27. À própria sorte

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Drogo

        Como era possível?

        — Eu pensei que só poderia transformar alguém se bebesse sangue de vampiro e o vampiro também bebesse o sangue da vítima. O que será que aconteceu?

        Meghan questiona, tentando achar uma justificativa.

        — Não sei. Talvez por ele está quase morto. O sangue deve ter reanimado as células, por isso não foi preciso beber o sangue dele. Mas em compensação, poderá está sedento. Incontrolável.

        — Será que a transformação está completa mesmo?

        — O cheiro dele mudou, o ritmo cardíaco, os olhos, ele tem presas. Está completo. Mas agora, não sei o que fazer. Não podemos deixá-lo ir e correr o risco de cometer uma chacina. Também não sei se devo levá-lo com a gente. Maldição!

        — Ei, vocês dois — Daryl nos chama.

        Vamos até ele.

        — O que é isso? Eu morri? ¿Estoy muerto? Ahhhh... — ele tampa os ouvidos. — Minha cabeça vai explodir.

        Ele olha desesperadamente para os lados. A luz do abajur o incomoda, assim como os motores dos carros lá embaixo. Todo som estridente é irritante aos ouvidos vampíricos. Nossa audição pode captar sons há longas distâncias.

        — Daryl, Daryl, escuta... Controla. Você pode controlar. Com o tempo você aprende — Meghan tenta acalmá-lo.

        — Minha garganta. Está ardendo, doendo. Muito. Ahhhh... Argh...

        Ele está ofegante e com a mão na garganta. Vou até a geladeira e pego uma bolsa de sangue. Despejo o líquido em uma taça. Quando chego perto de Daryl, ele enlouquece com o cheiro. Seus olhos ficam vermelhos escarlates. Ele inspira o ar.

        — Esse cheiro...

        Entrego. Ele bebe tudo em uma golada. Isso o acalma mais. Depois de alguns segundos, olha assustado para a taça em sua mão.

        — ¿Qué es eso? ¿QUÉ DEMONIOS ES ESO?

        Seu rosto era um misto de sentimentos. Ele estava muito confuso.

        — Vamos explicar! — Meghan exclama. — Só... acalma!

        — Isso é sangue?

        — Sim. Isso é sangue. Daryl, você quase morreu ontem. Mas conseguimos te salvar — Meghan explica. — Agora você é... um vampiro.

        O pavor passado pelos seus olhos era inexplicável.

        — Não. Não, que loucura é essa? — Daryl se põe de pé. Coloca as mãos na nuca. — É uma palhaçada? Como assim?

        — Daryl, calma — falo. — Senta, vamos explicar.

        Ele senta na cama, receoso.

        — Você é um vampiro agora. Não vimos outra saída a não ser... transformar você — Meghan diz. — Na verdade, não pensamos que isso fosse te transformar. Precisaríamos ter bebido seu sangue e você o nosso. Mas, acho que aconteceu porque estava à beira da morte. Terá muito o que aprender agora. Sei que possa ter sido contra a sua vontade, se você não aceitar sua nova condição.

        Ele avalia sua fala.

        — Ortega, não será mais como antes. Sei que parece loucura. Mas era isso ou a morte.

Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora