19. Beijo atrevido

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Meghan

          Eu morria de medo de aranhas. Minha única reação foi correr para o Drogo. Fiquei um tempo sentada em seu colo. Estava tremendo.

          Ele estava estático. Sentia seus músculos tensionados. Estou agarrada ao seu pescoço, com a cabeça encostada em seu ombro. Meu coração estava disparado. Sei que parece irônico, uma vampira com medo? Com o lento coração disparado... Mas não consigo controlar. É muito pavoroso para mim.

          — Meghan... Eu tiro ela para você — diz, aparentemente receoso.

          — Desculpa... — falo, percebendo a situação. — Minha reação foi se afastar — saio de cima de seu colo, sentando ao seu lado na cama. — Eu tenho pavor.

          Ele vai até a cama e com cuidado pega a aranha. Ela sobe lentamente em sua mão. Olho tudo com expressão de pavor, com a mão fechada sobre a boca.

          — Olha para ela. Não é tão feia assim — ele brinca com ela.

          — Tira logo daqui.

          Ele, por fim, vai até a porta e a joga para fora.

          — Pronto, Docinho. Ela não vai te engolir mais — ri, tirando sarro de mim.

          — Não ria. Fobia é algo sério.

          — Você é uma vampira. Olha o seu tamanho... — aponta para mim. — Olha o tamanho dela... Você é dez vezes maior. Não precisa ter medo.

          — Eu sei. Mas... é algo que não consigo controlar. Meu corpo tem aversão.

          — O seu psicológico tem — ele senta na cama de frente para mim. — Sabia que o que os olhos não veem, o coração não sente?! Se você estivesse dormindo e a aranha estivesse em cima de você, você não se importaria. O medo está no seu psicológico, tente controlá-lo.

          — Não dá!

          — Só vai saber se tentar.

          Ele se deita. Eu fico sentada, olhando ao redor. Minha mente está paranoica.

          — Boa noite, Meghan.

          Ele desliga o abajur.

          Me deito e fecho os olhos. Fico me revirando na cama, agoniada. Não conseguirei dormir. Sento e fico olhando para Drogo. Ele ainda não se alimentou e dirigiu direto de Mystery spell até aqui, Novo México. Sei que não deve está cansado, mas uma pausa não faz mal. Portanto, acho que não o deixarei dormir.

          — Drogo...? Está acordado?... Eu não consigo dormir.

          Ele suspira, sentando.

          — Não tem mais aranha.

          — Eu sei... Mas não consigo ficar quieta. Poderia, sei lá... Me distrair?

          — Quer conversar?

          — Pode ser!

          Ficamos nos encarando. Não falamos nada. As camas não são tão distantes. Percebo que ele está à vontade, sua aura está livre. Era calorosa. Atraente. Envolvia-me. Olhei nos seus olhos âmbar, assim como ele olhava nos meus. Desviei e olhei seus lábios. Instintivamente, passei a língua nos meus. O que é isso? Esse sentimento? Sinto no meu ventre, um frio. Borboletas no estômago. Algo está acontecendo. Algum tipo de ligação entre eu e ele? Não sei.

Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora