44. Enfrentar a dor

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Drogo

          Sinto meus braços dormentes. Presos em uma corrente grossa, erguidos para o alto. Minha cabeça doía muito. Abro lentamente meus olhos. Observo o lugar. Parecia uma espécie de caverna ou um túnel de mineração. As paredes, teto e chão eram de rochas. Começo a lembrar, Sarah me trouxe aqui. Droga! Olho para o lado e me surpreendo.

          — Sebastian! Ela te sequestrou também? Por quê?

          Ele estava muito machucado. Roxos no rosto e sangue escorria do canto da boca.

          — Não sei por que ela nos sequestrou. Me pegou na saída da universidade. Tentei resistir, mas os bruxos que estavam com ela me bateram e me lançaram um feitiço de paralisação.

          — Comigo também.

          — Argh... Estamos há muito tempo aqui. Essas correntes me machucam.

          — Nunca imaginei que diria isso, mas temos que nos unir. Precisamos sair daqui e avisar os outros — digo.

          — Sim, mas como?

          Ouvimos a grande porta de ferro ranger.

          — Planejam sair daqui? Acho que não vai dar.

          — Cassandre! — Sebastian fala, com raiva. — Pensei que fôssemos aliados.

          — Pensou errado. Os bruxos sombrios são meus aliados. Todos que estão lutando pela mesma causa que eu.

          — E qual é a sua causa? — pergunto.

          — O rebelde dos Bartholys. Drogo Bartholy, ou melhor, Drogo Weidmann. Se não me engano era assim o sobrenome da sua mãe, não?

          — Não ouse falar da minha mãe — aviso, sério.

          — Ora, jovem, você é patético. Viu o que foi preciso para chegarmos até aqui? — senta na cadeira de balanço em nossa frente. — Nós fomos roubando os dons de bruxos luminosos até conseguirmos muito poder. Mas das famílias mais importantes não conseguimos. A família de Ismael e a Meghan. Se tivéssemos os poderes deles seríamos imbatíveis. Você não pensa — diz, séria. — Drogo, se você se juntar a nós, terá a vingança que sempre quis. Irá matar Viktor. Temos objetivos em comuns. O que me diz? Quer se juntar a nós?

          — Isso é tentador, mas não está em cogitação. Quero fazer isso sozinho. E, aliás, vocês estão fazendo isso às custas dos outros. Roubando o poder alheio.

          — Se não for assim, não conseguiremos.

          — O que você quer? — Sebastian pergunta. — Por que nos sequestrou?

          — O nosso objetivo é claro: queremos destruir os vampiros originais e os alfas. Para que enfim possamos não sermos julgados como os mais fracos das raças. Não queremos mais ser subjugados. Se derrotarmos o rei Nero e o rei Atreu, estaremos livres dessa opressão de raças.

          — O rei vampiro e o rei lobo? Nero e Atreu? Eles são literalmente os mais fortes — Sebastian diz. — Por isso são os reis. Você não tem noção da força deles.

          — POR ISSO QUERO PROVAR O CONTRÁRIO! — levanta, furiosa. — Não os defenda. Aqueles miseráveis têm que saber o que é estar por baixo. Eles vão lamber os meus pés. Eles e todos os que os seguem — estava ofegante.

          — Vó, senta. Não se esforce tanto — Sarah entra na sala.

          — Ela tem razão, Cassandre. — Essa voz... Não acredito!

Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora