergunto, tentando achar uma resposta. Pelo visto tudo o que eu fiz de ruim com Meghan está se voltando contra mim. Certamente morrerei aqui. Nem minha vingança vou conseguir. Sou muito azarado. Para tudo. Suponho que seja melhor assim.

          Mãe, logo estarei com você. Me perdoa por ter sido esse moleque inconsequente, por ter feito muitas pessoas se preocuparem e chorarem por mim. Me perdoa!

          E outra vez, cedo à escuridão.

Meghan

          Estava começando a ficar nervosa. Primeiro, ainda estava abatida pelo Robert. Segundo, estava em choque com a minha gravidez. Terceiro, tensa por Drogo. E quarto, a cidade estava um caos. Os lobisomens estavam atacando como se fosse lua cheia, mas era minguante. As bruxas fizeram algum feitiço para que ficassem assim, tenho certeza.

          Entretanto, algo estava estranho. Luis, Dave, Jacob, Daniel, Martín e Juan não foram afetados. Apenas Paolo, Alejandro e Raphael, betas de Juan, que estavam acorrentados na floresta lá fora.

          — Isso é estranho — falo. Estávamos em uma roda, em reunião, ao redor da mesa de jantar. — Só eles três que foram afetados? Será que elas escolheram quem seriam?

          — Não tenho certeza — Juan diz. — Eles não me escutam, não obedecem o meu comando. Eu poderia controlá-los, mas estão fora do meu alcance. Não sei o que houve.

          — Eu poderia descobrir — Margot se prontifica. Os Bartholys estavam aqui também. Percebi que eles estavam envergonhados comigo. — Posso usar minha magia e descobrir se estão por efeito de alguma.

          — Então devemos fazer isso já — Karen, a irmã vampira de Isabelly, fala.

          — Então vamos logo — Dave fala, se direcionando para a porta.

          — Meghan, me ajuda?

          — Tudo bem — respondo Margot.

          Chegamos na floresta onde eles estavam. Eram lobisomens gigantes, uns dois metros. Estavam sobre duas patas e furiosos. Tentavam quebrar as correntes para nos alcançar.

          — Meghan, vamos fazer um feitiço de identificação. Se possível, me dê um pouco da sua energia que eu faço sem problemas — Margot me estende a mão.

          — Certo! — seguro a mão dela.

          Sinto minha energia sendo sugada. Mas não muito. Margot estende a mão para os lobisomens e conjura as palavras. Uma ventania muito forte sopra contra nós. Sinto-a tremer, mas não para de conjurar as palavras. Os lobisomens ficam agitados e começam a uivar. Margot começa a falar mais rápido e começa a pegar mais da minha energia. Seu nariz começa a sangrar e ela começa a suar.

Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora