53. Sem solução

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Drogo

          Era um campo lindo, coberto de girassóis. O vento forte soprava contra mim. Estava com as mãos nos bolsos da calça e olhos fechados, desfrutando da brisa. Giro para trás e vejo uma bela moça, girando e sorrindo. Seus cabelos como os de uma sereia e seu vestido esvoaçavam ao vento. Ela era linda! Nunca vira uma moça tão formosa como aquela. Para e olha em minha direção, sorri e vem de encontro a mim. Corro de encontro a ela. Abraço-a e a giro. Olho nos seus olhos e digo: ‘Minha Docinho. Eu te amo!’ E a beijo apaixonadamente. Desfruto ao máximo dos seus lábios. De repente não a sinto mais em meus braços. O clima havia mudado. Abro os olhos e vejo ao redor. O campo tinha sumido e dado lugar a uma floresta assustadora. Galhos secos de árvores e uma névoa recobria o ambiente. Viro-me e deparo-me com uma bruxa. Larvas saía de sua boca, seus dentes eram pontiagudos. Ela levanta a mão em minha direção e vejo uma fumaça negra sair e entrar em minhas narinas. Sinto uma palpitação no coração. Rápido levo minha mão ao peito, tentando parar a dor. Viro-me novamente e um homem com presas e olhos vermelhos olhava-me sombrio. Parecia um nobre da era vitoriana. Eu o reconhecia. Viktor! Sem ao menos pestanejar, ele enfia a mão no meu peito, atravessando-o e arrancando meu coração. Caio pesadamente no chão e ouço um grito agudo dizendo não.”

Meghan

          Blaire havia ido embora. Viktor não queria deixá-la ir. Bom, não a deixaria mesmo, se Isabelly, Ismael e Nicolae não o tivessem impedido e o mantido longe dela. Porém ele não a deixou impune. Disse que era misericórdia demais deixá-la com magia. Então drenou todo o poder de Blaire, sua magia sombria, e a deixou uma simples humana.

          Estávamos na mansão Bartholy. Drogo estava no quarto, deitado na cama, sem dar sinal de vida. Estava mais pálido que o normal. Isso me preocupava. Eu não queria que acabasse assim. Sinto uma dor só de vê-lo assim. Sei que não deveria, por tudo o que ele me fez, mas essa ligação que nos une parece ser mais forte. Sinto um aperto e me odeio por não conseguir controlar minhas emoções. Eu não o perdoei. Ainda estou magoada. Mas também não queria vê-lo morto. Não sabia o que fazer para tirá-lo desse coma. Nem Ismael sabia. A magia que Sarah lançou foi forte. Apenas ela poderia desfazer. Até Sebastian, que estava no quarto de hóspedes, estava no mesmo estado. Os dois iriam definhar com o passar do tempo. Isso significa que não temos muito tempo e temos que reverter a magia. Mas, como?

          — A cidade está um caos — Castiel entra na sala de estar, acompanhado de Daryl e Matt.

          — E as pessoas estão apavoradas — Matt diz.

          — O que faremos? — Isabelly fala, preocupada.

          — Calma, Isa — Victoria a consola. — Daremos um jeito. Hey, original! — se direciona a Castiel. — Vai resolver isso, não vai?

          Eles se encaram por um momento. Sinto a aura de ambos mais pesadas. Como se uma guerra fosse travada. Mas eles não estavam disputando. Pelo olhar, pareciam estar se cobiçando. Castiel desvia e pigarreia...

          — Eh... Já sei o que fazer — fala. — Usarei meu dom alquímico para reconstruir a cidade. Pedra por pedra.

          Vejo Victoria conter um sorriso e abaixar a cabeça. Parecia orgulhosa.

          — Como eu, Nicolae e o senhor Viktor temos o poder da telepatia — diz Simon —, iremos manipular e modificar a mente dos humanos.

          — E aqueles que foram mortos? — Karen pergunta.

          — Daremos uma explicação para isso — Viktor diz, inexpressivo. — Diremos que ocorreu uma chacina nas últimas 24h.

          — Está mais para um genocídio — Isabelly olhava para Viktor. Mas desvia quando ele a ignora completamente.

Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora